Uma parte do forro do Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, caiu na tarde de sexta-feira (2). Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para ajudar no resgate dos pacientes e retirar a outra parte da estrutura que não desabou, evitando novos acidentes.
Óbito
A queda da estrutura resultou que um dos pacientes atingidos ficou em estado grave e precisou ser encaminhado às pressas ao Pronto-Socorro de Rio Branco, vindo a falecer na noite de ontem, sábado, 03.
Ação
Em Nota Pública, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que o paciente foi imediatamente socorrido e que a Unidade está sendo reformada e ampliada num investimento de R$ 15 milhões, para que assim possa passar por melhorarias no atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde e que após o esclarecimentos dos fatos, o Estado tomará as medidas necessárias para resguardar os usuários da unidade hospitalar.
Repercussão
Diante do momento eleitoral vivenciado e presente a dor dos familiares pelo óbito, a repercussão foi imediata. Os diversos atores políticos que se posicionam contra o governador Gladson Cameli (PP), de imideiato recorreram às redes sociais apontando o governo como responsável direto pela tragédia.
J’accuse
O Senador Sérgio Petecão, candidato do PSD ao governo do Acre, foi incisivo ao comentar o fato: “É lamentável que esse cidadão tenha morrido…Um local que é para salvar vidas virou um local para tirar a vida das pessoas. Hospital de Sena é uma área de risco. Isso ocorre em todo o Estado. Me coloco no lugar das pessoas que estão sofrendo em todos os hospitais no nosso Acre. Sena Madureira está muito triste com essa situação. E eu também. Governador tem que pedir desculpa por morte de paciente de Sena”.
Clima
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como “vagabundo” durante um discurso em Novo Hamburgo (RS), em razão da ação contra empresários que faziam parte de grupo de WhatsApp em que se defendeu golpe de Estado.
Sujeito oculto
Sem mencionar o nome do ministro, ele classificou dessa forma quem “dá a canetada” após ouvir relato sobre uma conversa escutada “atrás da árvore”, referência ao vazamento dos diálogos do grupo de empresários. “Vimos há pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa qual seja”, disse ele.
Visão de mundo
“Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo.”
Identificando culpados
Bolsonaro também falou que problemas internos do país são maiores que os externos e falou na existência de “maus brasileiros”. “Temos problemas externos. Mas nossos maiores problemas são internos. São maus brasileiros que não têm qualquer respeito com a população, com a família, com as mulheres, com a propriedade privada, com as religiões. Quer o poder pelo poder.”
Cenário
A declaração ocorre dias antes dos atos previstos para ocorrer no próximo dia 7 de Setembro, Bicentenário da Independência do país, que o presidente pretende transformar em demonstração de apoio político à sua candidatura à reeleição. Na mesma data no ano passado, Bolsonaro chamou Moraes de canalha.
Irascível
O comportamento do presidente no ato é imprevisível. A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando esfriar os ânimos do presidente em relação ao ato de Copacabana, onde há previsão de maior carga política. Bolsonaro sempre demonstrou interesse que o ato fosse de grandes proporções, a fim de demonstrar apoio popular. Contudo, chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou Alexandre de Moraes de canalha. A autorização pelo ministro de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos. O comportamento do presidente para o ato ainda é imprevisível.
Faroeste caboclo
Ainda durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reeditou, uma fala polêmica em que relaciona o uso de armas de fogo por mulheres à Lei Maria da Penha. Durante evento voltado ao eleitorado conservador feminino, o chefe do Executivo lembrou de questionamento feito a eleitoras: “Você prefere sacar da bolsa a Lei Maria da Penha ou uma pistola?”.
Alvo
Sobre o mesmo assunto, o mandatário do país mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem rivaliza nas pesquisas de intenção de voto para presidente. “Ele diz que vai transformar os clubes de tiro em biblioteca”, sustentando seu ponto de vista que a tese armamentista que defende garante a não violência.
Números
Apesar de fazerem oposição a Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) demonstraram ter proximidade com as pautas que o presidente levou ao Senado nos últimos quatro anos. Segundo plataforma desenvolvida pelo portal Congresso em Foco, que mede o nível de adesão dos parlamentares ao governo segundo o interesse do Palácio do Planalto nas votações, Thronicke esteve mais alinhada a Bolsonaro do que Tebet. Ela votou com o governo em 89% de 374 votações. A candidata do MDB não ficou muito atrás e se alinhou a Bolsonaro em 85% das votações. Ambas estão acima da média de adesão do conjunto dos senadores, que é de 82%.
Contra
As candidatas divergiram entre si em algumas situações. No caso da CPI da Lava Toga, que senadores tentaram instalar em 2019 e que mirava ministros do STF, Tebet foi contra. Já Thronicke, favorável – ela fez parte do grupo autointitulado Muda Senado, que atuava em defesa de pautas anticorrupção.
A favor
Ambas votaram a favor da Reforma da Previdência, da autonomia do BC e do Marco Legal do Saneamento. Tebet concordou com o presidente no projeto que permitiu a moradores de áreas rurais usarem armas em toda a propriedade, não apenas na sede. Soraya também.
Fogo
Ambas vêm escolhendo Bolsonaro como alvo preferencial na campanha, embora façam críticas a Lula. Soraya vê oportunidades para criticá-lo pelos ataques à democracia. Já Tebet ganhou votos após confrontá-lo no debate da Band sobre mulheres.