Uma pesquisa Datafolha divulgada no início da noite de ontem, quinta-feira, 26, aponta a liderança folgada do ex-presidente Lula (PT) na disputa pela Presidência da República. No primeiro turno, o petista aparece com 21 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) e chega a 54% dos votos válidos. No segundo, ampliou a dianteira sobre o ex-capitão na comparação com a rodada anterior, de março, e venceria por 58% a 33%.
Pé no chão
Os resultados entusiasmaram a militância dos apoiadores de Lula, mas não podem respingar no comando da campanha. A avaliação é do secretário nacional de comunicação do PT, Jilmar Tatto. Ele afirma que o levantamento consolida Lula como “a primeira, a segunda e a terceira vias” e faz com que partidos e lideranças políticas que ainda acreditavam em uma terceira via competitiva se juntem ao ex-presidente.
Segundo pelotão
A terceira via está distante do segundo turno. Ciro Gomes (PDT), o terceiro colocado, marca 7%. Aparecem a seguir André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB), com 2% cada; e Pablo Marçal (PROS) e Vera Lúcia (PSTU), com 1% cada. Brancos e nulos são 7%. 4% não sabem ou não responderam.
Serenidade
“A eleição não está ganha, mas está bastante consolidada a dianteira do Lula. Temos de administrar, cuidar, ter os pés no chão, sem salto alto”, analise e adverte o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto. “Continuar dialogando com os setores democráticos, o pessoal de centro que ainda não veio, para consolidar ainda mais essa candidatura. Há um longo caminho pela frente. Portanto, não podemos entrar na euforia de que está ganha a eleição.”.
Rejeição
Ainda sobre a pesquisa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue na liderança da maior rejeição entre eleitores, segundo a pesquisa Datafolha. Indicaram que não votariam nele de jeito nenhum 54% dos brasileiros ouvidos pelo levantamento.
Cenário
O índice se mantém estável em relação à pesquisa anterior, de março, quando 55% dos eleitores afirmaram que não votariam em Bolsonaro. Os dois levantamentos, no entanto, não devem ser comparados, vez que houve mudanças no cenário com inclusão ou retirada de pré-candidatos.
Escala
O segundo pré-candidato mais rejeitado é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 33%. Em março, seu índice de rejeição era maior, de 37%. No levantamento atual, o terceiro mais rejeitado, com 23%, é o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que desistiu de concorrer à Presidência da República nesta segunda-feira (23).
Quadro complementar
Ciro Gomes (PDT) tem índice de rejeição de 19%, seguido do General Santos Cruz (Podemos), com 11%. Os pré-candidatos Vera Lúcia (PSTU), Eymael (Democracia Cristã) e Luciano Bivar (União Brasil) marcaram 10% de rejeição. Com 9%, o Datafolha mostra Pablo Marçal (Pros), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Felipe d’Avila (Novo).
Segmentos
A rejeição a Bolsonaro, que é de 54% na média, sobe para 65% entre moradores do Nordeste e cai para 40% entre evangélicos. A rejeição do presidente também é menor do que a do restante da população entre empresários (31%), moradores do Centro-Oeste (43%) e entre quem ganha mais de 10 salários mínimos (47%). O índice sobe entre jovens de 16 a 24 anos (63%), entre mulheres (57%) e estudantes (62%). Já a rejeição de Lula, que marca 33% na média, chega a 56% entre quem ganha mais de 10 salários mínimos e tem rejeição de 29% entre estudantes.
Dados técnicos
O novo levantamento do Datafolha ouviu 2.556 pessoas em 181 cidades do país entre quarta (25) e quinta (26). A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022. A pesquisa foi contratada pelo jornal paulista Folha de São Paulo.
Descrédito
A propósito da pesquisa, Ministros palacianos e estrategistas da campanha de Bolsonaro argumentam que esse crescimento da vantagem de Lula sobre Bolsonaro não bate com os monitoramentos feitos pelo governo e por outros institutos de pesquisa, que vinham apontando tendência de diminuição da diferença entre os dois ou manutenção dos números.
Prova dos nove
“Definitivamente não bate nem com o sentimento nem com monitoramentos que feitos pelo governo em todo o país. Não há nenhuma pesquisa que aponte o aumento da distância entre Lula e Bolsonaro, conclusão principal do Datafolha. Pode ser verdade? Pode. Parece? Não. O tempo dirá”, avaliou um integrante da campanha.
Posição
Os deputados acreanos que ontem estiveram presente na Câmara dos Deputados na sessão de ontem, 26 - Mara Rocha (MDB) Flaviano Melo (MDB), Alan Rick (UB) e Vanda Milani (Pros), Perpétua Almeida (PCdoB) e Léo de Brito (PT) - votaram a favor da redução e congelamento do ICMS sobre combustíveis e energia.
Óbices
A implementação da medida pode suscitar a perda por parte do governo do Estado de uma redução de receita nos cofres do tesouro estadual, num valor aproximado de R$200 milhões, inviabilizando a gestão no tocante a investimentos.
Na ponta do lápis
Com a nova alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços do Acre), limitada em R$17% sobre a venda dos combustíveis e da energia elétrica, a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) abrirá mão de 8% do tributo cobrado sobre o consumo de energia elétrica, hoje fixado em 25% (aproximadamente R$ 130 milhões), enquanto a redução do ICMS dos combustíveis chega a casa dos R$70 milhões.
Ação premeditada
Sobre o barraco armado pelo deputado Gehlen Diniz (Progressistas) e o prefeito de Sena Madureira Mazinho Serafim (UB) na última quarta-feira, o deputado pepista veio a público se dizendo vítima da truculência de Mazinho, que teria vindo à capital e até o plenário da Aleac, com o fito específico de agredi-lo. Gehlen também critica a omissão da Mesa Diretora da Casa que franqueando a entrada do prefeito no plenário de uso exclusivo dos parlamentares, dizendo que a postura correta seria a detenção do contendor por desacato a autoridade.
Disse me disse
O governador Gladson Cameli (PP) e a Mailza Gomes (PP) travam uma guerra de versões sobre quem exercerá a presidência do PP no âmbito regional. Pela manhã de ontem Cameli reafirmou que ele que será o novo presidente regional dos Progressistas e não ela conforme, houvera feito alardear a senadora.
Contradita
Cameli afirmou que está tudo bem entre ele e Mailza e que a senadora será presidente de honra do partido. “Está tudo acertado. Eu serei o presidente e ela a presidente de honra”, afirmou. Através da sua assessoria de imprensa, Mailza Gomes reafirmou que será presidente do PP e não mencionou presidência de honra.