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Jamaxi

Reforço 

O Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) ganhou reforço em sua frota que já conta com duas aeronaves em operação e uma em manutenção. O novo integrante da frota foi batizado de Harpia 04 e pousou em solo acreano no início da tarde do último sábado, 3.

Avant premiere 

A aeronave foi adquirida pelo Governo do Estado do Acre com o dinheiro do seguro do Harpia 01, totalmente danificado em um acidente sem vítimas no início deste ano.  No ato de apresentação da aeronave, entre os tripulantes que chegaram ao Ciopaer, estavam o governador Gladson Cameli e o secretário de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cézar Santos.

Desempenho 

Na solenidade de entrega o governador explicou que a aeronave, que conta com capacidade para seis pessoas, tem a sua importância, primeiramente, pelo serviço realizado pela Segurança Pública, com monitoramento e apoio às ações, mas que também deve auxiliar às demais secretarias de governo.

Recomeçou

O governador Gladson Cameli (sem partido) se manifestou sobre as críticas feitas pelo vice-governador Werles Rocha (PSL) em relação ao contrato do governo com a empresa Fênix, responsável pelo cartão Avancard – que fornece empréstimos aos servidores públicos do estado.

Espécie 

No dizer de Cameli, a reclamação do militar e de alguns parlamentares em relação ao cartão é “no mínimo estranha. Não sei qual o interesse dos que criticam tanto essa empresa. A gente abre licitação, a empresa vence, vem gerar emprego e renda, daí reclamam”, declarou. O governador acredita que o motivo das críticas pode ser interesses ‘obscuros’. 

Abordagem estranha 

Na noite de quarta-feira (1), o vice-governador disse que foi alvo de propostas da Avancard e, na ocasião, colocou em suspeição o contrato do governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento e os representantes da empresa.

Tréplica 

Sábado, na sua conta do facebook, Rocha fincou posição deixando patenteado que são “lamentáveis as insinuações de que eu teria interesses obscuros, quando dos meus questionamentos ao assédio praticado pela empresa Fênix em desfavor dos servidores públicos”. 

Objetivos 

E esclarece: “Meu interesse é proteger a parte mais frágil dessa relação contratual, os nossos servidores públicos. Entendo que essa preocupação deveria ser compartilhada por toda a equipe de governo mas, pelas reações, parece que o interesse é proteger a empresa e sua reserva de mercado”. 

Ação a margem da lei 

Adiante: “também tenho interesse que as contratações, realizadas pelo poder público tenham transparência e preferencialmente se submetam a um processo licitatório. Coisa que ao que parece não ocorreu com a Fênix/Avancard.  Mais duas preocupações que deveriam ser compartilhadas por toda a equipe de governo”. 

Pratos limpos

Ainda: “Penso que se há algum interesse obscuro ele passa longe de alguém que quer transparência e proteção dos interesses dos servidores públicos. Se há algum interesse obscuro, e acredito que até pode haver, encontraremos ele em quem escolheu essa ou aquela empresa, em quem celebrou o trato ou destrato.  É sempre bom lembrar que a falta de transparência, como ocorreu nesse caso, pode levantar suspeitas sobre como se deram as tratativas”. 

Indagações 

Finalizando, Rocha indaga: “Seria muito interessante saber quais as vantagens dessa empresa para o servido e para o poder público. Ou será que as vantagens são uma exclusividade da Fênix/Avancard? Quanto a empresa vai lucrar com os juros exorbitantes que cobra? Quantos empregos ela gera no Acre, visto que até o telemarketing é de São Paulo? Quem vai responder esses questionamentos, o Governo ou a empresa?”  Shiiiii...


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Redivivo 

O jornalista Bernardo Mello Franco, colunista no jornal O Globo e na rádio CBN, neto do insigne jurista Afonso Arinos de Melo Franco, em sua coluna neste final de semana faz alusão a segunda morte do líder seringueiro Chico Mendes, a partir do desmonte das políticas ambientais patrocinadas pelo ministro do meio ambiente Ricardo Salles. 

Passando a boiada 

Bernardo começa o texto atestando: “Na semana em que removeu a proteção a manguezais e restingas, o ministro Ricardo Salles avançou mais uma casa no desmonte dos órgãos ambientais. Na sexta-feira, ele criou um grupo de trabalho para estudar a fusão do Ibama com o Instituto Chico Mendes. O objetivo é extinguir o último, conhecido pela sigla ICMBio”.

Ação coordenada 

E avança: “A comissão terá sete integrantes. Cinco deles são PMs nomeados no lugar de técnicos. Em portaria publicada no “Diário Oficial”, Salles disse que a mudança poderá trazer ‘potenciais sinergias e ganhos de eficiência administrativa’. Quem atua nos dois órgãos enxergou outra coisa. “É para não haver a aplicação da legislação ambiental”, resumiu a Ascema, associação nacional dos servidores do meio ambiente”.

Mãe Dinah

Bernardo cita previsão da ex-ministra Marina Silva em relação ao setor: “O ICMBio cuida de 334 unidades protegidas. Elas ocupam quase 10% do território nacional, da Amazônia ao Pampa. A criação do órgão liberou o Ibama para se concentrar nas tarefas de fiscalização e licenciamento. Ao defender a separação das atividades, em 2007, a então ministra Marina Silva enfrentou protestos e greve. ‘Daqui a alguns anos, os servidores vão estar tão apegados ao Instituto Chico Mendes quanto são hoje ao Ibama’, ela previu. As reações à ofensiva do governo mostram que o tempo lhe deu razão”.

Pano de fundo 

No dizer do articulista do jornal carioca, “o discurso tecnocrático de Salles esconde o verdadeiro problema: a asfixia deliberada dos órgãos ambientais. Sem concurso há oito anos, o Ibama sofre uma redução acelerada em seus quadros. Só no ano passado, um quarto dos funcionários se aposentou. O órgão terminará 2020 com mais cargos vagos do que ocupados. A  penúria tem consequências. Em 2019, o governo aplicou o menor número de multas ambientais em 16 anos, de acordo com levantamento do Observatório do Clima”.

Ação programática 

No texto, o articulista revela uma ação premeditada: “A destruição da governança ambiental é parte do projeto de Jair Bolsonaro. Na quinta-feira, ele anunciou, em tom de comemoração: “O Ibama não atrapalha mais”. “Antigamente o Ibama servia, com todo o respeito, para multar os caras, mais nada”, prosseguiu. Os “caras” no discurso do capitão são grileiros, madeireiros e ruralistas que o apoiam”.

Apagando a história 

E ainda: “A tentativa de extinguir o ICMBio parece embutir outro desejo: eliminar o nome de Chico Mendes da estrutura do governo. Ao completar um mês no cargo, Salles chamou o seringueiro, símbolo da luta ambiental no país, de ‘irrelevante’. ‘Que diferença faz o Chico Mendes neste momento?’, desdenhou”.

Comparativos 

“A comparação de biografias não favorece o ministro. Ele já foi condenado por improbidade administrativa, acusado de fraude para favorecer uma mineradora. Em abril, anunciou o plano de aproveitar a pandemia para ‘passar a boiada’ na legislação ambiental” . Por fim, Mello faz constatação: “Chico Mendes era um herói da floresta, reconhecido pela ONU como líder global na defesa do meio ambiente. Foi assassinado em 1988, a mando de um fazendeiro. Ao propor o fim do instituto batizado com seu nome, Salles ameaça matá-lo pela segunda vez”.