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Amazônia

Bolsonaro confessa que mandou tocar fogo na Amazônia

Em viagem de negócios no Oriente Médio, o presidente Jair Bolsonaro confessou nesta quarta-feira, 30/10, a investidores da Arábia Saudita que mandou tocar fogo na Amazônia este ano porque não se identificou com políticas anteriores adotadas para a região,

que sofreu nos últimos meses um grande desastre ambiental, com desmates e queimadas recordes nos últimos anos.

Ao dizer que “potencializou” as queimadas na Amazônia nos últimos meses por discordar da política ambiental de governos anteriores e porque “a Amazônia é do Brasil”, Bolsonaro se coaduna com o que vem defendendo desde que tomou posse na Presidência, onde manifestou, em parceria com os Estados Unidos, transformar a maior floresta tropical do planeta em gigantescos campos de soja, de gado e de mineração.

“Há poucas semanas o Brasil foi duramente atacado por um chefe de Estado europeu sobre as questões da Amazônia. Problemas que acontecem anos após anos, que é da cultura por parte do povo nativo queimar e depois derrubar parte de sua propriedade para o plantio para sobrevivência. Mas foi potencializado por mim exatamente porque não me identifiquei com políticas anteriores adotadas no tocante à Amazônia. A Amazônia é nossa. A Amazônia é do Brasil”, declarou Bolsonaro.

O chefe de Estado europeu citado por Jair Bolsonaro é o presidente da França, Emmanuel Macron, por aventar a discussão de internacionalização da Amazônia dentre farpas trocadas por ambos os mandatários. Na Arábia Saudita, Bolsonaro afirmou que, “às vezes, alguns países usam a agenda de direitos humanos para atacar ou tentar interferir na política de outro país e, por vezes, usam a política ambiental”.

Briga de Bolsonaro travou acordo comercial entre União Europeia e Mercosul

A briga de Bolsonaro com o presidente francês e outros mandatários europeus, que também são contrários aos desmatamentos e as queimadas na floresta considerada pelo mundo como essencial para o equilíbrio climático do planeta, entre outros ativos ambientais favoráveis ao bem-estar da humanidade, já travou a aprovação do acordo comercial celebrado recentemente entre a União Europeia e o Mercosul. O que vai impedir o crescimento econômico e comercial tanto do Brasil quanto da Argentina, Uruguai e Paraguai, parceiros no Mercosul.

Como em outras oportunidades, na Arábia Saudita, o presidente brasileiro agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter defendido a soberania brasileira na Amazônia pertencente durante a reunião de cúpula do G7, o grupo formador das sete maiores economias do mundo, que foi realizada no Japão, em junho deste ano.

Na avaliação de Bolsonaro, é preciso saber explorar a biodiversidade da Amazônia com o apoio dos indígenas para que todos possam progredir, e os povos nativos não são diferentes. Sem citar a fonte de informação, Bolsonaro disse que o Brasil encerrará 2019 com a menor média de “focos de incêndio, de calor”, na história do país e classificou de mentira a declaração de que a “Amazônia está pegando fogo”.

“A Amazônia não está pegando fogo até porque a floresta é úmida, não tem como pegar fogo. Me acusaram lá atrás de ser desmatador, depois de ser incendiário. Agora, um derramamento de óleo criminoso na costa do Brasil que tem poluído algumas praias do nosso país”, assinalou Bolsonaro, ao defender que as Forças Armadas têm atuado para minimizar os impactos ambientais no litoral, com o derramamento tendo como objetivo “tentar imputar a responsabilidade desse crime à minha pessoa”.

(*) Editor do site www.expressoamazonia.com.br