A direção do PSOL emitiu nota prestando esclarecimentos à sociedade, sobre a operação da Polícia Federal na sede do partido, nos termos a seguir. “Em razão da noticiada operação promovida pela Polícia Federal envolvendo membros do PSol no dia 30 de junho de 2020, relacionada às eleições do ano de 2018, sua direção estadual vem a público prestar os seguintes esclarecimentos à sociedade acriana: 1 – O Partido apresentou 16 candidaturas, respeitando o percentual mínimo de 30% para candidaturas femininas.
Legalidade
“2 – Em conformidade com a legislação, todas as candidaturas receberam recursos do fundo eleitoral, tendo-se destinado o percentual mínimo previsto em lei às candidaturas femininas. Importante registrar que as contas do partido e de todas as candidatas mulheres foram aprovadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).”
Despesas
“3 – O custo das campanhas de todos os 16 candidatos, foi de R$ 545.000,00 (quinhentos e quarenta e cinco mil reais), conforme havia sido definido e aprovado pela Direção Nacional do PSOL. A distribuição desses recursos foi orientada pelo objetivo principal do partido, que era romper a cláusula de barreira, sem o que não teria como garantir sua existência”.
Critérios
Adiante: “ Para isso, em todo o país, o PSOL priorizou as candidaturas aos cargos de deputado federal e senador, razão pela qual dos R$ 545.000,00 (quinhentos e quarenta e cinco mil reais), os candidatos a deputado federal receberam R$ 400.000,00 (quatrocentos mil) reais. Considerando a obrigatoriedade de destinação de, no mínimo, 30% desse valor às candidaturas femininas, foram destinados R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) à única candidata mulher para esse cargo, do partido.”
Rateio
“4 – O recurso remanescente – R$ 145.000,00 (cento e quarenta e cinco mil) reais – foi distribuído entre as 11 candidaturas estaduais, também respeitando o mínimo de 30% para as candidatas mulheres”.
Observância da lei
“5 – O PSol e seus militantes não infringiram a lei. A utilização dos recursos citados foi feita com honestidade e exatamente como declarado e documentado nas prestações de contas dos seus candidatos.”
Má intenção
“6 – O tempo e o compromisso com a transparência e a democracia revelarão que o PSol está sendo vítima de uma narrativa odiosa produzida por uma pessoa desequilibrada e sem caráter e que, por erro de avaliação, havia sido acolhida no seio do nosso partido. Sabe-se, hoje, que esse indivíduo já foi preso por mais de uma vez, inclusive, por crimes de falsidade ideológica e estelionato, motivos que levaram a Direção Nacinonal a afastá-lo dos quadro do partido e se encontra no conselho de ética em processo de expulsão”.
Princípios
“7 – Do outro lado estão as mulheres e homens que participaram da campanha em 2018, dedicados à luta por uma sociedade mais justa e igualitária, nunca tendo respondido a qualquer processo criminal, sendo hoje investigados.”
Nada a temer
8 – O partido está totalmente à disposição da justiça para fazer os esclarecimentos necessários e apresentar todas as informações que forem solicitadas. Espera, apenas, que a investigação seja realizada de forma serena, sem pré-julgamentos e sem exposição injusta, precipitada e baseada em apenas uma versão dos fatos, como tem sido até aqui. A Direção Executiva Estadual”.
Monitorado
Um empresário de Atibaia que frequentava a casa onde o ex-assessor Fabrício Queiroz ficou hospedado no interior de São Paulo, e cujo dono é o advogado Frederick Wassef, disse que o caseiro do imóvel era olheiro do defensor. A informação reforça os indícios de que o ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) mantinha controle sobre a rotina de Queiroz em Atibaia, ao contrário das declarações iniciais de Wassef, que primeiramente negava ter atuado na proteção e no abrigo de Queiroz e sua família.
Câmara indiscreta
“ Eu fui algumas vezes lá (na casa). Tinha dois quartos (um deles ficava trancado), um banheiro e uma sala grande. Nos fundos, ficava o caseiro, que era como se fosse um olheiro. Contava tudo para o patrão — afirmou, em entrevista ao GLOBO, o empresário Daniel Bezerra Carvalho, que é dono de uma loja de conveniência no município. — Tudo que acontecia, eu acho que o cara (caseiro) passava para frente. Quem foi, quem não foi ( à casa). Ele (Queiroz) não ficava preso. Não era obrigado a não sair. Mas com certeza os passos dele estavam sendo monitorados por alguém, entendeu? “, complementou.
Estafeta
Segundo o empresário, durante o período em que Queiroz ficou em Atibaia, o caseiro Orlando Novaes ficava numa casa nos fundos do terreno e, eventualmente, fazia algum favor para Queiroz, como buscar alguma compra no mercado.
Documentário
Em vídeo do último réveillon, revelado pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira, o empresário aparece ao lado de Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira Aguiar. Segundo Carvalho, as imagens foram gravadas para desejar “feliz ano novo” a uma amiga do trio: a advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalhava para Wassef.
Convivência
O empresário afirmou que conheceu Wassef há sete anos, quando o advogado passou a ser cliente de sua loja de conveniência, mas que só recentemente soube que ele era próximo da família Bolsonaro. Também disse que, logo ao conhecer Queiroz, não sabia que este era um ex-assessor ligado à família Bolsonaro, mas que, ao longo da convivência, ficou sabendo.
Sentimento
“Estou triste que ele (Queiroz) está preso. Ele não merece. O cara estava doente. Não é certo isso. Eu vi a preocupação dele com seus filhos. Ele também não queria prejudicar os Bolsonaro. Eram amigos de longa data. Falou que Bolsonaro é um homem íntegro, assim como Flávio. E disse que é inocente. Também falou que conhece todos os filhos do Bolsonaro desde que eram pequenos”, disse Carvalho.
Tiro ao alvo
O empresário também disse que Wassef e ele frequentavam o mesmo clube de tiro na cidade, e que chegou a convidar Queiroz para ir ao local. Ele declinou, segundo o empresário, alegando que não queria ser reconhecido.
Enigma
O empresário disse que se compadeceu com a situação do estado de saúde e com as dificuldades financeiras que Queiroz enfrentava. No entanto, no ano passado, o ex-assessor pagou em dinheiro vivo mais de R$ 130 mil por uma cirurgia de câncer no hospital Albert Einstein.
Apoio
Segundo Carvalho, a advogada Rigamonti era responsável por ajudar Queiroz a fazer compras de remédios e alimentos. Ela teria deixado de trabalhar no imóvel de Wassef em novembro, quando Queiroz se viu praticamente sozinho em Atibaia, segundo o empresário. Carvalho contou que chegava a levar comida para Queiroz e que o ex-assessor demonstrava muito abatimento poucos dias antes de ser preso.
Depressão
Ele (Queiroz) estava muito preocupado nos últimos cinco dias (anteriores à prisão). Estava se preparando para depor, ao MP, mas andava deprimido e quase sem comer, diz Carvalho. O empresário também disse que nunca ouviu de Queiroz, Márcia ou Ana o codinome “anjo”, que seria um apelido atribuído a Wassef, segundo o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro. Wassef sempre negou que seja o “anjo”.