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Retrato momentâneo 

O Instituto Real Time Big Data divulgou ontem, sexta feira (23), pesquisa encomendada pela TV Gazeta, afiliada da Rede Record no Acre. Segundo a pesquisa, a candidata Socorro Neri (PSB) e o candidato Minoru Kinpara (PSDB) aparecem empatados com 27% das inteções de votos dos rio-branquenses se as eleições fossem hoje. 

Posições 

Em seguida aparecem Roberto Duarte (MDB) com 17% e Tião Bocalom (PP) com 16%. Daniel Zen (PT) registrou 2% e Jarbas Soster (Avante) e Jamyl Asfury (PSC), marcaram 1%, cada. Branco ou nulo marcou 5% e não souberam ou não responderam registraram 4%.

Declaração espontânea

Já no questionário espontâneo, Socorro aparece na frente com 20% e Kinpara com 13%. Bocalom aparece com 10% e Duarte com 9%. Outros candidatos registram 2%. Branco e Nulo Registram 13% e não souberam e não responderam marcaram 33%.

Dados 

A pesquisa Real Time Big Data ouviu 850 pessoas e foi realizada entre os dias 17 a 21 de outubro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Acre com o número AC06308/2020.


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Nova ordem 

O candidato emedebista a Prefeitura de Rio Branco, advogado Roberto Duarte (PMDB), a exemplo de concorrentes Brasil afora, precisa avaliar com mais cautela sua estratégia de transformar sua candidatura numa sucursal da figura do presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa Real Time Big Data divulgada ontem sinaliza para essa preocupação. No levantamento feito no mês passado, Duarte registrou 16%. Na aferição divulgada ontem ele marcou um crescimento tímido de apenas 1%, indo para os 17%, aparentando uma espécie de estagnação. 

Mudanças 

Pesquisas apontam que a constatação também afeta outras candidaturas.. O alinhamento não produz crescimento de candidaturas e a estratégia de alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro passa a ser revista por campanhas a prefeituras de capitais. 

Discurso 

Enquanto o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), dobrou a aposta no apoio de Bolsonaro, seu colega de partido Celso Russomanno, candidato em São Paulo, se descolou da retórica antivacina do presidente um dia depois de ser ultrapassado numericamente pelo atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).

Cenário 

Para especialistas, o aumento da rejeição a lideranças políticas e também da “desorganização partidária”, combinados ao cálculo do próprio Bolsonaro para evitar perda de popularidade, tendem a afastar o presidente da campanha municipal.

Estratégias 

Em Belo Horizonte, onde Bolsonaro gravou um vídeo em apoio a Bruno Engler (PRTB) há duas semanas, o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD) caminha para uma reeleição em primeiro turno, segundo o Datafolha. Em Recife, a candidata Delegada Patrícia (Podemos), que tenta se viabilizar como alternativa à direita, cresceu seis pontos na pesquisa desta semana evitando se associar a Bolsonaro.

Paz e amor 

Em entrevista à rádio Eldorado na manhã de ontem, sexta feira (23), Russomanno fez um gesto conciliador ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e afirmou que, se eleito, faria convênio com o Instituto Butantan para a compra da vacina produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, a Coronavac, contra Covid-19. 

Negacionismo 

Na quarta-feira, Bolsonaro afirmou que não comprará a Coronavac mesmo se houver autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a chamou de “vacina chinesa de João Doria”, seu desafeto político. “Se for aprovada pela Anvisa, sem problema nenhum. Sou totalmente favorável à vacina. Quero que ela fique pronta e quero tomar a vacina também”, disse Russomanno.

Alinhamento 

Fato é que o candidato do Republicanos vinha intensificando nas últimas semanas sua adesão às pautas defendidas pelo presidente. Russomanno chegou a minimizar a pandemia do coronavírus em entrevistas e sugeriu que moradores de rua teriam mais resistência ao vírus por não tomarem banho, gafe semelhante à cometida por Bolsonaro, em março, ao dizer que “brasileiro cai no esgoto e não pega nada”. 

Avaliação 

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira apontou queda de sete pontos percentuais para Russomanno, que agora aparece com 20%, numericamente atrás de Covas, com 23%. No fim de setembro, o Datafolha apontou que 46% dos paulistanos rejeitam o presidente.

Volver 

Ainda ontem, Russomanno declarou à revista “Veja” concordar com Bolsonaro “em algumas coisas”, e disse ter “opinião própria” em outras. O distanciamento em relação ao presidente difere da postura de Crivella no Rio, que mantém o alinhamento mesmo patinando nas pesquisas. Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, Crivella oscilou um ponto para baixo e agora está com 13%, numericamente empatado com Martha Rocha (PDT) na segunda colocação.

Réplica 

Repetindo discurso adotado por Bolsonaro na eleição de 2018, a campanha de Crivella tem buscado desacreditar as pesquisas e entrou com impugnações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) para impedir a divulgação do Datafolha anteontem e do Ibope de semana passada.

Insistência 

A defesa do prefeito alegou inconsistências na base estatística. Ambos os pedidos foram negados pela juíza Regina Chuquer, da 23ª Zona Eleitoral. Aliados de Crivella defendem que a imagem de Bolsonaro continue sendo amplamente explorada no horário eleitoral e contam com uma declaração explícita de voto do presidente na reta final.

Novo retrato 

Para o cientista político Josué Medeiros, do Núcleo de Estudos Sobre a Democracia Brasileira (Nudeb) da UFRJ, uma “mobilização subterrânea” do bolsonarismo nas redes a exemplo de 2018 não pode ser descartada, mas um impacto do próprio Bolsonaro no primeiro turno é improvável. 

Lógica 

“Bolsonaro tenta fugir da lógica habitual de palanques locais, o que exigiu alianças amplas de presidentes no passado para eleger prefeitos, como fez Lula com o MDB no Rio. Ele faz um cálculo político, prefere que os candidatos briguem pelo apoio dele”, afirmou.

Dinâmica própria 

Para Cristiano Noronha, da Arko Advice Pesquisas, a avaliação das gestões locais vem norteando o voto em capitais. “O apoio do Bolsonaro poderia ajudar na consolidação de uma candidatura, mas não como causa primeira que levaria o eleitor a votar”, avaliou.