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Amazônia

Áreas de proteção ambiental registram mais de 70 focos de queimadas em menos de um mês no Acre

Reserva Extrativista Chico Mendes lidera as queimadas, com 50 focos entre os dias 1 e 28 de julho. Com mais de 400 focos em todo o estado, número de queimadas este ano é o maior dos últimos seis anos

O Acre já registra números altos de queimadas este ano com o período de estiagem e nas áreas naturais protegidas a situação não é diferente. Dados do relatório da sala de situação de monitoramento hidrometeorológico do Acre apontam que nesses locais foram registrados 72 focos de incêndio nos 28 dias de julho.

Do dia 1 de janeiro até quarta-feira (28), foram contabilizados 89 focos nas 20 áreas protegidas do estado. A Reserva Extrativista Chico Mendes lidera essas queimadas, com 59 focos no ano, sendo que desses, 50 foram somente no mês de julho.

Em todo o estado, foram registrados mais de 400 focos este ano. Os municípios de Tarauacá e Feijó foram os que apresentaram o maior número de queimadas acumuladas no período, com 61 e 51 focos respectivamente. Já acumulado mensal de focos foi de 338 focos de queimadas.

Os municípios de Brasileia, Acrelândia, Epitaciolândia, Senador Guiomard e Rodrigues Alves registraram o maior número de focos por quilômetro quadrado em seu território, conforme o relatório da sala de situação.

Na distribuição por classe fundiária, 88 focos foram em unidades de conservação, 94 em projetos de assentamento, 11 em terras indígenas e 86 em propriedades particulares.

Com relação aos focos de queimadas registrados na Amazônia Legal de janeiro até o dia 28 de julho, o Acre aparece em 8º lugar no ranking, com 433 focos. O Mato Grosso concentra o maior número de focos, com 6.983.

Maior nº de queimadas dos últimos 6 anos

Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam ainda que o número de queimadas este ano é o maior dos últimos seis anos. No acumulado do ano, de 1 de janeiro a 29 de julho já são 465 focos de queimadas em todo o estado.

Em 2016, nesse mesmo período, o estado tinha registrado 655 focos ativos de queimadas. Já em 2017 foram 372, em 2018 um total de 442 focos, em 2019 foram 276 e em no ano passado foram 374.

Plano do Ministério da Justiça

Com os altos registros de queimadas, o Acre foi incluído no Plano Estratégico para o Combate a Incêndios Florestais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançado no último dia 22.

A operação, batizada de “Guardiões do Bioma”, deve começar conforme a necessidade e a demanda dos estados, entre os meses de agosto e novembro. O foco de atuação, de acordo com o ministério, será os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Goiás.

A Polícia Federal será responsável por desenvolver ações de inteligência e de Polícia Judiciária, com objetivo de prevenir, mitigar e reprimir devastações criminosas, além de prestar apoio logístico aos demais órgãos participantes. Já a Polícia Rodoviária Federal vai coordenar a segurança nas rodovias federais, segundo o ministério.

Qualidade de ar

No período de estiagem, a concentração de partículas poluentes no ar atinge números altos. Dados dos sensores de monitoração mostram que atualmente a qualidade do ar está acima do ideal para a respiração em ao menos quatro cidades do Acre.

Conforme o relatório, a concentração de material particulado chegou à máxima concentração de 73 µg/m³, nessa quarta (28), em Santa Rosa do Purus, no interior do Acre. Em Rio Branco, a concentrou chegou a 36 µg/m³. No Jordão a máxima foi de 32 µg/m³ e em Sena Madureira 28 µg/m³.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico aceitável é de 25 µg/m³. Acima disso, a qualidade é ruim para a saúde das pessoas.

No último dia 5 de julho, Rio Branco registrou um nível de poluição sete vezes maior do que o estipulado pela OMS como normal. Dados do relatório mostraram que a concentração de material particulado chegou à máxima concentração de 184,33 µg/m³ naquele dia.