O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Comissão Eleitoral responsável pela condução do processo de formação da lista tríplice para o cargo de procurador-geral de Justiça, referente ao biênio 2026/2028, definiu na data de ontem, 18, o nome dos agentes que compõem a relação para o cargo.
Lista
O candidato mais votado para o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Acre (MPAC) foi Oswaldo D’Albuquerque que recebeu 49 votos e ficou em primeiro lugar. A segunda mais votada foi a promotora de Justiça Marcela Cristina Ozório, com 45 votos e, completando a lista, Álvaro Luiz Araújo Pereira, que obteve 40 votos. Os três compõem a lista que será enviada ao governador Gladson Cameli (PP), responsável pela escolha final.
Processo
Os demais candidatos, Glaucio Ney Shiroma Oshiro e Cosmo Lima de Souza, receberam 38 e 20 votos, respectivamente. Todos os 88 membros aptos a participarem da escolha votaram, sem registro de abstenções, votos brancos ou nulos. A eleição ocorreu de forma eletrônica, pelo Sistema VOTUS, das 8h às 17h. A apuração foi realizada na Sala das Sessões do edifício-sede, com acesso aberto aos profissionais da imprensa.
Personagem
O procurador Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto é uma figura proeminente no Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), onde atuou como conselheiro e corregedor nacional. Oswaldinho, como é tratado pelos amigos, tem uma longa carreira jurídica, marcada por diversos cargos de liderança. Já foi Procurador-Geral de Justiça do Acre, ocupando o cargo por dois mandatos (2014-2016 e reconduzido em 2016).
Esfera nacional
Foi empossado como conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público em 2019, para o biênio 2019-2021, e reconduzido posteriormente. Em 2022, foi eleito por aclamação para o cargo de Corregedor Nacional do Ministério Público.
Distinção
Durante sua gestão no MPAC, implementou projetos de modernização e inclusão social, como o processo digital e o projeto “Viver para Servir”. Ele recebeu a Ordem da Estrela do Acre e a Ordem do Mérito Legislativo, as mais altas honrarias do estado.
Reconhecimento
Foi escoimado nesse currículum que a categoria do Ministério Público do Estado do Acre o colocou no topo da lista tríplice daqueles servidores que serão submetidos ao crivo do governador Gladson Cameli (PP) no quadriênio 2026/2030. Caso o rito até então adotado seja seguido, a posse deve ocorrer em janeiro próximo.

Agenda
O senador Alan Rick (Republicanos) participou na tarde de ontem, terça-feira, 18, de uma agenda na sede do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) para conversar com as principais lideranças da sigla mirando uma possível aliança na disputa ao governo em 2026.
Debate
“Nós vamos, cada vez mais, amadurecer a conversa, que foi muito boa, sempre muito propositiva com o MDB e tudo aquilo que nós já havíamos falado anteriormente: de ter o MDB junto conosco, construindo chapas, nos ajudando a fazer as chapas proporcionais e compartilhando conosco de um sonho para o Acre. Esse foi o grande mote desse debate, dessa boa conversa”, afirmou Alan.
Pauta
Indagado sobre os temas que pautaram a reunião, Alan entrou em detalhes: “repisamos aquilo que nós conversamos da outra vez. Pontos que o MDB entende que são importantes: participar da chapa majoritária, ajuda na composição das chapas proporcionais, o apoio do candidato majoritário e a essa estrutura de campanha, e também a participação na elaboração do plano de governo, de todo mundo sentar na mesa com a orientação dos partidos integrantes e estabelecermos um plano de governo juntos”, declarou o parlamentar.
Prudência
O parlamentar também falou sobre a suspensão do julgamento do governador do Acre, Gladson Camelí (PP), e afirmou que a medida fortalece a candidatura do gestor do estado a uma vaga ao Senado em 2026. “Eu vejo que, com esse habeas corpus, o governador Gladson se fortalece para a sua candidatura ao Senado. É importante para ele e, obviamente, que talvez uma outra pessoa que estava colocando - dentro do governo -, o carro à frente dos bois, deva repensar isso”, comentou.

Votação
O Planalto até tentou, mas não conseguiu evitar que o relatório do PL Antifacção proposto pelo deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), secretário licenciado de Segurança de São Paulo, fosse aprovado com larga maioria na Câmara na data de ontem, terça-feira, 18.
Placar
O texto recebeu 370 votos a favor e apenas 110 contra, expondo, uma vez mais, a fragilidade do governo no Congresso. O texto prevê endurecimento de penas, criação de novos tipos penais, ampliação dos poderes de investigação e regras especiais para líderes de facções. O PT votou contra o parecer, acusando o relator de politização.
Descarte
O governo teve uma pequena vitória em meio a uma derrota acachapante. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), barrou de ofício a proposta do bolsonarismo de equiparar facções criminosas ao terrorismo. Deputados e governadores de oposição vinham pressionando para que a equiparação fosse feita, uma ideia rejeitada radicalmente pelo governo.
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Em um sinal de que a Câmara partiria para o confronto, Derrite cancelou uma reunião marcada para a manhã com os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para discutir seu relatório.
Escolha
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já escolheu o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) para relatar o projeto na Casa. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sérgio Moro (União Brasil-PR) pleiteavam o posto, mas Alcolumbre escolheu Vieira, não alinhado diretamente com governo ou oposição, para evitar “contaminação política” do projeto. (Folha)

Sismologia
O mercado financeiro e o mundo político foram abalados nesta terça-feira, 18, pela notícia da prisão na noite anterior de Daniel Vorcaro (foto), dono do Banco Master, e a decisão do Banco Central de liquidar extrajudicialmente a instituição e suas empresas, preservando apenas o Will Bank por haver interesse de compra.
Cronologia
A liquidação aconteceu um dia após o anúncio de que a Fictor, uma holding financeira pouco conhecida, iria adquirir o Master e dois meses depois de o BC vetar a venda do banco ao BRB, que pertence ao governo do DF.
Medidas
Vorcaro, investigado por emissão de títulos de crédito falsos, foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos quando se preparava para deixar o país em um jatinho com destino à ilha de Malta, no Mediterrâneo. A defesa nega fuga e diz que ele viajaria a Dubai justamente para negociar a venda do banco. Com a liquidação do Master e de sua corretora, os depósitos até R$ 250 mil passam a ser cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), enquanto uma gestora nomeada pelo BC assume o comando e afasta a diretoria.
Ficha
Nas investigações, a PF e o MPF descobriram que o Banco Master vendeu ao BRB R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito que não existiam e tentou justificar a operação com documentos falsos entregues ao Banco Central. Contratos foram “fabricados” em um único dia, usando associações ligadas a um ex-diretor para simular créditos consignados bilionários, além de 100 contratos de pessoas físicas que jamais ocorreram. Mesmo após o BC identificar inconsistências e rejeitar a compra do Master pelo BRB, o banco estatal continuou transferindo recursos, o que levou os investigadores a apontar crime em andamento.
Cumplices
Além de Vorcaro, seis pessoas foram presas, incluindo Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, que consta como sócio do Master, e Augusto Ferreira Lima, ex-CEO da instituição. A Justiça bloqueou R$ 12,2 bilhões do grupo, e a PF apreendeu carros de luxo, obras de arte e dinheiro vivo. A decisão judicial também afastou Paulo Henrique Costa da presidência do BRB.
Alerta
A prisão de Vorcaro deixou muita gente alarmada. Ao longo dos anos, o banqueiro construiu uma rede de conexões políticas que vai de bolsonaristas como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) a integrantes do governo Lula, como o ministro Ricardo Lewandowski.
Fiança
A liquidação do Banco Master deve causar a maior indenização a depositantes já feita pelo FGC, que terá de cobrir entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em depósitos, valor que supera o caso Bamerindus de 1997, atualizado hoje para cerca de R$ 20 bilhões. O Master vinha captando com CDBs de alta remuneração garantidos pelo fundo e já havia recebido uma linha emergencial de R$ 4 bilhões em maio para honrar vencimentos. Apesar do tamanho do rombo, o FGC afirma ter liquidez suficiente para fazer frente aos ressarcimentos.
