O Diário Oficial desta segunda-feira, 29, traz o procurador de Justiça Danilo Lovisaro do Nascimento nomeado como novo Procurador Geral de Justiça o Ministério Público do Estado do Acre, abrangendo o biênio 2022-2024.
Formalização
Lovisaro foi nomeado pelo Governador Gladson Cameli após vencer a votação interna feita pelos pares da instituição na última sexta-feira, 26, quando obteve 32,65% das indicações (48 votos), seguido pelo promotor Rodrigo Curti, 27,89% (41 votos) e Cosmo Lima de Souza, que obteve 20,4% (30 votos), formando a lista tríplice que foi encaminhada ao governador.
Critérios
Repetindo a decisão tomada há dois anos, quando escolheu a atual Procuradora Chefe Kátia Rejane para a chefia do MP estadual, Gladson Cameli optou por alçar o 1º colocado ao cargo, seguindo tradição implantada na instituição há anos.
Estratégia
O governador João Doria, que disputará a presidência da República pelo PSDB, tentará construir seu caminho de “terceira via” com a alianças com o ex-juiz Sérgio Moro, declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, com Simone Tebet, do MDB, e até mesmo com Ciro Gomes, do PDT. “Não há razão para não ter um diálogo com Ciro”, disse ele, em entrevista ao Valor Econômico.
Caminho
Doria afirmou ainda que irá disputar seu espaço polarizando com o que chamou de extremos. “Bolsonaro e Lula seguirão até o final na disputa pela presidência. Não vejo perspectiva de que os dois não sejam candidatos. Para valer. A minha candidatura se posiciona frontalmente contra Lula e Bolsonaro. A minha posição é: combater os extremos. Bolsonaro vendeu um sonho e entregou um pesadelo. E Lula flertou com a corrupção do petrolão e do mensalão. Eu serei extremamente combativo contra Lula e contra Bolsonaro. Não esperem de mim nenhuma leniência, nenhuma tolerância, no debate com Lula e nem com Bolsonaro”, expôs o presidenciável tucano.
De mal a pior
Jair Bolsonaro nunca esteve tão mal avaliado como agora. É o que aponta Pesquisa Atlas, divulgada pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira. Com dados coletados entre 23 e 26 de novembro, os resultados apontam que apenas 19% dos brasileiros o aprovam – o que revela um número abaixo de 20% pela primeira vez desde o início do levantamento. Há um ano, Bolsonaro ainda mantinha 31% de apoio.
Universo
Ao todo, foram feitas 4.921 entrevistas e a pesquisa também um pico de 65% dos brasileiros que desaprovam Bolsonaro. Num dos dados mais importantes, 72,3% avaliam que a economia está ruim e no caminho errado. Os responsáveis pela pesquisa apontam um cansaço dos brasileiros com o bolsonarismo e um desgaste que veio para ficar.
Válvula de escape
Após o presidente Jair Bolsonaro deixar claro que não conta com ele para o projeto da reeleição e, mais do que isso, o estimular a construir um caminho eleitoral próprio, o vice Hamilton Mourão passou a conversar recentemente com o ex-ministro Sergio Moro. Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo Podemos, o ex-juiz da Operação Lava-Jato é desafeto declarado do chefe do Executivo federal.
Precaução
Nas últimas semanas, Bolsonaro deu a seguinte orientação ao auxiliar: tenha um paraquedas reserva. Fez isso em duas ocasiões, uma delas por mensagem de texto e a outra, pessoalmente, durante uma cerimônia no Planalto. Na primeira vez, a sugestão veio acompanhado de um anúncio: “Vou para o PL. Tenha um paraquedas reserva”.
Sinais
Depois dos recados explícitos, interlocutores de Bolsonaro fizeram chegar a Mourão que o presidente está disposto a apoiá-lo ao cargo que ele escolher concorrer em 2022, desde que não haja conflitos com interesses do núcleo mais próximo do mandatário da República.
Xadrez
Marcado para amanhã, 30/11, o ingresso do presidente no partido símbolo do Centrão, presidido por Valdemar Costa Neto, o PL, o fato vai impactar na escolha de quem será o vice na chapa presidencial em 2022. O nome deverá ser indicado por outra legenda da base de apoio bolsonarista, possivelmente o PP, também do Centrão. O partido, comandado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o PP, se manteve até recentemente como uma das opções de Bolsonaro para se filiar. Em outros momentos, Bolsonaro já disse a aliados, contudo, que cogitava entregar a vice a um evangélico ou a uma mulher, preferencialmente de um estado do Nordeste.
Bastidores
Antes mesmo de receber o sinal explícito do presidente, de olho no futuro, Mourão, que é filiado ao PRTB, já vinha conversando com partidos. Recebeu convites para entrar no PP, PL, PSD, Republicanos e no próprio Podemos, sigla de Moro — este feito pela presidente do partido, deputada Renata Abreu (SP).
Interface
A ponte Moro-Mourão foi pavimentada, porém, por amigos em comum. Ex-integrante do atual governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, titular da Secretaria de Governo entre janeiro e junho de 2019 e provável candidato a uma cadeira no Congresso pelo Distrito Federal, é um dos entusiastas da aproximação. O militar defende até que Mourão continue na cadeira de vice, mas em uma gestão Moro.
Figurinhas
O ex-ministro da Justiça tem tentado atrair integrantes das Forças Armadas para seu projeto eleitoral. Os militares são a principal base de Bolsonaro desde o início de sua carreira política. Há cerca de um mês, um amigo em comum avisou ao vice-presidente que Moro iria procurá-lo, o que de fato ocorreu. De lá para cá, o vice-presidente e o ex-ministro da Justiça vêm trocando mensagens. Moro perguntou-lhe o que havia achado de seu discurso na cerimônia de filiação ao Podemos. Mourão elogiou. A retribuição veio quando Mourão criticou publicamente o orçamento secreto, ocasião em que Moro também enviou um curto texto felicitando o posicionamento do vice-presidente. Também já trocaram considerações a respeito da PEC dos Precatórios, alvo de críticas de ambos.
Opções
Hamilton Mourão ainda não bateu martelo sobre o caminho a trilhar no ano que vem. Balança entre uma candidatura ao Senado pelo Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul, mas não descarta disputar o governo fluminense, o que não agrada a sua família. Apesar dos flertes com representantes de variados espectros ideológicos, ele ainda almeja o apoio de Bolsonaro quando botar a cabeça para fora.
Destino
Na última quinta-feira, Mourão se reuniu com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), segundo o colunista Lauro Jardim, do GLOBO. Castro pretende disputar a reeleição. Na conversa, o vice avisou a Castro que só definirá o seu destino político em março. Mas garantiu ao governador que os dois serão aliados.