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Jamaxi

Pronto, falei!

O ex-prefeito, ex-governador e ex-senador Jorge Viana (PT), tido e havido como um dos melhores governadores que já passaram pelo Palácio Rio Branco e amais expressiva liderança da oposição no Acre, depois de 13 meses e 15 dias da gestão Gladson Cameli (PP), veio à boca do palco e, numa entrevista concedida ao site ac24horas, deitou avaliação da gestão do pepista, verbalizando, entre outras coisas, conceitos que freqüentam os bastidores da política e o senso do cidadão comum.

Ação de amadores

Viana foi incisivo quando disse que a gestão de Gladson ‘é uma bagunça’ é que a administração estadual é movida pelo improviso. ‘Eu dou muito valor a planejamento, a formar equipe e acho que esses são dois problemas do atual governo, desse grupo que tá aí. Eles não têm um plano e eles não têm uma equipe que funciona, onde o próprio governador já falou disso publicamente’.

Futuro diferente

Viana fez, ainda, diagnóstico do governo Gladson, conjecturando que sob numa administração de Marcus Alexandre o Acre estaria em melhor situação: ‘Eu, particularmente, não tenho nenhuma dúvida, porque eu sempre acreditei nisso, que com a experiência do Marcus Alexandre acumulou no nosso projeto de governo, eu acho que o Acre estaria melhor com Marcus’.

Choque terminal

Ecoando mesmo discurso de Gladson, que na campanha dizia que o problema da administração de Tião Viana era gestão e não falta de recursos, Jorge Viana adentra no setor segurança pública, recordando, inclusive, a época que governo o Acre: ‘é bom lembrar, que quando assumi o governo em 1999, o Acre tinha 50 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Basicamente tudo concentrado em Rio Branco; nós reduzimos para 18 [por 100 mil habitantes]. Nesses últimos anos o Tião [Viana] enfrentou muitos problemas. Teve muita dificuldade. A criminalidade voltou a ser um absurdo com as questões das facções. Só que eu nunca imaginei, que tem até aquela história que circulou na rede social e viralizou, do Gladson naquele programa eleitoral dele de que “vou trazer um especialista” e aí põe Rocha para dizer que ia dar um choque na segurança. O choque foi pior. E agora eu também não entendo como é que o governador faz uma reunião enorme, chama todo mundo e o especialista de segurança, que ia dar o choque, nem na reunião apareceu. Qualquer desculpa é esfarrapada para mim’.

Comparativos

Sobre os projetos do novo governo, Viana tem avaliação terminal: “Primeiro, ficou evidente, passado um ano, que não tinham plano nenhum para nos suceder. Tinham a intenção de nos derrotar. Conseguiram. Mas agora não conseguem entregar o governo. Uma exceção ou outra, óbvio, que sempre tem pessoas boas. Eu acho o que o Roberto Duarte tem falado, que o próprio Petecão tem falado, que aliados na Assembléia têm falado, que vivem uma situação de quase desgoverno. Então eu acho que o governador Gladson tem que se resolver. Eu queria saber qual é o plano deles para a segurança? Qual é o plano para a saúde? Falaram de agronegócio, mas qual é o plano para fazer com que a gente possa avançar na nossa economia? Eu, às vezes, leio colunistas, que falaram que ficamos 20 anos e estamos ainda na economia do contracheque. As pessoas não param, mesmo os jornalistas esclarecidos, nem para olhar os números. Eu só queria que olhassem os números. Quando eu assumi o governo, o PIB [Produto Interno Bruto] do Acre que soma tudo que o Estado tem, era de R$ 1,4 bilhão. Quando eu entreguei o governo, era de R$ 5,4 bi. Eu saí com uma avaliação de 83% de ótimo e bom, e aí o pessoal esquece. Depois o Binho conseguiu colocar esse PIB mais a frente e hoje o PIB do Acre é em torno de R$ 14 bilhões’. A entrevista pode ser acessada no Podcast https://open.spotify.com/show/0KhY60GguF9ekdppRmTe6y#_=_

Condução política

Ao ser questionado se não existia ‘ninguém que se destaca nesse governo do Gladson?”, Viana foi incisivo: ‘ Tem, sempre tem, mas eu não quero entrar nesse mérito. O que acho terrível e que na minha época não acontecia. Olha, não estou dizendo que não pode ser feito, até no governo do Tião [Viana] isso aconteceu de certa medida. Quando fui candidato, quando fui governador, quando fui prefeito, ninguém que trabalhava comigo era candidato a nada. Nós estamos ali para governar e eu falava para os políticos, deputado federal, senadores e deputados estaduais que nós estávamos trabalhando para vocês, ou seja, estamos trabalhando para a população. Então secretário era secretário. Executava um plano, trabalhava para todos os parlamentares da nossa base. O pessoal se reelegia, a população era atendida e o governo estava descontaminado. Eu acho um desastre, a primeira coisa que o Gladson fez foi dar um pedaço do governo para cada deputado, para cada político e não foi nem para os partidos. Isso é bizarro. Eu falo isso porque vejo pela imprensa. Isso é um desastre. É como você colocar o time com 11 e todo mundo jogando um contra os outros. O adversário vai fazer gol. O time deles joga um contra o outro. O pessoal da saúde leva bordoada de um lado, o pessoal da segurança leva bordoada de outra pasta. Isso para a população é terrível e é muita troca. Já trocou três vezes o comando da PM e parece que já vai ter que trocar de novo. Aí troca secretário demais. Volta o da saúde, troca o líder do governo, volta o líder. Gente, isso passa uma insegurança danada. Fica meio que uma bagunça”.

poronga 02

Contraponto

A entrevista de Jorge Viana repercutiu de imediato entre os aliados de Gladson Cameli, cabendo ao deputado José Bestene, lider dos Progressistas, partido do governador, sair em defesa do projeto, ao lançar nota nos termos a seguir: “No desespero, o ex-senador Jorge Viana, reapresentando a fatídica credencial de quem só ajudou a destruir o Acre nos últimos 20 anos, tenta desqualificar o trabalho que vem sendo realizado pelo governador Gladson Cameli e nossos secretários.

É de se lamentar a tentativa de o ex-governador de se reaproximar do povo que tanto fez mal, por meio de declarações maldosas e desnecessárias que só causam confusão na opinião pública. Seria mais honesto se Viana tivesse consultado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão ligado ao ministério da Economia. Teria visto que o Acre fechou 2019 entre os estados que mais criaram postos de trabalho com carteira assinada – o melhor resultado já registrado nos últimos oito anos e confirma o reaquecimento da economia local. Saldo altamente positivo em relação ao último ano de governo petista (2018)

O setor de serviços foi o que mais impulsionou a geração de novos postos de trabalho com 345 admissões. Seguido pela indústria de transformação (151) e a construção civil (148). O crescimento na criação de empregos em 2019 marcou o primeiro ano do governo Gladson Cameli.

Quando assumimos o governo, os servidores estavam com o 13° salário atrasado. Os fornecedores estavam desesperados e a estrutura das nossas secretarias em ruínas.

População e servidores viviam clima de tensão e pessimismo. Mas, com humildade e trabalho, o governador Gladson Cameli e sua equipe conseguiram arrumar as contas e resgatar a auto estima dos trabalhadores e da população.

2019 foi o ano de arrumar a casa, equilibrar as contas, resgatar a credibilidade e, mesmo assim, o governo ainda conseguiu avançar em todos os setores.

Falar de planejamento para quem está com pagamento atrasado…e pensar em planejamento num ambiente em que o Estado está afogado em dívidas, é no mínimo hipocrisia.

Iniciamos 2020 com otimismo e fé!

Acredito que firmamos nossa base e, agora, é hora de voltar a sonhar, gerar emprego e renda, melhorando na Saúde, Educação, Segurança e em todas as áreas.

Deixaremos que aves de agouro, que construíram suas vidas em cima da miséria do nosso povo, falem ao vento!

Nós queremos e vamos trabalhar pelo bem do nosso povo.

José Bestene, deputado estadual pelo PP”