Ao longo das últimas três décadas, Jorge Viana (PT) e Flaviano Melo (MDB) protagonizaram inúmeras disputas eleitorais, isso sem contar que o petista já foi assessor do emedebista na Funtac quando o último governou o estado nos idos dos anos 80. Mas, diante da polarização política gerada nas eleições de 2022, em especial, no segundo turno, quando o confronte alinhou Lula e Bolsonaro, a dupla optou por caminhar democraticamente lado a lado, com a companhia de boa parte do MDB.
Convescote
Hoje, terça-feira, 25, em Rio Branco, Jorge Viana se reuniu com o presidente do MDB, deputado federal Flaviano Melo e membros da Executiva do partido, que, juntos, alinharam apoio à eleição do candidato Lula (PT) à presidência da República. Também estiveram presentes no encontro histórico o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, e os ex-deputados João Correia e Chagas Romão, além de outros integrantes do MDB.
Planos futuros
“O momento gravíssimo que o país vive requer isso. No MDB, têm pessoas que apoiam Bolsonaro, mas, a ampla maioria da Executiva apoia o presidente Lula. A Simone Tebet passou a ser uma peça muito importante nesse processo de eleição do presidente Lula. E eu vim aqui para a gente conversar sobre isso. É muito importante que PT e MDB estejam juntos nesse processo, e também após as eleições”, salientou o ex-senador Jorge Viana.
Política: arte ou ciência de governar
O apoio de Flaviano a Lula não é uma surpresa. Ainda no primeiro turno, o parlamentar havia comentado que “Bolsonaro nunca mais”, durante entrevista concedida ao jornalista Luciano Tavares, do site Notícias da Hora. Questionado sobre as diferenças entre as siglas PT e MDB, Flaviano foi enfático ao sinalizar para projetos futuros. “Essas arestas políticas são sempre possíveis de serem aparadas; política é assim, graças a Deus”, disse.
Ranking
Apesar de, no Acre, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ter conquistado a maioria dos votos, no primeiro turno, 62,5% (275.582 votos), é o ex-presidente Lula que lidera a maioria das pesquisas de intenção de voto no país. Segundo a última pesquisa do instituto Ipespe, hoje Lula pontua 50% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro fecha em 44%.
Pegadinha
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) querem lançar um desafio a Lula (PT) durante o debate da Globo, que ocorrerá na próxima sexta-feira, 28. A ideia é questionar se o petista conhece o número do decreto que institui sigilo de 100 anos para informações pessoais e perguntar também se o presidente sabe quem fez esta lei. A intenção de auxiliares do presidente é deixar o petista numa saia-justa uma vez que o dispositivo usado pelo governo de Jair Bolsonaro está baseado na Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação, criada em 2011, no governo de Dilma Rousseff.
Efeito bumerangue
Essa norma deu meios para a sociedade cobrar transparência de agentes públicos e obter o direito fundamental de acesso a informações públicas. No artigo 31 da lei, está previsto sigilo a informações pessoais relacionadas “à intimidade, vida privada, honra e imagem”. No último debate da Globo, Lula afirmou que, se eleito, fará um decreto para acabar com o sigilo de 100 anos e “para saber o que esse homem esconde por 100 anos”.
Estabilidade
A propósito da disputa presidencial, a terceira rodada da pesquisa Ipespe/Abrapel divulgada nesta terça-feira, 25, a cinco dias da realização do segundo turno da corrida presidencial, indica um cenário cristalizado, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida ao Palácio do Planalto, registrando 53% dos votos válidos, onde são descartados os brancos e nulos, o mesmo porcentual da pesquisa divulgada na semana passada, dia 18. O presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, tem 47% dos votos válidos, também o mesmo porcentual do registrado na semana passada.
Interesse
Indagados, 78% dos eleitores disseram que têm muito ou algum interesse pela corrida presidencial e 20 % pouco ou nenhum interesse, também o mesmo porcentual apurado na mostra divulgada no dia 18.
Convicção
Na pesquisa espontânea, Lula pontua 47% (na anterior tinha 46%) contra 43% de Bolsonaro (na anterior ele tinha 42%), brancos e nulos somam 5% (eram 7% na semana passada) e “não respondeu” 5% (mesmo porcentual da pesquisa do dia 18 de outubro). Na estimulada, o petista tem 50% (na anterior tinha 49%) e o atual mandatário 44% (na anterior tinha 43%), brancos e nulos somam 4% (eram 6%) e “não respondeu” 2 % (mesmo porcentual da semana passada). As oscilações estão dentro da margem de erro que é de 3 pp para mais ou para menos.
Dados técnicos
A pesquisa Ipespe ouviu 1.100 eleitores de todo o País, de 22 a 24 de outubro. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. O registro no TSE é o BR - 08044/2022. O levantamento foi contratado pela Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).
Sensatez
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta terça-feira, 25, a remoção da publicação que promove ataques a Carmen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).
Estopim
Na última sexta-feira (21/10), o ex-deputado federal Roberto Jefferson fez uma série de ofensas à ministra por meio das redes sociais da filha, a também ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), após a magistrada ser favorável a punições contra a emissora Jovem Pan. Jefferson foi preso após atirar contra policiais federais que cumpriam um mandado de prisão contra ele no domingo (23/10).
Teor abjeto
O pedido de remoção foi feito pelo Ministério Público Eleitoral, no último domingo. A decisão do TSE determina a remoção do vídeo publicado no Twitter na conta de Cristiane Brasil. A plataforma removeu o post da página da ex-deputada no domingo.
Punição
Caso Twitter ou Cristiane descumpram a medida, receberão multa diária de R$ 150 mil. A filha de Jefferson também está impedida de fazer nova divulgação do vídeo, ainda que parcial. Caso contrário, terá que pagar multa nesse mesmo valor. Por fim, o Twitter deve preservar a íntegra do vídeo e enviá-la ao TSE.
Mais do mesmo
Ainda sobre o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), ele reforçou as ofensas contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), durante audiência de custódia realizada ontem (24) no Rio de Janeiro. Ele foi preso dias depois de chamar a magistrada de “bruxa” e compará-la a prostitutas.
O homem e o estilo
Jefferson resistiu à prisão. Ele disparou 50 tiros de fuzil e arremessou três granadas de efeito moral na direção dos agentes que foram cumprir a decisão. A PF afirmou em relatório que o ex-deputado assumiu o risco de matar os policiais, e Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.
Conceito
Na audiência de custódia, Jefferson disse que tinha “absoluto desprezo” por Moraes e que pediria desculpas para as prostitutas por compará-las no vídeo divulgado na sexta-feira (21) à ministra Cármen Lúcia. “Fiz um comentário mais duro contra o voto escandaloso da Min. Cármen Lúcia. Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”, afirmou Jefferson.
Questão pessoal
Em relação a Moraes, o ex-deputado disse que o ministro tem um “problema pessoal” com ele. Jefferson também criticou Edson Fachin, que presidiu o TSE antes do magistrado. “Ele [Moraes] diz que eu faço parte de uma milícia digital, mas eu acho que ele faz parte de uma milícia judicial no STF, por isso nós temos problemas”, disse. “Por 3 (três) vezes, o min. Alexandre me humilhou na frente da minha esposa. Os policiais vão no quarto e na gaveta das roupas íntimas da minha mulher e as jogam no chão e pisam nas roupas como se pisassem na minha virilidade”.
Metralhadora
Jefferson atacou ainda a PGR (Procuradoria-Geral da República). Como mostrou a imprensa, a equipe de Augusto Aras planejava enviar o ex-deputado para uma instituição psiquiátrica, por considerar que ele aparentava ter indícios de perturbação mental. “Ele [Moraes] me humilhou e humilhou a minha Ana. A mesma fibra ele tem, como eu tenho, a audácia dos canalhas. Só que nós precisamos nos encontrar pessoalmente para discutir isso, se o Procurador não conseguir me colocar num manicômio, para encobrir os atos ilegais do Xandão. Pensei que a PGR tinha mais dignidade”, afirmou.