O senador Alan Rick (UB) foi escolhido como o novo coordenador da Bancada Federal do Acre, no Congresso Nacional. O parlamentar já exerceu o cargo de vice-coordenador nos idos de 2015, e coordenador, em 2016. “Fico muito honrado pela escolha dos colegas da nossa Bancada. Nosso primeiro passo é fazer uma grande reunião com o Governo do Estado e a direção da AMAC, que auxilia nossos municípios, para que possamos garantir a execução dos quase R$ 700 milhões em recursos que trabalhamos, arduamente, para enviar ao Estado anualmente.”
Consenso
Na reunião de ontem, quinta-feira, 02, os sete deputados e dois senadores presentes aclamaram o nome do parlamentar, sem a necessidade de votação. “Alan já tem histórico de trabalho no acompanhamento das emendas, ele gosta de atuar nesta área, tem equipe e estrutura preparadas. Me senti representada por ele como prefeita e tenho certeza que será assim como deputada”, disse a Deputada Federal Socorro Neri.
Alternância
Os parlamentares federais do Acre também deliberaram pela criação do Estatuto da Bancada com regras sobre mandato e outros detalhes. Ficou acertado que haverá alternância no comando do colegiado com senadores e deputados se sucedendo alternadamente. Na próxima reunião, ainda com data a ser definida, será escolhido o vice coordenador.
Parlamento mirim
Ontem o vereador Raimundo Neném (PSB), presidente da Câmara de vereadores de Rio Branco, durante seção solene, deu posse a João Luz (MDB), Elzinha Mendonça (PSB) e James do Lacen (PDT), os novos vereadores da capital.
Recepção
O prefeito Tião Bocalom, presente à solenidade, destacou, durante leitura da mensagem governamental e ao dar boas-vindas aos novos parlamentares, disse que o mandato ocupado por ele desde janeiro de 2021 é da população, assim como o mandato de todos os 17 parlamentares empossados pela Casa do Povo.
Luzes da cidade
“Nós lutamos por essa oportunidade e Deus nos deu essa chance. Eu espero receber do legislativo o mesmo apoio que a gente teve da mesa passada [presidida por N. Lima]. Fizemos a maior gestão previdenciária da história de Rio Branco. Vamos instalar mais de 15 mil lâmpadas de LED, e chegar a 100% da cidade iluminada assim, talvez a única capital da região norte”, disse.
Fechando o cerco
A investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida no último dia 8 de janeiro começa a fechar o cerco em torno da cadeia de comando. Em conversas reservadas, ministros dizem que já há elementos para pedir a quebra dos sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos ex-ministros generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (vice na chapa eleitoral e ex-chefe da Pasta da Defesa). Até agora 740 pessoas que invadiram as sedes dos três poderes estão presas.
Na cena do crime
São três os fatos que justificariam a quebra dos sigilos. A minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres; a declaração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, à rádio CBN de que uma minuta do golpe circulou na mãos de várias pessoas; e, por fim, a declaração do senador Marcos do Val (Pode-ES) que contou ter participado de uma reunião com Bolsonaro e o então deputado Daniel Silveira na qual se elaborou um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Do encontro, segundo a revista Veja, teriam participado dois generais.
Obviedades
Ministros do Supremo que conversaram com a imprensa em condição de reserva dizem que é preciso investigar o general Heleno porque ele comandou o GSI no governo Bolsonaro. Candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Braga Neto entra na mira por ter afirmado a apoiadores do presidente após a derrota na eleição que não perdessem a fé. “Não percam a fé, é só o que eu posso falar agora”, afirmou. Os dois negam envolvimento em tentativas de golpe.
Anatomia do crime
Segundo a revista Veja, Do Val, um até então fiel bolsonarista no Senado, recebeu de Bolsonaro proposta para executar plano que envolvia gravar Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obter uma declaração comprometedora do magistrado e com isso provocar sua desmoralização, prisão e uma confusão política que impediria a diplomação e posse de Lula. Durante a madrugada de ontem, quinta-feira, 2, Marcos do Val afirmou em vídeo que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. Ao falar nas redes sociais sobre o episódio, Do Val deu ar de gravidade ao caso e ainda prometeu renunciar ao mandato.
Arapongagem
A revista Veja relata que o plano de gravação que seria executado por Do Val faria uso de equipamentos do GSI. A reportagem cita o envolvimento de generais cinco estrelas mas não cita os nomes. Do Val evitou confirmar o envolvimento dos ex-ministros militares e alegou que a conversa sobre a tentativa de gravar Moraes foi trata apenas entre ele, Bolsonaro e Silveira. O general Heleno nega participação do GSI no caso.
Passo a passo
No dia 7 de dezembro, Daniel Silveira procurou Marcos do Val durante uma sessão do Congresso. Silveira entrega um telefone celular ao senador e o avisa que o presidente Bolsonaro desejava falar com ele. Na ligação, Bolsonaro falou ao senador do Podemos que precisava resolver uma questão com ele. O presidente pediu a do Val que o visitasse no Alvorada.
Acertando os ponteiros
O encontro com Bolsonaro foi agendado para o dia 9. Dado o histórico de Silveira, investigado em um inquérito sigiloso presidido por Alexandre de Moraes, Marcos do Val achou prudente alertar o ministro da reunião. Ele disse ter sido aconselhado pelo ministro a ouvir o que o ex-presidente queria dizer. “Ele disse ‘vai, porque quanto mais informação, melhor” — contou o senador à imprensa, posteriormente, após as revelações da Veja.
Subterrâneos
Uma operação foi montada para levar o senador até o presidente sem chamar atenção. Silveira passou uma localização via GPS onde Marcos do Val deveria encontrá-lo. Tratava-se de um ponto próximo ao Palácio do Jaburu, na via que dá acesso ao Alvorada. Ele (Silveira) disse: “vamos nos encontrar no meio do caminho, que é importante você não entrar no seu carro oficial”.
Conspiração
Do Val chega ao local de carro e encontra Daniel Silveira. Ambos entram, então, em um veículo da segurança da Presidência, que os leva até a residência oficial da presidência. Em uma das versões apresentadas por do Val na quinta-feira, a reunião aconteceu na Granja do Torto.
O Poderoso Chefão
Marcos do Val e Daniel Silveira foram recebidos por Bolsonaro, que estava de bermuda e chinelos. Segundo o senador, em entrevista à Globo News, a conversa teve início pelo tema dos acampamentos em portas de quartéis, e Bolsonaro disse que não iria se envolver no assunto por temer ser responsabilizado. Segundo do Val, de início, ele imaginava ser esse o tema do encontro.
Estórias
Na versão contada em uma live na madrugada, Marcos do Val disse que Bolsonaro tentou coagir ele. Já na publicada pela revista Veja, o senador diz que o presidente afirmou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iria prestar apoio técnico ao plano. Posteriormente, à Globo News, do Val disse que Bolsonaro permaneceu calado durante todo o encontro e que a afirmação quanto à participação do GSI veio de Silveira. Mais tarde, em outra entrevista ao canal, o senador acrescentou outro detalhe. Bolsonaro, ao fim da conversa, teria dito que aguardava a resposta do senador.
Entregando o jogo
Uma audiência com o ministro foi marcada para o dia 14 de dezembro, e o encontro aconteceu no salão do branco do STF. Segundo o relato do senador à Globo News, ele deu ao ministro detalhes do encontro com o presidente: “Até estava achando que era uma questão do acampamento, mas era para gravar o senhor”, teria dito ao ministro. Ainda de acordo com o relato de do Val, ele foi em seguida liberado pelo ministro, que não fez nenhum pedido a ele.