A deputada Antonia Sales (MDB) apresentou na sessão de ontem, quarta-feira (28), indicação solicitando da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) a realização de um mutirão de cirurgias no Hospital das Clínicas do Acre. A solicitação da peemedebista deixa patenteado que o setor saúde do Acre continua capenga.
Caos em números
A parlamentar frisou que o número de pessoas na fila em busca de cirurgias aumentou, consideravelmente, no Estado. “Tem paciente esperando há mais de seis anos pelo procedimento, os números são realmente preocupantes. Sabemos que a saúde é um direto de todos e dever do Estado. As pessoas não podem continuam morrendo à míngua nas filas dos hospitais”, disse.
Raio X
Ainda de acordo com a deputada, 11.261 cirurgias estão reprimidas naquela unidade de saúde. “Na área de ortopedia mais de 1.200 cirurgias estão paradas. No setor de urologia, 1.149 pacientes aguardam o procedimento. A coisa está feia mesmo, se não for realizado um mutirão urgente a situação tende a se agravar ainda mais”, ressaltou.
Vírus da incompetência
A emedebista pontuou que as pessoas estão completamente desassistidas pela Sesacre em várias especialidades. Relatou que diariamente socorre, ajuda, e auxilia pessoas doentes que a procuram. “Nós deputados, não podemos ficar calados diante de tanto sofrimento. A situação mais grave é dos que moram nos seringais, na zona rural e às margens dos rios. A secretária de Saúde ainda não disse a que veio. A situação está realmente grave, ela precisa se manifestar”, afirmou.
Toco y me voy
Líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP) disse, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que cogita deixar o partido do presidente Jair Bolsonaro. Ele tem enfrentado crescente isolamento dentro da legenda em São Paulo.
Sabedoria popular
Desafeto da deputada Joice Hasselmann, lançada na terça feira pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Major Olímpio recebeu a promessa de ser candidato do partido ao governo estadual em 2022. “Eu aprendi na vida que são os incomodados que se mudam. Então, se eu estou incomodado, devo me mudar”, afirmou o parlamentar.
Rei posto
Olimpio era presidente estadual do partido até abril do ano passado, mas deixou o comando na mão do deputado Eduardo Bolsonaro. Desde então, o senador vem cultivando alguns atritos com a nova direção estadual do PSL.
Olhar à direita
O possível rompimento de Major Olímpio com o bolsonarismo reforça a percepção no meio político da radicalização ideológica do PSL no espectro da extrema-direita.
Bucho cheio
Para quem nunca soube o que é a miséria de ir ou voltar da escola sob os esgares da fome, essa megera capaz de vergar até mesmo o mais nobre dos seres, o governador Gladson Cameli se superou, ontem, quarta-feira 28, ao anunciar que, sob suas ordens, a secretaria de Educação vai ter que servir refeições – ou a famosa merenda – por duas vezes durante o horário estudantil. Ou seja, o estudante vai merendar duas vezes, no intervalo do recreio ou quando estiver prestes a voltar para casa.
Vontade de comer
A medida anunciada pelo governador é simpática sobretudo porque não é segredo para ninguém que muitos estudantes praticamente não têm o que comer em casa e que isso é um dos fatores que atrapalham o aprendizado.
Cara de herege
Como diz o ditado segundo o qual saco vazio não se põe em pé, criança faminta, com a barriga roncando, não pensa em outra coisa senão em comer e em cabecinhas assim não entra nada – exceto o pensamento e a vontade de comer.
Rindo à toa
É simpática também a medida anunciada pelo governador porque isso vai aumentar a circulação de dinheiro no setor de mercadorias na área alimentícia. Significa que os gastos governamentais, com o dobro das refeições servidas, também vão dobrar. Por isso, os empresários e comerciantes do setor, estão rindo à toa.
Bola dentro
A medida anunciada por Gladson Cameli também é interessante para um outro setor do sistema educacional, os das merendeiras. Profissionais fundamentais para o sistema educacional, com o aumento do número de refeições servidas também significa que mais profissionais da área precisarão ser contratadas, e isso nos 22 municípios estaduais, o que significa geração de mais emprego e renda para um setor. Gladson Cameli deu uma dentro.
Bola fora
Mas, por outro lado, parece que o governo deu uma tacada fora ao demitir um rapaz, em Sena Madureira, que tomava conta das rádios estatais no município, a Difusora e a Aldeia. A demissão do rapaz teria sido determinada a partir de pedidos do prefeito Mazinho Serafim (MDB), desafeto do rapaz da comunicação, que teria grande aceitação popular e que seria uma indicação ao cargo do deputado Gerlen Diniz (Progressistas), outro aliado do governo mas adversário de Serafim, com quem vive às turras. Na próxima semana, a demissão deve render inclusive debates na Assembleia Legislativa.
Pensão de governadores
Oito meses depois de chegar ao governo, o governador Gladson Cameli cumpre uma de suas principais promessas de campanha: a de suspender o pagamento de pensões vitalícias a ex-governadores e às suas viúvas.
Fim de ciclo
A medida, a ser confirmada a partir de parecer da Procuradoria Geral do Estado, poderão suspender os benefícios a partir de setembro, quando ninguém mais receberá a pensão, o que geraria uma economia de pelo menos R$ 400 mil nos cofres do Estado. Mas as coisas são tão fáceis assim.
Seguindo pegadas
Os advogados de defesa do ex-presidente Lula entraram com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, quarta-feira (28), para anular as sentenças do ex-juiz Sergio Moro, que abandonou a magistratura para virar ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Jurisprudência
Para a defesa de Lula, os ministros da Segunda Turma da Corte, que anularam na terça-feira (27) sentença de Moro que condenou Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, a 11 anos de prisão, têm de reconhecer que o ex-presidente tem o mesmo direito tanto no caso do tríplex do Guarujá, julgado por Moro, quanto no do sítio de Atibaia, julgado por Gabriela Hardt, juiza que copiou a sentença do colega famoso.
Ao arrepio da lei
Os magistrados entenderam que a condenação de Bendine era nula porque a sua defesa não pode apresentar as alegações finais depois da dos delatores da Odebrecht que o acusavam. Para os ministros, o correto seria, antes da sentença, Moro abrir um prazo para alegações finais primeiro para os réus que firmaram acordo de delação e, depois, para os demais acusados. Moro abriu um prazo só para todos se manifestarem.