O boquirroto ativista político e magarefe Ruy Birico, bolsominion declarado, conseguiu unir o governo e a oposição na Aleac. Só que contra ele. Suas declarações de que estaria disposto a abrir o bucho de comunistas à faca, conforme áudios de sua autoria divulgados em redes sociais e grupos de Whatsapp, está a caminho de se tornar um caso de polícia e recebeu o repúdio dos 24 deputados do parlamento estadual, vez que o alvo dos comentários remete ao deputado estadual comunista Edvaldo Magalhães.
Palpos de aranha
Ontem os deputados Edvaldo Magalhães (PCcdoB), Daniel Zen e Jonas Lima (PT), além de Jenilson Leite (PSB) e o presidente do diretório regional do PCdoB, Eduardo Farias, foram à sede do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) pedir providências da instituição sobre incitação à violência e crimes correlatos praticados pelo ativista, os quais podem resultar em inquérito policial.
Aplausos
Atendendo ao pedido do conjunto dos parlamentares estaduais, o governador Gladson Cameli (PP) mandou exonerar o ativista de cargo comissionado do Instituto de Previdência do Acre, numa clara manifestação de repulsa ao procedimento do servidor, no que foi elogiado pelos parlamentares oposicionistas e demais colegas que apoiam o governo.
Balizas
O deputado estadual petista Daniel Zen, que é advogado e professor de Direito da Universidade Federal do Acre (Ufac), exaltou a postura do governador Gladson Cameli: “Assim como o governador do Acre demonstra não tolerar isso, o que nós queremos é que o restante da sociedade acreana proceda do mesmo jeito porque este comportamento fere os princípios da convivência democrática”, afirmou.
Dura lex, sed lex
Juridicamente, Ruy Birico, o açougueiro da paz e da convivência fraterna, deverá responder por crimes de incitação à violência e ameaças, todos regulados pelo Código Penal.
Missa encomendada
O relatório golpista apresentado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nesta terça-feira (22) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi arquitetado por Jair Bolsonaro (PL), segundo matéria assinada pela jornalista Thaís Oyama, do Portal de notícias UOL.
Invertendo os papéis
O questionamento do resultado das urnas, de acordo com a representação apresentada pelo partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL, há “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” em parte das urnas utilizadas no segundo turno da eleição. Não fossem os erros, Bolsonaro teria vencido o agora presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com pouco mais de 51% dos votos, afirma o relatório
Missão
“Na semana anterior ao feriado do dia 15 de novembro, Bolsonaro chamou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao Palácio da Alvorada para dizer-lhe que apressasse a conclusão do documento — ele queria vê-lo divulgado nesta semana, como ocorreu ontem, às 16h”, conta a reportagem.
Enredo
Bolsonaro ainda determinou quais seriam os papéis de Valdemar, do engenheiro Carlos Rocha, do advogado do PL, Marcelo Bessa, e do marqueteiro Duda Lima na divulgação do relatório. “O advogado Bessa ficou encarregado da fala mais forte. ‘As inconsistências não permitem atestar que as urnas registraram o resultado eleitoral segundo a vontade dos eleitores’, afirmou Bessa. Também sem provas, o advogado declarou que nas urnas em que, segundo o relatório do engenheiro Rocha não teria havido problemas, ‘Bolsonaro teve 51% dos votos e Lula, 48,95%’. O advogado não explicou como chegou a esses números”.
Missão
Foi uma ordem de Bolsonaro que a divulgação do documento fosse transmitida pelas redes sociais do PL, para que pudesse ser compartilhada com facilidade em grupos bolsonaristas.
Segundo aliados de Bolsonaro, seu objetivo com o relatório e com a divulgação midiática do documento é agitar sua base, criando um clima de tensão social no país para a posse de Lula.
Desde a eleição de Lula em 30 de outubro, bolsonaristas têm ocupado rodovias do país promovendo bloqueios e interdições. A violência tem escalado nestas ações.
Reação
A propósito da estratégia de Bolsonaro e aliados, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou no Twitter na manhã desta quarta-feira (23) uma mensagem pregando “paz” e “convivência democrática”.
Mensagem
“O povo brasileiro quer um país em que volte a reinar a paz, a convivência democrática. O Brasil precisa de diálogo e trabalho conjunto para voltar a crescer e gerar empregos. Vamos juntos trabalhar para que nosso país volte a ter normalidade e prosperidade. Bom dia para todos”, escreveu.
Vida mansa
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a despachar do Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (23/11). É a primeira vez, em 20 dias, que o atual mandatário do país deixa o Alvorada para trabalhar na sede da Presidência da República. A última vez que Bolsonaro havia comparecido ao Palácio do Planalto foi em 3 de outubro, quando cumprimentou o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). O compromisso não foi divulgado oficialmente.
Sinal de vida
Segundo os registros oficiais da Presidência, 31 de outubro, um dia após ser derrotado nas urnas, foi a última data em que o atual presidente despachou no local. A ida ao Planalto dá fim a uma reclusão de quase quatro semanas de Bolsonaro, desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para ser 39º presidente da República. Com a vitória do petista, Bolsonaro se tornou o primeiro presidente a tentar a reeleição e fracassar.
Encontro
A agenda oficial desta quarta prevê apenas um compromisso com o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN). Inicialmente, a agenda ocorreria às 11h30, no Palácio da Alvorada. Os compromissos de Bolsonaro não haviam sido atualizados até a publicação desta reportagem.
Agenda reduzida
Com a reclusão do mandatário no Palácio da Alvorada, os compromissos oficiais do chefe do Executivo tiveram uma redução de 63%, segundo registros da agenda presidencial. De 30 de outubro até a última sexta-feira (18/11), Bolsonaro teve apenas 27 compromissos como presidente. No mesmo período do ano anterior, a agenda oficial assinalou 74 reuniões e eventos.
Contraponto
Em comparação ao primeiro ano como presidente da República, a redução foi ainda maior. Entre 31 de outubro e 18 de novembro de 2019, Bolsonaro teve 101 compromissos. Em período equivalente no ano seguinte, já com a pandemia de coronavírus, foram contabilizadas 66 agendas oficiais.
Convescotes
Nas últimas três semanas, o atual presidente apenas recebeu familiares e aliados próximos, como ministros, parlamentares e assessores, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Bolha
O fluxo de apoiadores no local, que costumava ser grande e diário, também foi reduzido nos últimos 20 dias. Desde que perdeu as eleições, Bolsonaro deixou de cumprimentar simpatizantes no “cercadinho” do Alvorada, como era hábito nos últimos anos.
Desculpa
Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Bolsonaro está com um ferimento na perna que estaria dificultando até mesmo ele vestir calças compridas, o que justifica seu isolamento na residência oficial. Aliados dizem que Bolsonaro teria ferido a perna durante a campanha, mas não cuidou direito à época. O ferimento, então, teria infeccionado, o que fez com que ele tivesse de tomar antibióticos e sentido febre e indisposição.
Responsabilidades terceirizadas
O estado de saúde fez com que o presidente escalasse o seu vice, general Hamilton Mourão (Republicanos), para receber as cartas credenciais de embaixadores estrangeiros na última quarta-feira (16/11). A agenda geralmente conta com a presença do presidente. Na semana passada, o general Walter Braga Netto, que compôs a chapa de Bolsonaro como candidato a vice, adiantou que o presidente deveria voltar a despachar do Palácio do Planalto em breve, mas não soube cravar uma data.