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Xepa

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A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), reinaugurou ontem, segunda-feira (18), o Restaurante Popular José Marques de Souza, na Sobral. Criado para fornecer alimentos para pessoas de baixa renda, o restaurante passou por uma grande reforma. 

Estrutura

O espaço recebeu manutenção na rede elétrica, pinturas, placas e material de cozinha. A grande novidade é que a partir de agora o ambiente será climatizado. Uma determinação do prefeito Tião Bocalom.

Semente 

O prefeito Tião Bocalom compareceu ao evento e revelou a intenção de construir de mais dois Restaurantes Popular. “Nós temos a previsão inicial de mais um restaurante, lá na Região do Calafate. Até o final do mandato espero que a gente possa construir mais 2 restaurantes popular”, finalizou. 

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Mais do mesmo 

Ontem, segunda-feira (18) o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma apresentação a dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para repetir teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, desacreditar o sistema eleitoral, promover novas ameaças golpistas e atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Foco

O chefe do Executivo concentrou suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Fachin é o atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Barroso presidiu a corte eleitoral, e Moraes deve comandar o tribunal durante as eleições.

Me dê motivos 

O mandatário acusou o grupo de ministros de querer trazer instabilidade ao país, por desconsiderar as sugestões das Forças Armadas para modificações no sistema eleitoral, isto a menos de três meses da disputa.

Teoria

“Por que um grupo de três pessoas apenas quer trazer instabilidade para o nosso país, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas?”, disse. Em mais de um momento, Bolsonaro tentou desacreditar os ministros, relacionando especialmente Fachin e Barroso ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Improviso 

Inicialmente, o evento estava fora da agenda, apesar de o próprio presidente já ter falado dele publicamente em mais de uma ocasião. Entrou à noite na agenda pública como “Encontro com chefes de Missão Diplomática”, sem a relação de quem estava presente.

Monólogo 

Apesar de ter sido repercutido pela assessoria de imprensa da presidência da República como “intercâmbio de idéias” com representantes de diversos países, apenas o chefe do Executivo falou. Ele levou aos representantes diplomáticos críticas e ataques que já vem repetindo internamente desde o ano passado.

Prato requentado 

No início do encontro, Bolsonaro disse que basearia a apresentação em um inquérito da PF (Polícia Federal) sobre o suposto ataque hacker ao TSE durante as eleições de 2018. Na verdade, trata-se do mesmo inquérito divulgado pelo presidente em entrevista à rádio Jovem Pan, em 4 agosto de 2021, quando ele leu trechos da investigação da PF. Um outro inquérito foi aberto pelo STF para investigar o vazamento da apuração, com Bolsonaro e o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) entre os alvos.

Trânsito

“Segundo o TSE, os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas —muito à vontade dentro do TSE. E [a Polícia Federal] diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro”, disse Bolsonaro.

Meiguice

Na fala aos embaixadores, Bolsonaro adotou um tom manso, como se buscasse dar um verniz de seriedade a mais um punhado de ilações sem provas ou indícios ao sistema eleitoral, no momento em que aparece distante do ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto. Registre-se que no Brasil, nunca houve registro de fraude nas urnas eletrônicas, em uso desde 1996.

Ação deliberada 

Bolsonaro também voltou a atacar os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, presidente do TSE, e Alexandre de Moraes, que assumirá o comando da corte Eleitoral em 16 de agosto. O presidente ainda sugeriu que os ministros atuariam no TSE para barrar medidas de transparência. O objetivo, segundo Bolsonaro, seria eleger “o outro lado”.

O dono do mundo

Antes de a apresentação do presidente começar, o telão passava imagens de motociatas dele com seus apoiadores pelo país. O encontro durou cerca de 50 minutos. Durante o discurso, Bolsonaro fez novas insinuações golpistas e disse que o Brasil só terá “paz” caso o TSE adote medidas para alterar o funcionamento das urnas eletrônicas.

Cumplicidade 

O presidente também se utilizou das Forças Armadas, que sugeriram mudanças no sistema eleitoral ao TSE, para se contrapor ao TSE. “Nem um sistema informatizado pode dar garantia de 100% de segurança. As Forças Armadas, das quais sou comandante supremo, compartilha dessa idéia: ninguém mais do que nós, quer estabilidade em nosso país.” 

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Tudo azul

No contraponto da agenda de Bolsonaro, Lula atua nos bastidores. Pela primeira vez, desde o início da pré-campanha e da divulgação de pesquisas, a vitória de Lula é dada praticamente como certa em meios diversos, como no Congresso, entre especialistas e analistas e até mesmo dentro do Palácio do Planalto. A “performance” de Jair Bolsonaro ontem no Palácio do Alvorada, na presença de embaixadores de 40 países, pode ter sido o fim do seu sonho de reeleição.

Céu de brigadeiro

Mas mesmo antes desse evento-fiasco, as avaliações são de que Lula caminha para vencer. Alguns indicadores: Lula tem amealhado apoios diversos, de ruralistas a parte significativa do MDB; congressistas da base do governo admitem – como na consulta do site “Congresso em Foco” – a vitória do petista; Bolsonaro começa a dar declaração do tipo “não vou ligar para Lula”, se o adversário vencer, e que “não vou entregar (o governo) de tanque cheio”.

Tempo nublado 

Em nove dias, o presidente sofreu esses dois reveses eleitorais: o assassinato de um militante petista no Paraná por um seguidor de Bolsonaro e, por fim, esse papelão ontem no Alvorada. 

A morte do petista em Foz do Iguaçu foi visto como uma materialização do bolsonarismo: um adepto do presidente, gritando seu nome, invadiu uma festa de petista – recheada de enfeites do partido e toalha com rosto de Lula – e matou o aniversariante, tido como uma pessoa tolerante e que recebia até amigos eleitores do atual presidente.

Jogo consciente 

A PEC Eleitoral parece ter sumido do noticiário com essa agenda negativa que atinge o presidente. Nem se tem certeza ainda de seus efeitos eleitorais, se pode mudar de forma considerada o cenário, hoje, todo a favor do petista. Lula sabe jogar. Não é novidade. Constrói nos bastidores. Não é mercurial como o adversário. Não é Bangu contra o Flamengo, como falou Bolsonaro.