Mirando o ditado popular que ensina que quem é coxo parte cedo, o deputado Jenilson Leite (PSB) continua pavimentando sua candidatura ao governo. Em uma nova fase da construção do seu Plano de Gestão, que consiste em visitar bairros da Capital e municípios do Acre, o socialista foi ontem, 11, até a regional Calafate, onde cumpriu agenda no Centro de Convenção da Pessoa Idosa Cosmo Morais, no Centro de Saúde Rosana Pimentel e junto ao comércio local.
Regozijo
“Estou feliz com a boa receptividade. É importante ouvirmos a população e temos feito isso, tanto nesse setor mais comercial, quanto com a população que também está precisando dos serviços públicos e temos ouvido muitas reclamações do povo, em função da precariedade que alguns serviços vivem, sobretudo nas áreas da saúde e educação. Entendemos que não há como construir um Plano de Governo sem ouvir o povo e essa nossa caminhada, que tem o objetivo de melhorar o Acre, tem esse perfil”, disse Jenilson após o périplo.
Contestação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com apoiadores na manhã de ontem, segunda-feira (11) e criticou a forma como está sendo divulgada a morte do militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, que foi assassinado a tiros no sábado (9) por um policial penal bolsonarista.
Vitimização
“Vocês viram o que aconteceu ontem, né? Uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu. ‘Bolsonarista não sei o que lá’. Agora, ninguém fala que o Adélio é filiado ao PSOL, né? A única mídia que eu tenho é essa que está nas mãos de vocês aí”, disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Lobo solitário
Adélio, autor da facada em Bolsonaro na campanha de 2018, foi filiado ao partido. Segundo as investigações, ele concebeu, planejou e executou sozinho o atentado. Foi considerado inimputável por ter doença mental e cumpre medida de segurança em um presídio federal.
Figura de linguagem
Ao ser questionado por um jornalista em relação à frase que teria dito no Acre sobre “fuzilar petistas”, o chefe do Executivo se defendeu e disse que seria no sentido figurado. Bolsonaro é desde antes de chegar à Presidência um dos principais políticos que insuflam o antipetismo e já chegou a usar termos como “fuzilar a petralhada” —fato que foi lembrado por eleitores em meio à repercussão do caso em Foz do Iguaçu.
Amortecedor
“Você sabe o que é sentido figurado? Você sabe o que é sentido figurado? Você acha que...Você estudou português na faculdade ou não?”, disse. Em sua primeira manifestação no domingo (10), o presidente disse que dispensa o “apoio de quem pratica violência contra opositores”, mas, no mesmo pronunciamento, atacou a esquerda.
Fixação
Ainda na conversa com apoiadores, BolsonaroTambém atacou os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente citou principalmente o ministro Edson Fachin, que hoje preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo Bolsonaro, Fachin não aceita que o pessoal técnico das Forças Armadas converse com o pessoal técnico do TSE.
Carapuça
Fachin afirmou na sexta-feira (1º) que as eleições no Brasil não “se condicionam à produção de um resultado que confirme a vontade isolada de um ou de outro ator político”. Em discurso de encerramento dos trabalhos do tribunal neste semestre, o ministro não citou as ameaças golpistas de Bolsonaro, mas mandou indiretas ao chefe do Executivo, que já o atacou em diversas oportunidades e costuma dizer que as urnas eletrônicas não são auditáveis.
Novas atribuições
A propósito do presidente Bolsonaro colocar em suspeição o sistema eleitoral brasileiro, sistema esse que já lhe diplomou por 7 mandatos de deputado federal e 1 presidencial, as Forças Armadas preparam um plano de fiscalização paralela para as eleições deste ano.
Operação de guerra
Depois de enviar mais de 80 questionamentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o processo eleitoral e alegar que não tem obtido respostas, o Ministério da Defesa montou uma equipe de oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica com a missão específica de elaborar o roteiro inédito de atuação dos militares.
Novas funções
O plano vai além das sugestões de segurança das urnas eletrônicas encaminhadas ao TSE e coincide com recomendações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que pressiona a Corte eleitoral politicamente, lançando suspeição, sem que haja provas, sobre a confiabilidade do sistema eletrônico de votação. Até agora, a participação dos militares no processo eleitoral se limitava à ajuda na logística para transporte de urnas.
Estratégia
A campanha à reeleição de Bolsonaro quer que as Forças Armadas promovam uma contagem de votos à margem da oficial, algo que os militares não haviam proposto originalmente. O PL, sigla do presidente, vai realizar uma auditoria privada, como defendem militares.
Etapas
O plano de fiscalização das Forças Armadas será dividido em oito etapas, seguindo de perto todas as fases do processo eleitoral. Esses oito momentos passam pela lacração das urnas, pelos testes de autenticidade e integridade e pela verificação da totalização dos votos, na qual a contagem é comparada com os boletins de urna impressos. Numa dessas etapas, os militares pretendem cobrar da Corte que os equipamentos sejam submetidos a testes.
Operação de guerra
O Ministério da Defesa já avisou ao tribunal que terá um plano de fiscalização própria. Para concluir esse plano, porém, os militares solicitaram uma lista de informações técnicas ao TSE e reclamam que ainda estão sem resposta. São, ao todo, 12 pontos, que vão desde documentos relacionados às eleições passadas, de 2014 e 2018 – como boletins de urna, relatórios de equipamentos substituídos, comparecimento e abstenção em cada seção eleitoral –, até detalhes sobre o programa que seleciona, por sorteio, as seções eleitorais em que urnas eletrônicas serão submetidas aos testes de integridade e autenticidade.
Detalhamento
Os militares pedem ainda informações técnicas sobre o funcionamento do “sistema vota”, o programa que coleta e apura os votos numa mesma seção eleitoral. Também solicitam dados sobre protocolos com argumento de que apenas querem aumentar a segurança do sistema que conta e totaliza os votos de todo o País.
Passo atrás
O recuo do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na definição sobre como será executado o orçamento secreto em 2023 nasceu no gabinete de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Irritado com a repercussão da entrevista de Do Val ao Jornal O Estado de São Paulo, o Estadão, Pacheco pressionou o senador a desistir das inovações que ele queria emplacar no ano que vem e patrocinou um movimento para retomar as regras vigentes. Do Val queria tornar o orçamento secreto impositivo em 2023.
Descontentamento
A manobra de Pacheco não agradou a Arthur Lira (PP-AL) e seus aliados, os principais interessados nas mudanças, que viam na nova execução do orçamento secreto uma forma de engessar o novo governo eleito caso Jair Bolsonaro perca a eleição.
Zap
No grupo de WhatsApp da Câmara, Lira e aliados sentiram o golpe. “O relator da LDO (Marcos do Val) está sendo pressionado a acatar uma emenda retirando a impositividade. Proponho que, se isso acontecer, passemos todos a obstruir a LDO até resolver”, escreveu Elmar Nascimento (União-BA). “Amigos se não houver acordo o melhor é obstruir e tentar arrumar até quinta. Em respeito ao que foi acertado”, escreveu Lira.
Menos
Pacheco também avisou aliados que Marcelo Castro (MDB-PI), relator do orçamento, terá aval para reduzir o valor dessas emendas quando a discussão começar, no 2º semestre.
Sabão
A operação de autolimpeza da imagem, promovida por Pacheco, foi celebrada pela oposição. Mas não por críticas ao orçamento secreto, mas porque a briga entre ele e Lira pode atrasar a votação da PEC Kamikaze, que ajuda Bolsonaro na eleição.