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Jamaxi

Tão longe, tão perto!

Em que pese o ringue em que se transformou o relacionamento político entre o governador Gladson Cameli (PP) e o vice-governador Wherles Rocha (PSL), ao que parece, o destino opera para não apartar a dupla. 

Reunião em Brasília

Ontem, segunda-feira (31), em Brasília, o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda, recebeu o governador Gladson Cameli, o senador Márcio Bittar, o secretário de Saúde, Alysson Bestene, e o presidente do partido no Acre, Pedro Valério, encontro onde o tema predominante foi a política do estado e seus desdobramentos.

Objetivos 

No convescote, Rueda mostrou interesse em que a sigla passe a compor o governo de Gladson, mirando montar uma chapa forte para deputado federal em 2022, garantia que lhe foi dada pela missão dos políticos acreanos caso fique acertada a entrada destes no Partido Social Liberal.

Arranjo 

Avançando o acerto político, o PSL no Acre ficaria sob as asas do governador Gladson Cameli – que continuaria hospedado no PP – e seus correligionários. A ideia de Cameli seria colocar seu amigo, o cirurgião-dentista Alysson Bestene na sigla, dentre outros aliados. Para isso, o ainda secretário de Saúde teria que deixar o PP e virar liberal. Pedro Valério, o atual presidente da agremiação, continuaria no comando.

Ramaria 

Dirigentes do PSL devem vir ao Acre no dia 11 para assinar a ficha de filiação de Alysson e outras figuras fiéis ao projeto político de Gladson, como é o caso do suplente do senador Márcio Bittar (MDB), o oftalmologista Eduardo Veloso. 

Reposicionamento

E dado como certo que Alysson Bestene deixará o comando da Sesacre nos próximos dias e irá conduzir parte da articulação política do governo ao lado de Moisés Diniz, que também virou dirigente partidário no Solidariedade.

Procurando rumo 

Como o governador Gladson Cameli é água e óleo com o vice Wherles Rocha e este detém o comando do PSL no Acre, dando certo a manobra de Gladson e aliados, a perspectiva é que Rocha migre para outra sigla. Depois de tomar de assalto o comando do partido socialista liberal em meados de 2020, Rocha agora sofre o mesmo revés que dispensou aos antigos militantes do partido que emprestou a sigla para a eleição do presidente Jair Bolsonaro. 

Tranquilidade 

Sobre a manobra que visa tirar o PSL da órbita de influência do vice-governador, procurado pelo site ac24horas, Rocha foi sucinto dizendo não ter medo de perder o comando da sigla, posto que tem acesso direto ao presidente nacional da sigla, o deputado pernambucano Luciano Bivar. “Eu sei de tudo, já fui informado. Não acredito que consigam fazer isso. Tenho contato direto com Bivar e até onde eu sei, tudo está certo”, frisou. 

Passo atrás

A atual Secretária Estadual de Educação, professora Socorro Neri, cancelou a compra milionária de livros que estava sendo encaminhada pelo antigo gestor da pasta, o também professor Mauro Sérgio. O cancelamento foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (01).

Nicho de problemas

A compra cancelada estava orçada no valor de R$ 10 milhões através de uma “carona” (sem licitação) e destinava-se a aquisição de livros com questões aplicadas nas edições anteriores do Enem. Esse tipo de publicação é de acesso gratuito na página do Inep, mas estavam sendo comprados por R$ 150 a unidade. A compra já houvera sido denunciada pelo vice-governador Wherles Rocha em suas redes sociais, onde ele, inclusive, aduzia que a operação estava eivada de irregularidades, ensejando uma negociata entre agentes do governo e gestores da pasta. 

Tal e qual

O contrato assinado pelo ex-secretário Mauro Sérgio guarda semelhança com os livros adquiridos para o EJA, ao custo aproximado de R$ 25 milhões. Os R$ 25 milhões foram pagos, também, por livros que são distribuídos gratuitamente pelo MEC.

Estorno 

Informações de dentro da Secretaria de Educação, dão conta de que parte do material adquirida pela licitação cancelada chegou a ser entregue mas Socorro Néri determinou que sejam recolhidos. Pessoas citadas no caso da compra dos livros para o EJA entretanto, permanecem em cargos dentro da Secretaria.

Detalhes 

Outra irregularidade constatada na operação que resultou no registro da ‘carona’ é que a Ata de registro de preços que foi acatada pelo governo do Acre, na sua origem tem como objeto licitado bem diferente do produto necessitado pela administração do Acre.  A licitação que propiciou a carona tem como item a “aquisição de acervo bibliogáfico estrangeiro constituído de mapas, publicações oficiais, normas técnicas, obras de referência…”.  O pregão eletrônico aderido é de 24/09/2020. O contrato foi com a empresa MKS Soluções Comerciais e Distribuidora de Materiais. 


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Tudo a ver 

O presidente Jair Bolsonaro tem tudo para se sentir em casa no partido de nome Patriota ao qual, ontem, filiou-se seu filho Flávio, o Zero Um, senador. Não por causa do filho, mas porque o partido tem todas as características de ser um empreendimento familiar, algo que Bolsonaro tanto preza como alardeia.

Programa 

Uma das menores siglas da Câmara, com apenas seis deputados, o Patriota destaca como uma de suas bandeiras a eficiência na gestão pública, com o menor gasto possível para a promoção de bens e direitos, e a “verdadeira austeridade fiscal com busca ao déficit nominal zero”. Como o papel aceita tudo…

A grande família 

O presidente do partido atende pelo nome de Adilson Barroso Oliveira. A levar-se em conta sua gestão à frente do Patriota, por eficiência deve-se entender o uso que faz de dinheiro público para empregar parentes com bons salários. No momento, segundo a Folha de São Paulo, são pelo menos 10 parentes.

Grande negócio 

As prestações de contas do partido relativas aos anos de 2017 a 2020 revelam que Oliveira embolsou R$ 1,5 milhão de verba do Fundo Partidário. Só no ano passado, R$ 225 mil. Depois dele, sua mulher, Cássia Freire Sá, que no mesmo período recebeu R$ 112 mil. Em seguida, a cunhada, Andresa Nabarro (R$ 56 mil)

Sangue do meu sangue

Rute Ferreira de Lima, ex-mulher de Oliveira, foi contemplada com R$ 50 mil no ano passado; a filha Fabiana com R$ 47 mil, e o sobrinho Willian com R$ 48 mil. Dinheiro do partido em 2019 foi gasto com a compra de cinco carros, entre eles uma Mitsubishi Pajero Sport zero quilômetro no valor de R$ 260 mil.

Quiprocó

Embora nanico, o Patriota conta com alas. E uma delas entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral onde acusa Oliveira de ter cometido irregularidades ao organizar a convenção nacional do partido em que foi anunciada a filiação de Flávio.