A deputada federal Mara Rocha (PSDB) ontem, no início da noite, foi ao facebook e mudou a foto de capa de sua conta. Postou uma foto do progressista Tião Bocalom e cunhou a frase: “Agora é Bocalom, nosso futuro prefeito de Rio Branco!”
Realidade
O posicionamento da parlamentar, por certo, sinaliza uma posição do PSDB com relação ao segundo turno na capital, vez que a deputada é presidente regional da sigla. Esta, também, poderá ser a decisão a ser seguida pelo irmão, o vice-governador Wherles Rocha e o seu partido, o PSL, vez que o vice-governador tem ascendente influência sobre a sigla liberal.
Jogo jogado
Rocha e Mara foram importantes idealizadores da candidatura de Minoru Kimpara (PSDB). A concretizar-se o vaticínio, a postura dos irmãos Rocha escancara uma situação que já era tida como certa por quase todo o meio político: a divergência política escancarada entre o governador e seu vice. No segundo turno das eleições da capital, Gladson joga todas suas fichas em Socorro Neri e Rocha, mais seu grupo político, vai de Tião Bocalom.
Posição
Ainda ontem, em live, o candidato Jamyl Asfury, do PSC, declinou apoio à candidatura de Tião Bocolom. A posição partidária é aguardada após reunião da cúpula da sigla.
Inusual
Em Assis Brasil aconteceu fato assaz curioso. O prefeito eleito Jerry Correia (PT) compôs chapa com Reginaldo Martins que também é militante petista. Via de regra a formação de chapas para disputa majoritária são feitas a partir de coligações.
Leitura
“Nossa campanha foi baseada na garra! Essa vitória é fruto de muito trabalho e muitos desafios, pois além de não contarmos com o apoio de outros partidos, nós ainda tivemos que carregar nas costas o fardo da rejeição do partido, forjada numa campanha midiática orquestrada pela grande mídia. Mas com a benção de Deus e o apoio do povo, nós logramos êxito nas eleições e vamos fazer o melhor para o nosso querido município”, concluiu o futuro gestor.
De mal a pior
Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Acre não conseguiu amenizar a extrema pobreza no último ano e chegou a 139 mil pessoas que vivem com menos de R$ 145.
Período
Os dados são de 2019, foram divulgados na quinta-feira (12) e fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS). De acordo com o IBGE, o número já vinha em crescimento e chegou ao maior nível em oito anos.
Curva
O percentual já vinha em crescimento no tocante a 2018 (14%) subiu de 41,8% em relação a 2012, um recorde, aponta o levantamento.
Renda
Para o IBGE, é considerado em situação de extrema pobreza quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que equivalia a aproximadamente R$ 151 por mês em 2019.
Termômetro
Estas linhas foram estabelecidas pelo Banco Mundial para acompanhar a evolução da pobreza global. Elas não consideram o câmbio oficial, mas o chamado Poder de Paridade de Compra (PPC).
Comparativo
Segundo o IBGE, essa medida permite comparar o valor real das moedas em determinado ponto do tempo por meio de uma pesquisa de preços de bens e serviços em diversos lugares do mundo. Já os considerados pobres são aqueles que vivem com menos de US$ 5,50, equivalente a R$ 436 no ano de análise. No estado, ano passado viviam com esse valor 232 mil pessoas.
Ranking vergonhoso
Nesta avaliação o Acre é o segundo estado do Brasil, com o maior número de pessoas vivendo na pobreza, sendo 16% da população. O estado fica atrás apenas do Maranhão com 1 em cada 5 residentes na situação de indigência relacionada ao poder monetário.
O dia seguinte
Diante das derrotas impostas aos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno das eleições, aliados do presidente de dentro e fora do governo se dividiram entre negar um fracasso nas urnas (ou ao menos tirá-lo do colo presidencial) e reconhecer que é preciso mudar para recuperar o bom desempenho de 2018
Autismo
No grupo da negação está o próprio presidente, que passou a defender a tese de que eleições municipais não têm nenhuma correspondência com a política nacional. Aliados chegaram a aconselhar o presidente a analisar com cautela uma eventual participação no segundo turno a fim de evitar novos reveses. Outros debateram publicamente o que fazer diante de derrotas nas urnas.
Sinais
Além de um resultado ruim na disputa para a prefeitura nas principais cidades — apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza (CE), continuam na briga —, o presidente viu a maioria dos seus indicados a vereador naufragarem. Dos 44 apoiados, apenas nove se elegeram. E a votação do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), em um patamar inferior ao de 2016, também conta como revés.
Treino
Os assessores que defenderam a participação de Bolsonaro na campanha avaliam que o cenário serviu como um importante termômetro para moldar a corrida presidencial de 2022, caso o chefe do Executivo leve adiante o plano de tentar a reeleição. Para essa ala, sem mergulhar de cabeça no pleito, Bolsonaro teria dificuldade de conhecer o real tamanho de sua força e suas fraquezas para uma próxima disputa.
Ação emergencial
Esse grupo também admite que a participação do presidente no pleito sem qualquer filiação partidária impôs uma urgência: a necessidade de ele encontrar rapidamente uma legenda para organizar seu grupo político. Bolsonaro se desfiliou do PSL em novembro do ano passado e tenta criar o Aliança pelo Brasil, ainda sem sucesso. Há alguns meses, admitiu entrar em outra sigla.
Insistência
O discurso da negação da derrota se fez presente. O próprio Bolsonaro foi às redes na noite de domingo lembrar que, em 2016, o então governador Geraldo Alckmin foi visto como vitorioso, e acabou derrotado dois anos depois.
Mantra
Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro-chefe de Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, afirmou no seu Twitter que “a esquerda saiu derrotada”, destacando o fato que o PT reduziu ainda mais o número de prefeitos eleitos.
Moderação
Já a ala que defendia um distanciamento do presidente das eleições municipais voltou a pedir que ele não se envolva no segundo turno. Na visão de assessores do Planalto, o fiasco de Delegada Patrícia (Podemos), no Recife (PE), Coronel Menezes (Patriota), em Manaus (AM), e de Coronel Fernanda (Patriota), na disputa ao Senado no Mato Grosso, não deveriam ser atrelados ao presidente uma vez que estes nomes foram trazidos por seus aliados.