A professora Socorro Neri, eleita vice-prefeita de Rio Branco pelo PSB para o quadriênio 2017/2020 e nomeada para a gestão do setor de educação do estado no mês passado, informou em suas redes sociais que solicitou a desfiliação da sigla e esclarece ser falsa a notícia de que se filiou ao Progressistas (PP).
Lealdade e urbanidade
Neri realça que quem acompanha a movimentação política local não enxerga novidade que o PSB e ela acompanham projetos políticos divergentes e refirma seu compromisso político com o projeto do governador Gladson Cameli (PP). “Enquanto o partido se movimenta para o lançamento de candidatura ao governo em 2022, é pública a minha decisão de retribuir o apoio que recebi do Governador Gladson Cameli na última campanha à prefeitura de Rio Branco. Assim, no início da próxima semana visitarei os dirigentes do PSB para agradecer pessoalmente a acolhida fraterna e a boa convivência nesses últimos cinco anos”.
Homem ao mar
O ex-deputado estadual Jairo Carvalho, filiado ao PSD do senador Sérgio Petecão, teve a exoneração do cargo em comissão do governo publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) na última sexta feira, 18. Jairo ocupava o cargo de diretor desde 2019 e atuava diretamente na Casa Civil do Governo.
Divórcio
Recentemente Petecão já expôs que o governo estava exonerando pessoas que mantinham relações políticas com seu mandato, em geral simples servidores com CEC-1, ou seja, pessoas com salários em torno de R$ 1 mil, o que não vem a ser o caso de Carvalho. A demissão de Jairo mostra a que é fática a ruptura do grupo do senador com o Palácio Rio Branco.
Marca sinistra
Ontem, 19, o Brasil ultrapassou a trágica marca de meio milhão de vítimas fatais por Covid-19. Desde 17 de março de 2020, quando foi registrado o primeiro óbito pela doença no país, são 500 800 óbitos na pandemia: mais de 1 000 mortes diárias, 45 mortes por hora.
Estatística
Com 2 301 registros nas últimas 24h, o Brasil registra, pelo segundo dia consecutivo, cenário de alta nos números de casos fatais da doença, após dois meses em estabilidade. A avaliação é feita pelos infectologistas: uma variação acima de 15% em relação à situação de duas semanas atrás representa um momento de crescimento constante nos óbitos. O país contou, no sábado, com índice 26,62% maior que o registrado em 5 de junho, há dois sábados.
Progressão
Ainda ontem, sábado, o Brasil registrou 82 288 diagnósticos positivos. São, no total, 17.883.750 contaminados durante toda a pandemia. As médias móveis de casos e mortes das últimas 24h são 72704,6 e 2075,4 respectivamente.
Prioridade
Indiferente a mortandade, o presidente Jair Bolsonaro espera contar na eleição de 2022 com o apoio formal dos partidos do Centrão, que formam a sua principal base de sustentação no Congresso. Desde que o grupo aderiu ao seu governo, em meados do ano passado, o presidente da República tem distribuído cargos e fatias crescentes do Orçamento da União aos aliados a fim de consolidar a parceria entre as partes.
Mudança
Nessas transações, Bolsonaro negocia diretamente com os caciques de cada legenda, fazendo exatamente aquilo que em 2018, ao se apresentar como o candidato antissistema, dizia repudiar. Até aqui, a estratégia tem dado certo. Prócer do Centrão e presidente do PP, o senador Ciro Nogueira já declarou publicamente apoio à reeleição do ex-capitão.
A volta dos que não foram
Mandachuva do PL, o mensaleiro Valdemar Costa Neto voltou a frequentar o Palácio do Planalto, onde prestigiou a posse da correligionária Flávia Arruda no cargo de ministra da Secretaria de Governo, pasta que cuida da articulação política e da relação com o Congresso.
Atrativos
Ciente de que a sucessão presidencial deve ser acirrada, como indicam as pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro quer o Centrão em sua coligação para usufruir de pelo menos dois dos dotes dos aliados: tempo de propaganda na TV e recursos do fundo eleitoral. Esses ativos são distribuídos de acordo com o tamanho das bancadas de cada partido na Câmara.
Comparativo
Se ainda estivesse no PSL, Bolsonaro teria direito a fatias parecidas às do PT, já que as duas siglas elegeram quase a mesma quantidade de deputados federais em 2018. Como Bolsonaro deixou o PSL e tende a se filiar ao Patriota, uma legenda de pequeno porte, ele só conseguirá tempo de TV e recursos comparáveis aos dos petistas se trouxer para a coligação a turma do Centrão.
Terreno movediço
Por isso, o presidente faz toda sorte de concessões às cúpulas de PP, PL, PR e companhia. Ninguém sabe se esse estratégia renderá os frutos esperados por Bolsonaro, mas há um quase consenso de que a tática é arriscada. Motivo: a biografia do Centrão.
Perfil
Formado por partidos sem programa ou posição ideológica definidos, o Centrão é sempre governista, independentemente de o presidente de turno ser de esquerda ou de direita. Nas eleições, o grupo costuma apoiar o favorito ou, em caso de disputa parelha, como promete ser a de 2022, não apoiar formalmente ninguém, deixando — como se diz no mundinho da política — uma perna em cada canoa.
Jogando o jogo
Líder nas pesquisas, Lula sabe bem disso. Enquanto Bolsonaro negocia com as cúpulas dos partidos, o petista tem percorrido o país para conversar com a base das legendas, com líderes regionais e até municipais. Nesses encontros, o objetivo do ex-presidente é convencer os interlocutores de que o Centrão conseguirá eleger bancadas maiores de deputados federais se ficar isento na disputa presidencial, o que deixaria o grupo livre para fechar as alianças que bem entendesse nos estados.
Conveniência
O PP, por exemplo, poderia posar de governista onde o agronegócio é forte, como na região Centro-Oeste, e de oposicionista na região Nordeste, onde o PT sempre leva vantagem. Seria Bolsonaro ou Lula de acordo com a conveniência local. O importante para o PT é assegurar a isenção do Centrão em nível nacional e, assim, dificultar o acesso de Bolsonaro à propaganda na TV e às verbas do fundo eleitoral.
Jogo
Lula está usando a mesma estratégia no caso do MDB, que se diz de centro, e não do Centrão. O comandante do partido, Baleia Rossi, tem participado de reuniões que buscam a construção de um candidato da terceira via. Enquanto isso, emedebistas que controlam diretórios regionais já se reuniram com Lula e prometeram que, se o MDB não apoiá-lo oficialmente, não participará de qualquer chapa presidencial. A um ano e quatro meses da votação, a sucessão já está a todo vapor.