Ensina o Dicionário da Língua portuguesa que oportunismo vem a ser o comportamento de quem pauta sua conduta segundo as circunstâncias, de quem subordina seus princípios a interesses momentâneos e a tendência, prática ou política, de tirar proveito de ou acomodar-se a oportunidades, circunstâncias ou fatos.
Execrável
A transcrição literal do significado da palavra oportunismo vem à guisa de classificar o comportamento do partido PODEMOS - dos irmãos Raimundinho da Saúde e do vereador Railson Correia, este último derrotado na sua pretensão de reeleição -, que ontem pela noite, via comunicado chancelado pelo ex-secretário de Saúde da prefeita Socorro Neri, Otaniel Almeida, comunicou seu desligamento da coligação de Neri e ato contínuo informou sua adesão à candidatura de Tião Bocalom.
Porta dos fundos
A ignomínia foi tamanha que o comunicado do rompimento da aliança foi feito via whatssap por Otaniel, nos termos a seguir: “Boa noite prefeita!!Quero agradecer pela parceria que tivemos durante todos esses anos e dizer à senhora que o partido PODEMOS resolveu apoiar no segundo turno a candidatura do Tião Bocalom. Não está sendo fácil para mim tomar essa decisão, mas buscamos trabalhar em conjunto as decisões dos componentes do partido. Desejo sorte e sucesso à senhora. Que Deus a abençoe”.
Tal e qual
Não se questiona o direito do livre arbítrio de qualquer cidadão ou entidade política. O que vem a ser considerado no quesito ético é a opção desse grupo em mudar de posição pelo simples aspecto de auferir vantagens em caso de vitória do progressista Bocolom. Em assim sendo, em caso de vitória e chancelando essa manobra, emprestando espaços na estrutura administrativa da prefeitura, Bocalom estará se equiparando ao grupo que tem na prática política a oportunidade para fazer negócios.
Alto lá!
Durante sessão extraordinária, presidida pelo deputado Jenilson Leite (PSB), na tarde de ontem, quarta-feira, 18, os deputados estaduais recusaram por unanimidade (16 votos) o afastamento do presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior (Progressistas) da presidência da Casa.
Denegação
Uma medida cautelar do Tribunal Regional Federal (TRF1) pedia que o parlamentar não só saísse da presidência por 90 dias assim como não mantivesse contato com os funcionários da Casa Legislativa Acreana. Na mesma votação as medidas cautelares contra os deputados Manoel Moaraes (PSB) e Antónia Sales (MDB) também foram rejeitadas.
Parecer
O relator da matéria, deputado Pedro Longo (PV), que também é jurista, escreveu ao final do seu contra a medida do TRF1: “Voto no sentido de sustar todas as medidas cautelares de afastamento do presidente Nicolau Júnior e dele não poder se comunicar com os funcionários da Aleac. Assim como às restrições aos deputados Manoel Moraes e Antonia Sales. Concluímos que está Casa Legislativa deva aprovar esse parecer. Essa resolução entra em vigor na data da sua publicação”.
Boca suja
Na noite de ontem, quarta-feira (18), o candidato à reeleição pela prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), xingou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “vagabundo” e “viado” em reunião com filiados a seu partido. Crivella é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e está licenciado.
Isis literis
Quando uma apoiadora criticou organizações sociais que atuam na área da Saúde, Crivella respondeu: “Eu entrei na Justiça contra esses vagabundos. Tinha dinheiro pra pagar aos funcionários, eles pegaram e pagaram fornecedor, que tinha que pagar dia 10 de dezembro. E faltou dinheiro. Todas essas OSs (…) Sabe de quem é essa OS? De São Paulo! É do Doria! Viado! Vagabundo!”.
Passo atrás
Assustado com a repercussão de seus xingamentos, hoje pela manhã Crivella se reposicionou na boca do palco: “Gostaria de pedir desculpas pelos excessos, e ao governador”, disse ele, que xingou o chefe do Executivo paulista, após uma apoiadora criticar organizações sociais que atuam na área da Saúde.
Postura
A prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, candidata à reeleição pelo PSB, deu sinais de que deve mudar de estratégia no segundo turno e partiu para o ataque contra seus adversários que sustentam a candidatura de Tião Bocalom (PP).
Advertência
Em um vídeo gravado da passarela Joaquim Macêdo, ela pede aos eleitores que não permitam que a cidade seja tomada por “retrocesso” protagonizado pelas velhas figuras da política local que querem “colocar a mão na prefeitura”. “Nós não podemos permitir que Rio Branco tenha retrocesso. Nós estamos vendo essa ânsia de poder, esse ajuntamento das velhas figuras agora tentando colocar a mão na prefeitura de Rio Branco.”
Corrente
No mesmo vídeo, Neri pede a quem votou nela que continue no segundo turno e ajude multiplicar os apoiadores. “Gente, chegou a hora da virada. Nós temos que ter responsabilidade com a nossa Rio Branco, quem está comigo continue, vamos dobrar esses votos.” Com informações do site Notícias da Hora.
Guerra familiar
A candidata do PT à prefeitura do Recife, Marília Arraes, aparece numericamente à frente na primeira pesquisa de intenções de voto do Ibope sobre o segundo turno na cidade, com 45% das respostas estimuladas. João Campos, primo de Marília, do PSB, foi o preferido de 39% dos eleitores consultados. Há empate técnico entre os adversários no limite da margem de erro, de três pontos para mais ou para menos. Outros 15% disseram que votariam branco ou nulo. 1% não soube ou não respondeu.
Pormenores
Traduzindo o resultado da fase estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados pelos entrevistadores, em votos válidos, a petista teve 53% e o postulante do PSB, 47%. Antes disso, na etapa espontânea da pesquisa, em que não se apresentam aos entrevistados os nomes dos candidatos, Marília Arraes foi citada por 41% e João Campos, por 37%.
Ficha técnica
O Ibope ouviu pessoas 1.001 do Recife entre os dias 16 e 18 de novembro. A pesquisa tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) sob o protocolo PE-06514/2020.
Inversões
Nas eleições de Recife, o novo virou velho e o velho o novo na guerra travada por João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) – ele, filho do ex-governador Eduardo Campos que morreu em um acidente aéreo em agosto de 2014; ela, filha de um dos 10 filhos de Miguel Arraes que governou Pernambuco três vezes. Portanto, João, bisneto de Arraes, e Marília, neta.
Cenário
Se a idade pesasse na definição de quem seria o novo, João venceria Marília. Ele tem 26 anos, ela 36. Mas na política, o novo e o velho se alternam a depender do que cada candidato representa. Coube a João representar um conjunto de forças que ocupa há 14 anos o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, desde que ali chegou seu pai, neto de Arraes.
Carreira
João foi o candidato mais votado no primeiro turno com 29,13% do total de votos válidos. Marília, o segundo com 27,90%. Marília foi três vezes vereadora do Recife– uma pelo PSB e duas pelo PT. Sua votação cresceu a cada eleição. Lançou-se candidata pelo PT a governadora há dois anos, mas na última hora, o partido passou-lhe a perna e apoiou o atual governador do PSB Paulo Câmara. Ela então disputou uma vaga de deputada federal. Elegeu-se como o segundo nome mais votado – o primeiro foi João.