Olhaí o que o site Brasil 247 (https://www.brasil247.com) repercutiu na edição de hoje (26/12) a partir de uma reportagem de Felipe Bachtold, da Folha de São Paulo e Rafael Neves, do site Intercept. “Se a Lava Jato tivesse aceito a proposta de delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha, do MDB, o Brasil saberia como ele montou um mensalão para 120 deputados, que lhe permitiu chegar à presidência da Câmara, onde articulou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e como Michel Temer, usurpador da presidência da República, se beneficiava do esquema”.
Tá explicado!
Sublinha ainda a reportagem da Folha e do Intercept: “Em sua fracassada tentativa de fechar um acordo de delação na Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), atribuiu irregularidades a cerca de 120 políticos e disse ter arrecadado R$ 270 milhões em um período de cinco anos para repartir com correligionários e aliados, sendo 70% via caixa dois. Cunha entregou sua proposta de delação a procuradores em meados de 2017, mas seus relatos foram considerados pelos investigadores superficiais demais, e não houve acordo”, aponta o novo capítulo da Vaza Jato.
Versão
E ainda: “Nos mais de cem capítulos de sua proposta de delação, Cunha dá sua versão para a formação de um grupo de dezenas de deputados que o elegeu para o comando da Casa em 2015 e descreve como angariou gradualmente influência dentro do então PMDB (hoje MDB), liderado por Michel Temer, que assumiria a Presidência da República em 2016. Temer está entre um dos principais alvos dos relatos, assim como o ex-ministro Moreira Franco (MDB) e o ex-governador fluminense Anthony Garotinho (sem partido)”, revelam os jornalistas.
Estratégia
Para resgatar a memória sobre o processo que culminou com a condução de Cunha à presidência da Câmara Federal e por conseguinte piloto do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no primeiro mandato da petista, Cunha ampliou sua força nos bastidores até a formação de um “blocão”, parlamentares de outros partidos além do MDB, o que serviria de base para sua eleição ao comando da Câmara, em 2015, e para os quais também atuou na arrecadação de recursos.
Caixa forte
“A maior parte dos políticos mencionados na proposta de delação é relacionada a essa articulação, em 2014. Cunha disse ter arrecadado R$ 148,6 milhões naquele ano, repassados a mais de 60 deputados”, apontam os jornalista. O dinheiro vinha de empreiteiras, “empresas de ônibus”, “montadoras de veículos”, a JBS, além de doações oficiais de bancos. São mencionadas como contrapartida aprovações de medidas de interesse desses grupos no Congresso, diz a reportagem.
A lista
“Há ainda menções ao hoje presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cunha diz que Maia foi beneficiário de R$ 300 mil repassados pelo empresário Natalino Bertin a Moreira Franco, em 2010, em contrapartida a um financiamento obtido no governo federal e afirmou ainda que atuou para que o hoje presidente da Câmara ficasse à frente de uma comissão de transportes da Casa, em 2013”, aponta a proposta de delação.
Apoiadores acreanos
Para quem não lembra,a época de seu apogeu, como prova a foto que ilustra essas notas, Cunha contava com o apoio de parlamentares federais no Acre. Em sua caminhada à presidência da Câmara, no início de 2015, Cunha recebeu apoio irrestrito de alguns parlamentares acreanos, na figura dos deputados federais Jéssica Sales (PMDB), Flaviano Melo (PMDB), Alan Rick (DEM) e Major Rocha (PSDB), hoje vice-governador do Acre, que se declararam adeptos da campanha do peemedebista e também foram favoráveis à deposição de Dilma Rousseff.
Simpatia senatorial
Nas suas andanças por terras acreanas - em 07 de janeiro de 2015, Cunha também contou com a recepção do senador Gladson Cameli (PP), hoje governador do Acre, como registra a foto que ilustra o presente texto.
De olho na boutique dele
“Eduardo funcionava como se fosse um banco de corrupção de políticos, ou seja, todo mundo que precisava de recursos pedia para ele, e ele cedia. Em troca mandava no mandato do cara”, disse Funaro às autoridades da Lava Jato, dando a medida da influência do ex-cacique peemedebista. “[Cunha] não precisava nem ir atrás de ninguém. Fazia fila de gente atrás dele”, registrou Funaro em seu depoimento.
Agora é oficial
Saiu na edição do Diário Oficial o decreto que sanciona a lei e autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 560 milhões de reais.
Fiador
Segundo o decreto feito por Gladosn Cameli, o montante será feito “com garantia da União, operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal até o valor de R$ 560.897.407,71 (quinhentos e sessenta milhões, oitocentos e noventa e sete mil, quatrocentos e sete reais e setenta e um centavos), por meio da linha de crédito do Financiamento para Infraestrutura e Saneamento – FINISA
Dindin
O empréstimo será para financiar programas de investimentos, com abrangência de: amortização e reestruturação da dívida, até o valor de R$ 292.897.407,71 (duzentos e noventa e dois milhões, oitocentos e noventa e sete mil, quatrocentos e sete reais e setenta e um centavos); e financiamento de investimentos estruturantes e demais despesas de capital relacionadas a estes, até o valor de R$ 268.000.000,00 (duzentos e sessenta e oito milhões)”.
Cataplam!
O forro do Pronto Socorro de Rio Branco, inaugurado em agosto desse ano, após uma década em obras, desabou em pelo menos duas alas da unidade de saúde, na última terça-feira, dia 24, véspera de natal.
Mal menor
Servidores do hospital registraram o episódio e ficou evidenciado a quantidade de gesso que ficou espalhada no chão do setor de Administração e também do corredor de acesso às Enfermarias, no primeiro e terceiro pavimentos do edifício. A informação é que ninguém se feriu com o incidente.
Símbolo
Após as imagens circularem nas redes sociais, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) ainda não emitiu sequer uma nota curta para explicar o que realmente levou ao desabamento do forro recém-instalado. A inauguração da unidade de saúde foi amplamente divulgada como um dos grandes feitos do governador Gladson Cameli em 2019. Agora, só não vale culpar o PT pela obra mal feita, né não? Se bem que algum iluminado pode dizer que o empreiteiro que edificou a obra, num passado recente, também trabalhou para governos petistas.