Circula nos corredores da política que o governador Gladson Cameli, em que pese esta semana, em dois eventos, expressar satisfação com a indicação de Márcia Espinosa Bittar (PL) como sua candidata à vice-governadora, tenciona escolher um outro nome para o posto dado a pouca aprovação popular que recai sobre o nome da ex-esposa do senador Márcio Bittar (UB).
Entornando o caldo
Segundo essas mesmas versões, o governador já teria procurador o esposo da pré-candidata para colocá-lo a par do fraco desempenho da candidata ‘in pectore’ ungida pelo União Brasil e outros sete partidos que orbitam em torno de Bittar. É que Gladson estaria com uma pesquisa interna em mãos onde o desempenho da professora inviabiliza seu projeto de reeleição e teria dito: “Você pode indicar qualquer outro nome, menos o da Márcia”.
O pai da matéria
Como reação, o senador bolsonarista teria reagido com forte repulsa, argumentando que foi de Gladson a idéia de inserir sua ex-esposa na chapa majoritária, opção acatada pelo conjunto de partidos que estão sob o jugo de Bittar.
Problemas à vista
Fato é que com o apoio angariado dos partidos que o cercam, o senador criou um cenário político que produz intenso barulho em caso de modificação. É mais um abacaxi que Cameli terá que descascar, não bastasse o nó górdio que envolve a candidatura ao senado, onde o deputado Alan Rick (UB) e a atual senadora Mailza Gomes (PP) não abem mão da disputa e, em assim sendo, desencadeando fragmentação na base de apoio político de aliados da candidatura Cameli com relação a disputa senatorial.
Na alça da mira
Três anos depois do início da flexibilização da posse de armas promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil aumentou o potencial de acesso a armamentos por cidadãos comuns, chegando hoje a 46 milhões de permissões de compra concedidas a caçadores e atiradores, informa a jornalista Aline Ribeiro, em reportagem no Globo.
Artilharia
O número representa o total de armas que, após mudanças na legislação impostas pelo governo Bolsonaro, podem ser adquiridas por membros dessas categorias, que também tiveram crescimento de pessoas registradas. Hoje há no país 605,3 mil pessoas que têm carteirinhas ativas para acesso a armamento, inclusive pesado, e munição.
Retrato do caos
A pergunta latente é porque não liberar o porte de armas? Estudiosos que são contra a liberação da posse de armas alegam que o problema da violência decorre da profunda desigualdade social no Brasil. Assim, a posse de armas não soluciona este assunto. Ademais, esses mesmos especialistas em segurança pública alertam que o despreparo ao manusear uma arma pode ser mais letal do que para quem não a possuí.
Duas bases
Apesar de integrar a base do governo Bolsonaro no Congresso Nacional e prometer apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro este ano, o Republicanos mantém pontes com o ex-presidente Lula.
Elo
O contato da cúpula partido com o petista se dá principalmente por meio do deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), apoiador declarado do ex-presidente. O parlamentar tem tido conversas frequentes com Lula, as quais relata sempre ao presidente nacional do Republicanos, o também deputado federal Marcos Pereira (SP).
Flerte
Uma dessas conversas ocorreu nessa quarta-feira (13/7), em Brasília. Costa Filho participou da reunião de Lula com outros deputados e senadores “aliados” num hotel da cidade. Na eleição deste ano, apesar de apoiar Bolsonaro na corrida presidencial, Pereira liberou filiados para se aliarem ao PT nos estados. O objetivo é eleger bancadas maiores em estados lulistas.
Parcerias
Em Pernambuco, por exemplo, diretório comandado por Costa Filho, a legenda estará na mesma chapa que o PT e que o PSB, partido do ex-governador Geraldo Alckmin, provável vice de Lula este ano. Também há previsão de que PT e Republicanos estejam juntos no Amazonas no palanque do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que concorrerá ao governo do estado.
Pule de dez
No Republicanos, há quem aposte que, caso Lula vença Bolsonaro, o partido vai aderir à base aliada do petista no Legislativo. A legenda chegou a ocupar ministros no governo Dilma Rousseff.
Rusgas resolvidas
O Republicanos é o atual partido do vice-presidente Hamilton Mourão e dos ex-ministros Tarcísio de Freitas e Damares Alves. As filiações foram decisivas para que a sigla fechasse apoio à reeleição de Bolsonaro. Antes disso, a sigla cogitava se afastar de Bolsonaro. Pereira chegou a dar declarações que o presidente da República “atrapalhava o crescimento” do partido durante a janela partidária.
Despersonificação
A campanha do presidente Jair Bolsonaro quer novos porta-vozes para falar com os diferentes setores por avaliar que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem sido o único na função e está sobrecarregado. Aliados do presidente dizem que o PT, partido do rival Lula, tem representantes para falar com operadores do mercado financeiro e diferentes segmentos sociais. Já a campanha de Bolsonaro não vem conseguindo atender a convites de eventos, nem marcar posição. A intenção é abrir diálogo até com ONGs, que já foram criticadas pelo presidente. A proposta para dividir tarefas foi levada na última semana ao conselho que elabora a campanha do presidente, que pretende destacar pessoas de acordo com a sua área de atuação.
Quem?
Um dos nomes citados como exemplo é o de Tereza Cristina (PP-MS) com o agronegócio. A campanha de Bolsonaro tem sido errática até para indicar emissários para discutir debates eleitorais, e não necessariamente por falta de interesse, mas de representantes.
Não decorativo
A desenvoltura do general Walter Braga Netto na política tem animado aliados a destacá-lo para missões não apenas nos bastidores. Dizem que um general quatro estrelas é um promotor qualificado do presidente e pode ajudar a convencer Bolsonaro a se manter longe de temas que “não agregam votos”, como ataques às urnas eletrônicas.
Carne
Bolsonaristas também querem que a campanha comece a mostrar o lado “mais humano” do presidente, explorando imagens dele com crianças nas viagens desta pré-campanha, além de discursos que possam conquistar também as eleitoras.