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Amazônia

Audiência pública debate acesso a cidade isolada no AC que foi embargado por entrar em terra indígena

Audiência pública debate acesso a cidade isolada no AC que foi embargado por entrar em terra indígena

Em setembro de 2022, um acesso chegou a ser aberto entre Porto Walter e Cruzeiro do Sul, mas construção foi interrompida. De acordo com a prefeitura do município, um traçado alternativo vai ser apresentado

A prefeitura de Porto Walter, no interior do Acre, reuniu autoridades municipais e políticos no último sábado (24) para discutir o acesso terrestre entre o município, um dos mais isolados do estado, e Cruzeiro do Sul.

No ano passado, uma estrada de terra foi aberta, com cerca de 84 km de extensão, mas acabou sendo interrompida porque atravessaria um trecho da terra indígena Jaminawa do Igarapé Preto.

Com a interrupção, a gestão municipal busca um trajeto alternativo, e afirma que durante a audiência, foi definido que o Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre) vai iniciar estudos para garantir um trajeto que desvia do território.

O prefeito do município, Cesar Andrade (MDB), classificou a construção de uma estrada na região como necessidade, e afirma que a interligação com o restante do estado é um interesse de todos.

“Com base nas pesquisas realizadas pelo Deracre e pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), vamos buscar uma solução e convidar os órgãos de fiscalização e controle da União para uma discussão e possível anuência. Nós, o poder público, e os povos indígenas queremos o acesso. Estamos dispostos a minimizar e reparar os danos para garantir a tão sonhada interligação”, disse.

Ligação terrestre

Antes do acesso ser aberto em 2022, era preciso cruzar o Rio Juruá, em uma viagem que dura de três a cinco horas, para chegar ao município. Em caso de barcos e balsas transportando mercadorias, o percurso pode levar até dois dias, dependendo do nível d’água. A construção havia reduzido esse tempo para quatro horas e meia.

O deputado federal Zezinho Barbary (Progressistas) entende que a discussão é necessária para que uma solução seja apresentada, e questiona o fechamento de estradas como essa.

“Esse é mais um passo importante da união de forças para mantermos o livre acesso pelo ramal. Fechar o ramal é impedir que o progresso chegue, que a população tenha acesso a plena cidadania e dignidade”, declarou.