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Protestos

Protestos

A iniciativa do diretor-presidente da Cageacre (Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre), Pádua Bruzugu, em nomear na estatal o bolsonarista Rui Birico para ocupar uma CAS-5, com um salário mensal próximo de R$ 5 mil, gerou protestos do deputado comunista Edvaldo Magalhães, que criticou a aquiescência do governador Gladson Cameli em abrigar em seu governo o polêmico personagem, que em novembro do ano passado proferiu ataques diretos a integrantes da esquerda no Acre.

SOS

Edvaldo Magalhães afirmou que comunicou o fato da nomeação de Rui Birico ao Ministério Público do Acre, que desde o final do ano pretérito já investiga o bolsonarista por suas declarações desvairadas, posto que incita a violência. 

Postura facínora 

Nos áudios postados em grupos de WhatsApp que ensejam a investigação do MP, o bolsonarista se refere ao parlamentar como o “último comunista” na Assembleia e sugere uma “caça aos comunistas” do Acre, proferindo, literalmente, ameaças de morte aos militantes de esquerda. Sugere em suas falas “abrir o bucho dos comunistas”, “com punhal de mola de fusca”, e o mais grave: “Os comunistas vão ver como é que um açougueiro faz com uma baioneta na mão. Sabe como é, né? Abre do pescoço até o umbigo, papai!”, disse ele em um dos áudios. 

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Foco 

Em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, nesta terça-feira, 10, o presidente da Agência Nacional Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana (PT-AC), defendeu uma postura mais atuante da agência no Norte e Nordeste, e que os produtos exportados pelo Brasil sejam mais sustentáveis. “Se daqui a quatro anos não tivemos dobrado a participação do Norte e do Nordeste [nas exportações brasileiras], não fiz nada“ , disse na cerimônia de posse da nova diretoria da ApexBrasil.

Metas 

Para Jorge, a ideia é reforçar a estrutura de exportação para produtos que tenham potencial de venda em cada Estado, inclusive, com a possibilidade de apoio dos bancos públicos. De acordo com o novo presidente da Apex, as exportações de forma geral “cresceram muito pouco depois do segundo mandato do presidente [Lula]”. “Vamos ter uma grande parceria com produtores que querem seguir a agenda de combate às mudanças climáticas”, afirmou.

Entraves 

Jorge disse ainda que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul ainda não foi concretizado justamente porque as bases acordadas não eram ambientalmente sustentáveis, mas que vai trabalhar para seguir no acordo. Por fim, Viana disse que precisará “discutir com” a Receita Federal mudanças nas regras de vendas para outros países, porque “tem muita burocracia para exportar”. 

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Mutismo 

Partidos com filiados suspeitos de participação nos ataques em Brasília no domingo (8) variam do silêncio sobre providências à decisão de expulsar sumariamente membros com envolvimento no atentado antidemocrático. Alguns dos citados foram candidatos ou eleitos para cargos públicos.

Posições 

O jornal Folha de São Paulo, em matéria veiculada hoje, 11, questionou a assessoria de legendas que têm integrantes associados ao quebra-quebra, como PL —partido do ex-presidente Jair Bolsonaro—, PP e Podemos. Também há indícios da atuação de integrantes do PSD, do Republicanos e do Cidadania, siglas que já anunciaram o expurgo dos golpistas.

Radicalizando 

O PSD, presidido por Gilberto Kassab, divulgou nesta terça-feira (10) uma resolução da comissão executiva nacional, elaborada em reação ao levante, que prevê a saída imediata de quem teve relação com a selvageria antidemocrática.

Compasso de espera 

O PL, que tem deputados eleitos entre os suspeitos de comparecerem ou darem apoio à invasão, não anunciou se tomará medidas contra os filiados. A assessoria disse estar esperando uma posição do partido para se manifestar. O presidente Valdemar Costa Neto afirmou em vídeo no domingo que o movimento “é uma vergonha para todos nós” e não representa o PL nem Bolsonaro. O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirmou ao jornal O Globo na segunda (9) que o partido deveria expulsar sumariamente todos os filiados que fizeram parte dos ataques.

Ativismo 

A deputada federal eleita Silvia Waiãpi (PL-AP) foi apontada como uma das manifestantes da multidão e entrou na mira de parlamentares que pretendem denunciá-la ao Conselho de Ética da Câmara. Waiãpi, que foi procurada pela Folha e não respondeu, postou um vídeo em suas redes sociais filmado de cima do teto do Congresso durante a depredação e vários comentários favoráveis à ação, descrita como “tomada de poder do povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho”. Depois, apagou tudo.

Outros casos 

Outros nomes ligados ao partido, como Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio —que é sobrinho do ex-presidente e concorreu a deputado distrital em 2022—, e a presidente do diretório da sigla em Montes Claros (MG), Aline Bastos, também estavam em Brasília. Há ainda casos de filiados de estados do Nordeste, de Minas Gerais e de Goiás que se somaram de alguma maneira às ações terroristas, alguns deles com mandato, como o deputado estadual Sargento Rodrigues (MG).

Progressistas

O PP, outro partido com integrantes suspeitos de atuação direta ou indireta no protesto violento, também está em silêncio sobre eventuais punições. Procurada via assessoria, a legenda não informou como procederá em relação aos casos. No domingo, em nota, afirmou “repudiar veementemente” os atos, qualificando-os como inaceitáveis em um regime democrático.

Exaltação 

Lucivânia Pinheiro Barbosa, que concorreu a deputada estadual pelo PP em São Paulo, postou vídeos durante a ação violenta dentro do Palácio do Planalto. Nas imagens, uma voz feminina fazia elogios à ocupação e relatava que forças policiais tinham facilitado a entrada dos baderneiros. Há ainda o caso de Clarissa Tércio, eleita deputada federal em Pernambuco, e do marido dela, Pastor Júnior Tércio, também do PP, que é vereador do Recife e deputado estadual eleito. Eles compartilharam vídeo em que uma invasora exaltava o ataque ao Congresso.

Alvos 

No caso do Podemos, os exemplos apontados são de pessoas que eram filiadas ao PSC, sigla recentemente incorporada pelo partido. Pâmela Bório, que concorreu pelo PSC a deputada federal pela Paraíba em 2022 e terminou a eleição como suplente, virou um dos alvos de pedidos de investigação enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo PT e pelo PSOL. As representações também miram deputados eleitos do PL e do PP.

Imobilismo 

Secretário de comunicação do Podemos, Marcus Deois disse à Folha que a executiva nacional ainda não deliberou sobre medidas a serem tomadas. O partido emitiu nota no domingo em que repudia a violência dos atos criminosos e diz não compactuar com ações que atentem contra a democracia.