O ministro da Defesa e general da reserva, Walter Braga Netto, está mais perto de ser escolhido para compor a chapa pela reeleição de Jair Bolsonaro (P), informa o jornal Valor Econômico, edição de hoje 28/02.
Verde oliva
O chefe de governo confirmou ao Alto Comando do Exército, na semana passada, sua intenção de indicar Braga Netto à vice-presidência, assim como a de selecionar o atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Oliveira, para o Ministério da Defesa.
Ibope na caserna
O ministro do GSI, Augusto Heleno, era cotado para a vaga de vice na chapa de Bolsonaro. Aliados de Heleno defendem o general da reserva com base em enquetes feitas em grupos de extrema direita que apontam seu nome como preferido para ocupar o posto.
Marajás
O senador Davi Alcolumbre trava há sete meses um projeto de lei que barra os supersalários no serviço público. Alcolumbre comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e precisa escolher um relator para que o texto comece a tramitar na Casa. A proposta foi aprovada em julho do ano passado na Câmara dos Deputados. Desde então, não recebeu nenhuma movimentação importante e está emperrada.
Opinião pública
Pesquisa mostra que 93% dos brasileiros são contra “supersalários” de servidores atualmente, o teto para remunerações no serviço público é de R$ 39.293,32. Entretanto, diversos penduricalhos ficam de fora desse valor, como auxílios e outros benefícios. Isso faz com que o valor recebido pelo funcionário público seja ainda maior do que o teto. O projeto busca estabelecer o que deve ser considerado no cálculo dos rendimentos dos servidores.
Recorde
No ano passado, Alcolumbre irritou o governo Bolsonaro por ter travado outra tramitação na CCJ: a indicação de André Mendonça ao STF. O senador segurou a indicação presidencial por quatro meses, um tempo recorde.
Chega!
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) pode jogar a toalha, desistir da disputa presidencial de 2022 com a vindoura nova rodada de pesquisa da PoderData. O levantamento será divulgado na Quarta-Feira de Cinzas, dia 2 de março, após o feriadão de Carnaval.
Dados técnicos
A pesquisa do PoderData promete ouvir 3.000 mil pessoas por meio de entrevistas em telefones fixos e celulares pela bagatela de R$ R$ 103.715,00, segundo registro no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Batendo o pé
Apesar de Moro jurar de pés juntos que não desiste da corrida pela Presidência, até as capivaras do tradicional Parque Barigui, em Curitiba, sabem que ele é candidatíssimo ou à Câmara ou a voltar para os Estados Unidos – onde ele tem parte com a Alvarez & Marsal, a firma de advocacia especializada em recuperação de empresas quebradas pela Lava Jato.
Empacado
Sergio Moro não decolou nas sondagens para presidente e há resistência contra ele até mesmo no Podemos e outras agremiações o veem como “passivo” nas eleições de 2022, ou seja, não acrescenta nada politicamente e não ajuda os partidos a aumentar bancadas federais, por exemplo.
Dificuldades
O PT apresentou nas eleições municipais de 2020 e em recentes filiações uma lufada de novos nomes, mas todos ainda distantes do núcleo de comando, o que sinaliza uma dificuldade de renovação da sigla comandada por Luiz Inácio Lula da Silva e que completou 42 anos no último dia 10.
O novo velho
Em conversas com petistas de variadas correntes nas últimas semanas, o jornal Folha de São Paulo ouviu o nome de apenas dois políticos como possíveis sucessores naturais de Lula, que tem 76 anos —o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, 59, que despontou para o primeiro time do partido a partir de seu trabalho no Ministério da Educação (2005-2012), e o senador Jaques Wagner, 70, um dos fundadores do PT.
Entardecer
A necessidade de renovação no partido é um discurso recorrente do próprio Lula, que começou a bater na tecla com mais ênfase após os gigantescos protestos de rua de junho de 2013. Se for eleito em 2022, o petista encerraria seu próximo mandato no Planalto com 81 anos.
Faixa etária
Vinte anos depois de conseguir seu primeiro mandato presidencial, Lula tem em seu círculo mais próximo várias pessoas que já figuravam com destaque na campanha de 20 anos atrás —muitos, assim como ele, na casa dos 60 e 70 anos de idade. O PT cresceu nos anos 80 e 90 bastante identificado com a juventude, em especial nos protestos que impulsionaram o impeachment de Fernando Collor de Mello (1992).
Quilometragem
Hoje, a bancada de deputados federais do partido é a mais velha da Câmara, na média (58 anos), e há ainda a concorrência do PSOL —criado por dissidentes em 2004— na busca pelo eleitorado e por líderes políticos mais jovens.
Novidades
Nesse ponto, a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual favoritismo de Lula contribuíram para a entrada de caras novas no partido, alguns deles vindos exatamente do PSOL —como o ex-deputado federal Jean Wyllys, 47, e o historiador Douglas Belchior, 43, um dos principais líderes do movimento negro em São Paulo.
De volta ao começo
De volta ao PT após 16 anos de permanência no PSOL, Belchior, que é pré-candidato a deputado federal, diz que há uma mudança em curso dentro do PT. Um dos fundadores do Coalizão Negra por Direitos, Belchior afirma que a transformação acontecerá em resposta à sociedade, não pela vontade de um ou de outro.
Uma coisa e outra coisa
Ele compara o PT a um transatlântico para dizer que, em um partido tão grande, as mudanças exigem tempo. Questionado se integra uma das correntes internas do PT, cuja correlação de forças determina o poder dentro do partido, Belchior brinca: “Preto e corrente são coisas que não combinam”.