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Jamaxi

Viagem no tempo 

Ontem (7) o deputado comunista Edvaldo Magalhães usou seu tempo regimental na sessão on line da Aleac para divulgar uma foto, reprodução acima, em que aparecem Márcio Mourão, ex-secretário adjunto de Educação -  indiciado por formação de quadrilha e principal responsável pela compra irregularde computadores para a pasta da Educação - e Joabe Lira (na foto de boné e óculos), secretário Municipal de Zeladoria de Rio Branco - citado pela imprensa acreana com um dos mandantes do ataque aos garis no mês passado, quando os trabalhadores reivindicavam o pagamento de salários atrasados. 

A vida como ela é!

Na fotografia a dupla imaculada segura um cartaz cobrando moralidade e impingindo ação desonesta dos adversários políticos, onde se lê: ‘PT nunca mais’. Agora, Lira além de ser acusado de ordenar o espancamento de garis é denunciado por furar a fila da vacina para imunizar contra o covid-19. Já Mourão foi indiciado por formação de quadrilha e favorecimento de contratos com poder público. 

Retrato falado 

Sobre a foto, onde os personagens arvoram para si hipotéticas virtudes e imputam aos adversários a desonestidade, Edvaldo Magalhães foi cáustico: “O ex-secretário de Educação hoje foi indiciado como o principal responsável da compra irregulares dos computadores na Educação. O outro rapaz, o Joabe, é aquele que chamou a polícia “para acalmar os ânimos dos garis”. Chamou a polícia para dar um cobro neles. Ele também consta numa lista de profissionais que vão tomar a vacina anticovid. Doido para furar fila da vacinação. Ele trabalha na Zeladoria. Não tem nenhum gari, nenhum roçador na fila da vacinação e ele quer tomar a vacina, embora não trabalhe mais no presídio”.

João Sem Braço 

Joabe Lira, embora esteja prestando serviços na Zeladoria da cidade de Rio Branco, consta na lista enviada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN) como um dos aquinhoados para a imunização do covid-19, embora desde o mês de janeiro esteja afastado da linha de frente do órgão responsável pelos presídios acreanos. Enquanto isso, servidores administrativos do Iapen, que estão na linha de frente junto aos policiais penais, ficaram de fora, o que motivou a publicação de uma nota do sindicato da categoria.

Respingos 

As denúncias do vice-governador Wherles Rocha, e a promessa de intensifica-las, dando conta de desvios públicos no seio do governo, começam a gerar retaliações para o número 2 do executivo. Ontem o Diário oficial trouxe as exonerações de quatro sargentos que atuavam no Gabinete Militar de Rocha. 

Desapontamento

“Recebi com tristeza a retaliação por conta da denúncia que eu fiz da compra mais que suspeita de R$ 15 milhões de livros de uma empresa de Manaus. Governador me retaliou retirando os profissionais de segurança que trabalham comigo. Qual é a intenção, Gladson? É me intimidar? Me calar? Que eu me omita? Não espere isso de mim, tenho uma história de vida contra a corrupção”, anotou Rocha em vídeo postado em sua conta no facebook no final do dia de ontem, quarta-feira. 

Tinhoso 

E foi além: “Infelizmente, isso não é para todos e não adianta tirar a minha segurança e eu nem sei o porquê, mas até imagino. Não vou me dobrar e vou continuar fiscalizando muito mais porque foi um governo que eu ajudei a eleger e que eu não posso permitir que ele repita as mesmas práticas de governo anteriores. Espere para os próximos dias mais denúncias”, afirmou. 


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Fênix 

A reabilitação eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que completa um mês nesta quinta-feira (8), impactou o cenário para 2022 a ponto de incomodar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um terreno no qual ele ostenta desenvoltura, o das redes sociais.

Desempenho 

Segundo o IPD (Índice de Popularidade Digital), ranking produzido pela consultoria Quaest, Lula estava empatado tecnicamente com Bolsonaro no quesito desempenho digital no início desta semana, depois de um pico em meados de março que fez o atual presidente assumir um inédito segundo lugar.

Índices 

Bolsonaro, que lidera o IPD desde que o monitoramento foi criado, em janeiro de 2019, ficou atrás de Lula por nove dias consecutivos a partir de 8 de março, data em que o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou as condenações do petista na Operação Lava Jato. Na última segunda-feira (5), quando a Quaest concluiu o relatório do período, os dois pré-candidatos à Presidência estavam em posição de empate técnico: Bolsonaro com 63,3 e Lula com 61,1.

Polarização 

Para analistas, o quadro na esfera virtual confirma a previsão de polarização entre bolsonarismo e petismo para a eleição de 2022, já que não surgiu até o momento um nome capaz de rivalizar com os dois campos que chegaram ao segundo turno em 2018.

Sinalização 

Embora evite se colocar desde já como concorrente, o petista fez discurso de candidato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC dois dias após a decisão de Fachin, intensificou o volume de entrevistas no Brasil e no exterior e passou a se colocar como um dos líderes da oposição ao governo.

Ação planejada

A estratégia do PT, contudo, passa por desestimular a antecipação do clima eleitoral, preparando as bases ao longo de 2021, com atuação na defesa da vacinação e no enfrentamento à fome e ao desemprego, para só depois colocar a pré-campanha na rua.

Sintomas 

Bolsonaro já vinha em tendência de queda no IPD antes mesmo da decisão do STF que recolocou Lula no páreo. A piora refletiu as críticas à condução de medidas contra a pandemia da Covid-19 e o agravamento da crise econômica. Em 1º de janeiro, a pontuação do mandatário alcançava a marca dos 83,2.

Impulso 

O ex-presidente vinha ganhando impulso e atingiu o ápice em março, com a mudança em sua situação jurídica. Depois disso, ele caiu e voltou a subir, ameaçando o atual titular do Executivo. Caso se candidate, o petista terá o desafio de ampliar sua presença digital, ainda inferior à do adversário.

Peso 

Na opinião da cientista política Juliana Fratini, que organizou em 2020 o livro “Campanhas Políticas nas Redes Sociais – Como Fazer Comunicação Digital com Eficiência”, as plataformas digitais vão manter a influência no jogo eleitoral, mas não constituem um fator isolado para a vitória. “Bolsonaro leva a vantagem de ter uma base ideológica, que vai apoiá-lo aconteça o que acontecer. Lula é quem hoje tem a maior musculatura para enfrentá-lo, mas o campo progressista possui uma deficiência antiga na disputa de rede social”, diz.

Fake news 

Juliana afirma que a esquerda perdeu a chance de construir uma arquitetura de disseminação de informações na internet como a utilizada por populistas como Bolsonaro e Donald Trump —mas faz a ressalva de que parte da mobilização se deu “de maneira ilícita, espalhando conteúdos falsos”.

Estratégia 

“Se quiser concorrer de igual para igual, o PT precisa de um João Santana das redes sociais”, segue ela, em alusão ao marqueteiro do partido que “teve muito sucesso na propaganda tradicional, sobretudo de TV”. Para ela, a missão nas redes demanda uma gestão profissional.

Tempos modernos 

“O crescimento de Lula depende da contratação de um bom estrategista digital, para organizar a militância em temáticas e distribuição de conteúdos. Não adianta o PT colocar um militante para fazer isso. Precisa mesmo de um profissional, para atrair outro eleitorado além do lulista tradicional.”