O governador Gladson Cameli embarcou ontem para Brasília, rumo a São Paulo, e hoje já amanheceu no aeroporto de Guarulhos, para buscar as primeiras doses da vacina contra a Covid-19. Em solenidade patrocinada pelo governo federal, comandada pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Gladosn não conteve a alegria ao final do ato solene, celebrando com o Procurador-Geral do Estado, João Paulo Setti Aguiar. A vacinação contra a Covid-19 será iniciada a partir das 17h em todo o país. Nesse primeiro momento, o Acre será contemplado com 41.000 doses do imunizante.
Marco
A cerimônia de entrega da vacina aconteceu em São Paulo, quando o ministro deu início à distribuição das doses da CoronaVac, vacina do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, para todos os estados do país. As caixas saíram do centro de distribuição de logística do Ministério da Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Convocação
Cameli foi convocado pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro após o anúncio do imunizante pela Anvisa no domingo, 17. A Anvisa aprovou a vacinação emergencial da vacina do Instituto Butantan e da Fiocruz.
Logística
O Acre foi o primeiro estado a entregar o plano de vacinação para o Ministério da Saúde e está tudo pronto para a recepção da vacina e a consequente imunização de seus habitantes.
Foco
“Meu principal objetivo é fazer com que a nossa população possa voltar o mais rápido possível a realizar suas atividades dentro desse novo normal e, acima de tudo, preservar vidas”, pontua Gladson.
Posição
Ainda sobre a vacina, em pronunciamento oficial também proferido neste domingo, o governador reforçou a importância dos cuidados como lavar as mãos, uso de máscara e fortalecimento do distanciamento social, como medida principal para conter o avanço do coronavírus no Acre.
Empenho
No vídeo, ele ainda lembra que o governo do Estado tem tomado todas as providências para salvar vidas. “Temos nos esforçado para manter os medicamentos necessários para o tratamento dessa doença disponível à nossa população. E estou fazendo todos os esforços para o mais rápido possível iniciarmos a vacinação contra a Covid no Acre”.
Ação conjunta
O governador disse também que os esforços não serão suficientes se não puder contar com a colaboração da população. “Temos que continuar tomando todos os cuidados para que a situação do Amazonas não se repita aqui. É importante que cada um tenha consciência da seriedade do momento que estamos atravessando. Assim continue a seguir os protocolos recomendados para não se contaminar com a Covid”, esclareceu.
Racionalidade
Por fim, o governador fez um apelo à população que mantenha o isolamento social e que evitem aglomerações. “Nesse momento preciso contar com a colaboração de todos os acreanos para salvarmos mais vidas. Porém quero deixar uma palavra de esperança porque acredito que, em breve, com cada um fazendo a sua parte e a vacinação em massa da nossa população, poderemos voltar à normalidade. Mas até lá sejamos cautelosos e mostremos o amor que temos à nossa vida e a dos nossos semelhantes”.
Alvíssaras
Fato é que apesar de Bolsonaro, o país deu os primeiros passos na imunização dos profissionais da saúde, vez que o rami-rami entre o governador tucano de São Paulo João Dória e o presidente da República atrasou muito o processo de vacinação no Brasil
Negacionismo
Jair Bolsonaro gastou 11 meses negando a gravidade da pandemia e fazendo propaganda de medicamentos de eficácia controversa, como é o caso da cloroquina, no combate à covid-19. Apostou suas fichas em uma única vacina (Oxford) e se empenhou em desacreditar os imunizantes, além de desdenhar da Coronavac.
Esquiva
Agora, o próximo embate entre União e governadores será pela eficiência e rapidez na vacinação. O Ministério da Saúde, por ora, diz que a parte dele é entregar as doses aos Estados. Pode até estar formalmente certo, mas não vai colar se eximir também dessa responsabilidade.
Affe
Governadores que resolveram esperar as decisões do Ministério da Saúde, se viram prejudicados com a falta de organização do governo federal. Admitem que João Doria venceu a corrida pela vacina e que a imagem dos demais acabou arranhada.
Pero…
Apesar do dia de otimismo, o secretário de Saúde da Bahia, Fabio Villas Boas, demonstrou preocupação com o número de doses disponíveis.
…no mucho.
“Se nada for feito para ampliar as vacinas ofertadas para a aquisição do ministério, a vacinação de grupos prioritários estará comprometida”, disse. A Bahia tenta conseguir no STF autorização emergencial para utilizar a russa Sputnik V.
Round
Prefeitos avaliam que, se não houver aumento em breve da quantidade de vacinas disponíveis, apenas os profissionais de saúde deverão ser vacinados nesta primeira etapa. Os demais grupos prioritários tendem a ficar para depois.
Baixas
A pandemia do coronavírus atingiu de forma significativa a Câmara dos Deputados, onde parlamentares votaram medidas para tentar amenizar os impactos da crise sanitária, mas nem sempre deram bons exemplos de comportamento preventivo na calamidade.
Ranking
Levantamento constatou que, pelo menos, 126 deputados — 25% do total —já foram contaminados pela Covid-19. Parlamentares de 21 partidos e de todos os estados estão nessa lista. O PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro e cuja maioria desdenha de medidas sanitárias, lidera a lista de infectados. Dos 52 integrantes de sua bancada, nada menos que 23 pegaram Covid-19.
Números
Legenda com a maior bancada na Câmara, 56 deputados, o PT registrou apenas cinco casos de coronavírus. Oficialmente, o Departamento Médico da Câmara contabiliza apenas 71 casos, mostram os dados atualizados na última quinta-feira. Mas, nessa soma, é considerada apenas aqueles deputados que comunicaram ao Demed.
Enfermaria
Ao longo de 2020 e ainda no início deste ano, alguns deputados acabaram internados até mesmo em UTI, casos de Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). Quem também foi parar numa UTI foi Osmar Terra (MDB-RS), parlamentar bastante crítico a medidas de isolamento social.
De A a Z
Muitos deputados se aglomeraram durante a campanha eleitoral. Assim foi com Marx Beltrão (PSD-AL), que se contaminou duas vezes, e Aluísio Mendes (PSC-MA), que foi parar em cima de palanques. A Covid-19 não poupou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nem o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), um ex-ministro da Saúde. A contaminação também atingiu em cheio partidos como o Republicanos (11 dos 36), o PDT (9 dos 28) e PSDB (9 dos 33).