Durante sessão remota da Assembleia Legislativa realizada na manhã de hoje, 14/04, o deputado Roberto Duarte (MDB), fez denúncia de dispensa de licitação feita pelo Governo para comprar comida e distribuir à população que têm fome. Segundo o parlamentar do “aliado” MDB, o Governo do Estado está beneficiando uma empresa suspeita com uma compra superior a R$ 3,2 milhões. Se confirmada a denuncia, o ato reveste-se de imensa desumanidade.
Perfil
De acordo com o deputado, a empresa contratada para a aquisição de cestas básicas sem licitação tem menos de um ano de instalação e capital social na ordem de apenas R$ 100 mil, o que a desabilitaria num certame de concorrência por falta de experiência e condições financeiras para suportar a transação.
Fantasma
Além disso, o deputado teve o cuidado de mandar seus assessores ao endereço da empresa, o qual não revelou, e anunciou que encontrou o ambiente fechado, o que aumentou a suspeita de que a empresa contratada com a quantia milionária não passa de uma pasta ou fantasma.
Multiuso
Segundo o deputado, mesmo com esta desqualificação, o extrato social da firma mostra que ela é capaz de vender “de uma agulha a um helicóptero”, o que leva a suspeição de que se trate de uma empresa “pasteira” – como são chamadas as empresas pertencentes às pessoas com relação com o governo e seus integrantes que, apesar de não terem sede ou de não serem uma empresa de fato, fazem negócios sempre na casa dos milhões.
Velha malandragem
Trata-se de uma prática antiga de vários governos e que, no atual, que prometeu uma campanha moralizadora nas contas públicas durante a campanha eleitoral de 2018, continua a existir.
Cobrança
Sobre o assunto, o deputado Fagner Calegário, ao suceder Roberto Duarte no discurso da sessão remota da Assembleia Legislativa, provocou o Tribunal de Contas do Estado (TCE), através da conselheira Naluh Gouveia. Ele perguntou à conselheira se, de fato, o TCE virou mesmo um “tribunal do faz-de-conta”, como ela chamava a instituição na época em que era, também, deputada estadual. De acordo com o parlamentar, o TCE está se omitindo em relação a sua responsabilidade na fiscalização das contas do Governo.
O Caos
Matéria publicada hoje pelo jornal O Globo (https://oglobo.globo.com} dá conta que o número de casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil supera 313 mil pessoas, segundo uma nova análise de modelagem numérica da Covid-19 — o último boletim do Ministério da Saúde fala em 23.430 casos confirmados.
Fonte
A estimativa foi apresentada ontem pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), entre outros centros de pesquisa do país. Para a data de 11 de abril, a modelagem estimou haver 313.288 infectados, número mais de 15 vezes maior que o oficial naquela data, de 20.727.
Omissão
O Brasil é um dos países que menos testam no mundo, embora seja o 14° mais afetado. Se o número de casos subnotificados projetado fosse considerado, seria o segundo do mundo, atrás somente dos EUA, que testam 8.866 pessoas por milhão, enquanto o Brasil faz 296 testes por milhão de habitantes.
Medidas mais rígidas
O grupo, que tem acertado as projeções sobre a doença desde o início da epidemia, também projeta as estimativas de ocupação dos leitos de emergência e de UTIs nos estados. A primeira projeção detalhada, para o Distrito Federal, traça três cenários. Em todos, a situação é dramática.
Critérios
“O modelo que trabalhamos considera que para os três cenários todos os leitos estão disponíveis no começo da epidemia. Mas, como segundo o próprio Ministério da Saúde informa, estamos em média com uma taxa de ocupação de 75%, e essas previsões podem ser mais dramáticas”, observa o especialista em modelagem computacional Domingos Alves, integrante do grupo e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).
Tragédia à vista
O caos na rede de saúde em São Paulo poderá acontecer ainda mais cedo do que nos demais estados. A análise detalhada não foi realizada ainda para São Paulo, mas, devido ao número de infectados ser muito maior do que o notificado e ao fato de a população ter reduzido o engajamento às medidas de distanciamento social. Alves diz que o cenário é muito negativo.
Quem avisa, amigo é!
“Se não houver medidas de distanciamento mais restritivas e o isolamento for reduzido, a cidade de São Paulo poderá ver o colapso de sua rede hospitalar já na próxima segunda-feira. Em Manaus, a rede já colapsou, a taxa de hospitalização está muito acima da capacidade de atendimento”, afirma Alves.
Caso simbólico
O Maranhão, a despeito do número pequeno de casos notificados, é o estado que tem a maior discrepância com as projeções de casos subnotificados, em torno de 5.177,91%, segundo o estudo. No Rio de Janeiro, essa diferença foi estimada em 1.427,5%. Em São Paulo, 1.496,31%. E no Amazonas, 3.745,62%.
Amostra
Para estimar o número de casos subnotificados de infecção por coronavírus no Brasil, os pesquisadores fizeram uma modelagem reversa para superar a colossal falta de dados sobre a doença no país devido à falta de testagem em massa. Os cientistas usaram como base de cálculo o número de mortes notificadas. Embora estas também sejam subnotificadas, é o indicador mais consolidado no país, explicou o cientista Rodrigo Gaete. Eles aplicaram a taxa de letalidade da Coreia do Sul e ajustaram os números à pirâmide etária do Brasil. A Coreia do Sul foi escolhida porque o país é um dos poucos com dados consolidados sobre testagem em massa desde os primeiros casos.