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Amazônia

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Acre aparece com menor taxa de desmatamento em oito anos, aponta Inpe

Acre aparece com menor taxa de desmatamento em oito anos, aponta Inpe

Levantamento mostrou redução da média anual de 27% entre agosto do ano passado e julho de 2025, taxa mais baixa desde 2017. A nível regional, índice chegou ao menor patamar em 11 anos

Com 18,8 mil quilômetros quadrados (km²) de desmatamento acumulado em 2024, o Acre teve queda na taxa por ano, que chegou a média de 325km² entre agosto do ano passado e julho deste ano. O índice representa uma redução de 27,6%, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (30).

📈 Os números são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Ele é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mostra os alertas mensais.

Considerando a Amazônia brasileira, esta taxa foi de 5.796 km². O número representa uma queda de 11% no índice de desmatamento com relação aos 12 meses anteriores, quando o desmatamento estava em 6.288 km².

O índice no Acre é o menor desde 2017, quando a taxa fechou em 257 km², ainda segundo o Inpe. O número é 73% menor que o ápice registrado na série histórica, que foi de 1.208 km² em 1995.

Outro indicador que é possível observar no levantamento, é de que este foi o quarto ano seguido de queda em relação a 2021, que ficou em 889 km².

Este cenário vem de uma sequência de quedas no desmatamento nos estados em que há vegetação amazônica. Somente o Mato Grosso teve aumento, com 26,05%. O Acre teve a quinta maior redução neste recorte. Veja:

  • Tocantins: 62,5%
  • Amapá: 48,15%
  • Roraima: 37,39%
  • Rondônia: 33,61%
  • Acre: 27,62%
  • Maranhão: 26,06
  • Amazonas: 16,93
  • Pará: 12,40%

Cenário

A taxa é a menor dos últimos 11 anos no bioma, e vem em uma sequência de quatro anos de queda. Veja o gráfico completo aqui.

🔴Os dados vêm acompanhada de um alerta. Pesquisadores identificaram um aumento expressivo da degradação florestal, processo em que a floresta perde cobertura vegetal de forma progressiva, sem chegar a ser totalmente derrubada.

As taxas na Amazônia vinham crescendo desde 2015, mas tiveram um salto chegando a 13 mil km² em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km².

O que explica a queda no desmatamento na visão do governo?

  • Fiscalização: o número de operações subiu para 9.540 ações em um ano, com 4 mil autos de infração e mais de 3 mil fazendas embargadas. A repressão direta aos grandes desmatadores foi apontada como um dos fatores centrais.
  • Crédito rural: o governo integrou o controle ambiental ao sistema financeiro, bloqueando R$ 6 bilhões em operações de crédito para produtores com histórico de desmate.
  • Municípios engajados: nos municípios que aderiram ao programa federal de combate ao desmatamento, a queda chegou a 65,5%, em média, impulsionada por R$ 800 milhões em investimentos e pela criação de escritórios locais de meio ambiente.
  • Tecnologia e monitoramento: o Inpe aprimorou o rastreamento das áreas prioritárias. O cruzamento entre alertas do Deter e análises do Prodes permitiu maior precisão na medição das taxas anuais.
  • Ação coordenada: MMA destacou a atuação conjunta com Polícia Federal e Incra, fortalecendo investigações sobre grilagem e incêndios, além do uso de embargo remoto por imagens de satélite.
  • Financiamento: a retomada do Fundo Amazônia, com R$ 3,6 bilhões aplicados em três anos e a adesão de oito países doadores, garantiu recursos para projetos de restauração e pagamento por serviços ambientais.
  • Regras mais rígidas: a nova Resolução Conama 510/2025 e a taxonomia sustentável brasileira estabelecem critérios para distinguir o desmate legal do ilegal, criando parâmetros mais claros para a fiscalização.

Aplicação do dobro de multas por crimes na Amazônia

As ações de fiscalização contra o desmatamento na Amazônia aumentaram 80% nos últimos três anos, segundo dados do governo federal que comparam o período de 2023 a 2025 com o triênio anterior (2020 a 2022).

💵 O valor total das multas aplicadas subiu 63%, atingindo R$ 8 bilhões. As apreensões de bens e produtos ilegais somaram 12.219 ocorrências, crescimento de 42%.

No total, foram realizadas 25.226 operações de fiscalização, contra 14.051 no período anterior. O número de autos de infração relacionados à flora também cresceu 81%, passando de 6.849 para 12.410 registros.