A justiça eleitoral já começou a endurecer as regras da disputa eleitoral deste ano. O Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC) acatou, na manhã de ontem, quarta-feira, 24, a Representação (11541) Nº 0600782-53.2022.6.01.0000, decidindo por liminar contra a coligação do candidato à reeleição, Gladson Cameli (PP), por propaganda institucional abusiva.
Rigores da lei
A representação foi feita protocolada pela assessoria jurídica da coligação “A Esperança de um Acre Melhor Começa Agora!”, da candidata ao governo Mara Rocha (MDB). De acordo com a representação, o governo Cameli autorizou a publicidade institucional da matéria intitulada “Deracre instala iluminação pública para operação noturna no aeródromo de Tarauacá”, no sítio de notícias Batelão.com, o que, pelas regras Justiça Eleitoral, caracteriza em violação ao disposto no artigo 73, inciso VI, alínea “b”, da Lei n. 9.504/1997, conduta essa que configura abuso de poder.
Balança desequilibrada
Na decisão assinada pelo Juiz Auxiliar Herley da Luz Brasil, o magistrado considera que a manutenção do acesso à notícia caracteriza desequilíbrio da disputa eleitoral em meios não permitidos pela Lei Eleitoral. O magistrado considerou ainda que existe clara aparência de violação ao disposto no artigo 73, inciso VI, alínea “b”, da Lei n. 9.504/1997, determinando prazo de 24 horas para a retirada da matéria do ar, estipulando ainda cinco dias para que os representados apresentem defesa.
Ritmo de festa
O candidato a Senador Alan Rick (União Brasil) inaugurou ontem, quarta-feira, 24, o primeiro comitê de campanha em Rio Branco. O local escolhido para ser referência para apoiadores e militantes foi um prédio na região central, no Parque da Maternidade, próximo a Concha Acústica.
Agito
Antes da inauguração que ocorreu por volta das 17h, apoiadores e militantes se reuniram o portal de entrada do parque, onde realizaram um bandeiraço.
Correligionários
O evento contou com a participação de lideranças e candidatos que já declararam apoio a Alan Rick, como os estaduais Francineudo Costa (UB), Oton Sales (UB), Antônio Pedro (UB) e os federais Pedro Valério (UB), Lícia Fideles (Solidariedade), Lanna Vaz (PSDB) e Mirla Miranda (UB).
Gracias
Durante sua fala, Alan Rick agradeceu o apoio de todos e falou sobre o resultado da pesquisa da. “Nós somos um povo simples, não temos a riqueza dos demais, mas eu acredito que temos o povo do Acre do nosso lado. Saiu a primeira pesquisa registrada pós convenções e esse apoio que sentimos nas ruas, nas nossas visitas foi demonstrado em números. Estamos unidos pelo desejo de viver melhor, de olhar nos olhos dos nossos filhos, todos os dias, acreditando numa vida melhor pra eles!”, finalizou.
Dindin
A imprensa local destaca que o senador licenciado e candidato ao governo, Sérgio Petecão, recebeu da Direção Nacional do PSD a quantia de R$ 3 milhões para custear os gastos da sua campanha eleitoral rumo ao governo do Acre. Os recursos são provenientes do Fundão Eleitoral e foram transferidos pela direção nacional do PSD para a conta do candidato.
Arca
Pelos critérios adotados pela legislação eleitoral aprovada no Congresso Nacional ((Câmara + Senado), que criou o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o União Brasil, maior partido do Brasil, criado em 2021 a partir da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), terá R$ 782,5 milhões para a campanha eleitoral, o que corresponde a 15,77% do total do fundo.
As expensas do erário
Na sequência de valores aparecem o PT, com 10,15%, o equivalente a R$ 503,3 milhões e o MDB, com 7,2%, R$ 363,2 milhões. PSD tem 7,05%, totalizando R$ 349,9 milhões e o PP, com 6,95%, receberá R$ 344,7 milhões, seguido pelo PL, com 5,82%, e pelo PSB, com 5,42%. O Novo renunciou ao repasse destinado à legenda.
Régua
Enquanto Petecão recebeu R$ 3 milhões, numa demonstração de que sua candidatura é estratégica para a direção nacional da sigla, o candidato a reeleição Gladson Cameli (PP) ainda não recebeu recursos em sua conta. A mesma situação se aplica a candidata ao governo Mara Rocha (MDB). David Hall (Agir) recebeu R$ 100 mil de seu partido e Jorge Viana (PT) recebeu R$ 750 mil da direção nacional do PT. Márcio Bittar (UB) registrou R$ 711 mil de receitas também provenientes do Fundão do União Brasil. Nilson Euclides (PSOL) ainda não recebeu nenhum recurso.
Tabela
O limite de gasto no primeiro turno para os candidatos ao governo do Acre é de R$ 3,5 milhões neste primeiro turno. Já no segundo, o gasto deve ser limitado a R$ 1,7 milhão.
Avareza
Nenhum dos oito empresários bolsonaristas que foram alvo da Polícia Federal nesta semana figura na lista de doadores de campanhas neste ano, segundo o TSE. Até o momento, pessoas físicas já contribuíram com R$ 58 milhões no financiamento de candidaturas de políticos. Em 2018, cinco desses empresários fizeram doações à campanha de Jair Bolsonaro ou para Flávio Bolsonaro.
Muquiranas
O que mais contribuiu foi José Isaac Peres, da Multiplan, que repassou R$ 30 mil para a campanha do filho do presidente. Já Ivan Wrobel, da construtora W3, aparece como doador de apenas R$ 100 para Jair Bolsonaro em 2018. O empresário diz não se lembrar da contribuição e afirma que tampouco fará doações neste ano.
Colega@
Reportagem do site Metrópoles (https://www.metropoles.com/) mostrou mensagens de apoio a um golpe de Estado trocadas em um grupo de WhatsApp do qual fazem parte, além de Peres e Wrobel, Luciano Hang (Havan), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Meyer Nigri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii), Afrânio Barreira (Coco Bambu).
Final
“Pronto para a final de campeonato”. É assim que aliados de Lula classificam seu estado de espírito para a entrevista que ele concede nesta noite ao Jornal Nacional. O momento é descrito por coordenadores da campanha como o “espaço” mais importante que o petista terá na corrida eleitoral, devido ao alcance que o programa tem entre o eleitorado.
Estratégia
Para aproveitar essa visibilidade, a estratégia é focar na economia e seguir um tom pacificador, mostrando que não tem mágoas nem quer qualquer tipo de vingança. Integrantes do partido que participam da preparação de Lula para o JN afirmaram que o ex-presidente vai insistir na agenda negativa do governo Bolsonaro, como aumento da fome, desemprego e inflação. A ideia de Lula é se colocar como a opção capaz de reverter esse cenário e “recuperar” o Brasil.
Na ponta dos dedos
Questionados se o petista pretende usar o JN para fazer algum aceno aos evangélicos, onde tem encontrado dificuldade de crescer, integrantes da campanha falaram que o plano é “não fazer recortes”, a menos que seja provocado.
Defesa e ataque
Apesar de buscar um tom de pacificação, Lula também se preparou para rebater temas controversos, inclusive aqueles envolvendo as acusações que pesaram sobre ele na operação Lava-Jato. O treinamento sobre esse assunto ficou a cargo dos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.
Assistentes técnicos
Já os demais temas foram trabalhados com o petista pela coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, além de membros da coordenação política da campanha, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Os responsáveis pela área de comunicação também tiveram participação ativa nesse processo, como o marqueteiro Sidonio Palmeira, Franklin Martins, Edinho Silve, Rui Falcão, Ricardo Amaral e José Chrispiniano.
Perdas e danos
A avaliação da campanha petista é que Bolsonaro “não perdeu” com sua participação no JN e que isso teria sido positivo para o presidente. Hoje o foco da equipe é que Lula cresça para ter chances de vencer no primeiro turno. As pesquisas internas do partido, no entanto, têm mostrado estabilidade nas intenções de voto do petista.