Pesquisa Ibope divulgada pela Rede Amazônica ontem, sexta-feira (20), aponta os seguintes percentuais de intenção de voto para o segundo turno das Eleições 2020 para a Prefeitura de Rio Branco: Tião Bocalom (PP): 65%; Socorro Neri (PSB): 28%; Branco/nulo: 5%; Não sabe/não respondeu: 2%.
Votos válidos
Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto. Seguindo esses critérios, Tião Bocalom alcança 70% das intenções de voto e Socorro Neri 30%.
Pesquisa espontânea
A pesquisa do Ibope também traz a intenção de voto espontânea, sem a apresentação dos nomes dos candidatos aos eleitores: Tião Bocalom: 61%; Socorro Neri: 26%; Outros: 1% Branco nulo: 6%. Não sabem ou preferem não opinar: 6%. A soma dos percentuais pode não totalizar 100% em decorrência de arredondamentos.
Ficha técnica
A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos; Foram pesquisados 602 eleitores da cidade de Rio Branco; A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 20 de novembro de 2020; o número de identificação na Justiça Eleitoral é AC-06347/2020. A pesquisa foi encomendada pela Rede Amazônica. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.
Posição
Reunido na manhã de ontem, sexta-feira (20), o Comitê Municipal do PCdoB de Rio Branco tirou decisão a respeito do apoio do Partido neste 2º Turno. Os membros chegaram ao entendimento de que a militância ficará livre para votar de acordo com suas convicções. No entanto, o PCdoB deixa claro que não apoia nenhum dos dois candidatos que concorrem a Prefeitura de Rio Branco neste pleito
Considerações
O partido emitiu nota com o seguinte teor: “Considerando o quadro eleitoral confirmado no último dia 15 de novembro que levou ao segundo turno a disputa para a prefeitura de Rio Branco; Considerando que a candidatura de Tião Bocalom representa a aglutinação do polo conservador ligado ao Bolsonarismo;”
Empecilho
Adiante: “Considerando ainda que a atual prefeita, Socorro Neri, se deixou capturar pelo pensamento anti-esquerda, negador das origens que lhe garantiram o mandato que ora exerce, fazendo opção pelo grupo político eleitoral do governador Gladson Cameli e pela outra vertente dos partidos satélites do governo Bolsonaro;”
Neutralidade
“A direção do Comitê Municipal do PCdoB de Rio Branco, ouvindo a direção do Comitê Estadual e as demais instâncias, decide não apoiar nenhuma das duas candidaturas que se apresentam neste segundo turno, compreendendo, é claro, as escolhas feitas por nossa população e o voto individual de cada militante, inclusive dos que ainda enxergam na candidatura encabeçada pelo PSB algum sopro de progressismo.”
Livre arbítrio
Mais adiante: “Acreditamos, e por isso defendemos, que a soberania do nosso povo se alcança por meio das suas próprias escolhas, através da liberdade democrática, liberdade essa sempre e inegavelmente defendida pelo PCdoB”.
Compromisso
Finalizando: “Esperamos que este pleito seja pautado pelo processo democrático, respeitando os princípios constitucionais, ao mesmo tempo em que reafirmamos nossa confiança no sistema eleitoral Brasileiro tão atacado por aqueles que querem minar a nossa democracia. Por fim, como sempre fizemos - historicamente, reafirmamos o nosso compromisso de continuar lutando por um Acre melhor e menos desigual e, destacadamente, por uma Rio Branco mais feliz.”
Fato
A prorrogação do auxílio emergencial por mais alguns meses já está na mesa. O ministro Paulo Guedes dificilmente conseguirá escapar desse caminho. Vai se consolidando uma convergência política para garantir a prorrogação do benefício, mesmo que pequena (no máximo dois meses).
Tendência
Experientes observadores do jogo político dão como alta probabilidade a prorrogação. Essa percepção também foi passada pelo diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, durante apresentação de relatório mensal do órgão do Senado que avalia as contas públicas.
Intramuros
Por enquanto, o movimento se dá nos bastidores das negociações políticas que envolvem também as votações de fim de ano e a eleição para a sucessão dos presidentes da Câmara e do Senado.
Encruzilhada
Mas qual a razão para a prorrogação? A resposta é que nem o governo nem o Legislativo encontraram outra saída, nem de transição nem estrutural, para o dia 1.º de janeiro, quando acaba o auxílio. Faltam apenas 40 dias.
Refluxo
As incertezas geradas pela velocidade assustadora da alta de casos da covid-19 nos últimos dias empurram a decisão também nessa direção. A prorrogação do auxílio pode ser feita por crédito extraordinário, sem orçamento de guerra, e com o gasto fora do teto. A Emenda Constitucional 95 prevê essa válvula de escape.
Estratégia
O governo preferiu, nos últimos meses, jogar na retranca por causa das eleições, deixou de lado a discussão do novo programa social. Sem conseguir consenso para as medidas impopulares, Guedes passou a apostar na continuidade do programa Bolsa Família, sem grandes reforços – um refresco para a pressão “fura teto de gasto” que parte do governo. O mercado financeiro gostou e se acalmou.
Banho maria
Como a hora da verdade para as reformas estruturantes não chegou depois do primeiro turno das eleições municipais e nem vai chegar com o fim do segundo turno, o pensamento no mercado tem sido que é melhor empatar o jogo nas poucas semanas que faltam até o início do recesso parlamentar. Ninguém perde ou ganha e fica tudo para o início de 2021.
Postergação
O que se pode esperar até o fim do ano é um avanço na aprovação de novos marcos regulatórios e outros projetos, que, embora não sejam PECs, são também importantes. Além da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Já o Orçamento deve ficar para o ano que vem. Para o primeiro semestre do ano, sobraria a última janela de avanço das reformas no governo Bolsonaro.
Discussão
Enquanto a prorrogação do auxílio não sai, o debate do momento tem sido de que houve exagero na concessão da ajuda e que muita gente recebeu sem precisar. É bom lembrar, no entanto, as condições de urgência em que ele foi montado e também reforçar que o auxílio não tinha como foco somente a contenção da pobreza.
Essência
O objetivo do auxílio foi, sim, conter a queda de renda dos informais, mas de modo a propiciar condições para que eles cumprissem o isolamento. O auxílio não seria efetivo como estímulo ao isolamento caso fosse só para pobres ou tivesse valor muito baixo, ainda mais nas metrópoles, onde informais auferem rendimentos maiores e são exatamente os locais de maior aglomeração urbana. Se a piora da pandemia acelerar nos próximos dias, o anúncio da prorrogação pode até vir antes.