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Em entrevista concedida ao jornalista Victor Fuzeira, do site Metrópoles (https://www.metropoles.com), veicula na data de hoje, 10/11, resta consignado que o governador acreano reeleito Gladson Cameli (PP) procura uma convivência pacífica com o futuro presidente Lula. Na entrevista, Gladson criticou as manifestações registradas nos últimos dias que impediram a circulação de carros em estradas de todo país. Desde o dia 30 de outubro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas para protestar contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Questão de direitos

“É preciso ter bem claro que todos têm o direito de se manifestar. Porém, essa manifestação tem que ser pacífica e ordeira, sem atrapalhar a vida do cidadão. Nosso estado não pode correr o risco de desabastecimento, ainda mais de produtos e serviços essenciais”, disse. Cameli foi questionado sobre a inação do presidente para demover os apoiadores dos atos. O governador acreano avaliou que “antes de tudo, o presidente é um patriota e democrata”. “Como ele mesmo diz, sempre trabalhou dentro das quatro linhas da Constituição”, defendeu.

Ipsis literis 

Para relembrar, Bolsonaro só pediu aos apoiadores que desobstruíssem as rodovias dois dias depois do início dos atos, que começaram ao final do segundo turno das eleições. Na ocasião, o presidente disse que o “fechamento de rodovias prejudica o direito de ir e vir das pessoas e apelou: “Desobstruam as rodovias, isso não faz parte das manifestações legítimas”. O pedido de Bolsonaro somado ao uso de força policial surtiu efeito e grandes partes dos bloqueios foram contornados. Até a tarde dessa quarta-feira (9/11), as rodovias do país não registravam mais bloqueios e interdições, segundo a Polícia Rodoviária Federa (PRF).

Gratidão a Bolsonaro

A matéria lembra que Cameli, eleito ainda no primeiro turno, trabalhou durante todo segundo turno para consolidar votos a Bolsonaro no Acre. O atual presidente já havia vencido Lula no estado e foi o candidato mais votado em 18 das 22 cidades, no dia 30 de outubro. Para Gladson, os votos do eleitorado acreano a Bolsonaro podem ser interpretados como “gratidão do eleitor a tudo que o governo federal fez pelo nosso estado”.

Engajamento

“Desde o começo, trabalhamos muito pela candidatura de Bolsonaro porque acreditamos que ele foi um grande parceiro para o estado do Acre. Somos um estado que ainda depende muito das verbas federais e nesse governo tivemos apoio para avançar em diversas áreas como segurança, saúde, educação. Então, essa vitória no estado pode ser vista como a gratidão do eleitor acreano a tudo o que o governo federal fez pelo nosso estado”, disse ao Metrópoles.

Conversa com Lula

O governador afirma que, apesar de ter feito campanha para Bolsonaro nas eleições, está aberto a dialogar com o presidente eleito. “Quando chegar a hora de nos sentarmos e discutirmos, penso que vou estar a frente do Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de todos os brasileiros”, enfatizou. “Estou preparado para ir como Gladson Cameli, governador de todos os acreanos. A eleição já passou, as siglas partidárias têm que estar em segundo plano. Por exemplo, aqui no estado do Acre, temos alguns municípios em que os prefeitos são do PT. E a maioria deles me apoiou para a reeleição, num sinal de que é possível colocar o bem-estar das pessoas em primeiro lugar”, prosseguiu.

Sinais evidentes 

Segundo Cameli, Lula deu “recado claro de que pretende fazer um governo de pacificação quando escolheu Geraldo Alckmin, um ex-adversário como vice”. “De nossa parte, vamos continuar trabalhando colocando em primeiro lugar as pessoas”, finalizou. 

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Vergonha alheia 

O relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas não surpreendeu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo Bela Megale, do jornal O Globo. O documento produzido pela pasta apontou suposto “risco à segurança” do processo eleitoral, mas não conseguiu comprovar a existência de fraude na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência.

A montanha pariu um rato 

Para ministros do Supremo, o relatório é um “capítulo vergonhoso na história das Forças Armadas”. “Um magistrado afirmou à coluna que o Ministério da Defesa ‘se desmoraliza’ com o parecer e ‘o jogo de cena’ que fez em torno da fiscalização das urnas”, relata a jornalista.

Propósitos

“Uma ala do STF e TSE minimizou o potencial do documento de exaltar os ânimos dos apoiadores de Bolsonaro, já que o texto não aponta fraudes. Outra ala avalia que, mesmo assim, o material pode ser um ‘pretexto’ do presidente para inflamar seus apoiadores”, diz a reportagem.

The end

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, publicou nota na quarta-feira (9) após a divulgação do relatório. Ele afirmou que o TSE recebeu “com satisfação” o documento, que “não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência” no processo eleitoral. 

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Sinais 

O presidente eleito Lula (PT) fez questão da participação do líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na comitiva do novo governo para a COP 27, a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). O convite foi feito pelo petista em razão da representatividade do senador para a Amazônia.

Causa 

Nos últimos 4 anos, Randolfe, que é da região Amazônica, foi atuante nos tribunais para derrubar ações do governo Bolsonaro que favoreciam o desmatamento, a exploração ilegal de recursos e o desmantelamento de órgãos de fiscalização ambiental. 

Além disso, o senador foi o responsável pela instalação da Comissão Externa Temporária do Senado Federal que investigou o aumento de casos de violência no Vale do Javari (AM), após as mortes do jornalista Dom Phillips e Bruno Araújo. 

Engenharia 

O parlamentar também recebeu, em 2021, por conta da atuação em defesa da Amazônia, a Légion d’honneur, a maior honraria francesa. A viagem da comitiva à COP 27 ocorrerá na semana que vem. Randolfe deve levar ao evento pautas do Consórcio Amazônia Legal e pelo desenvolvimento sustentável.  Resta lembrar que o parlamentar amapaense e a ex-senadora acreana Marina Silva, ambos da Rede, são cotados para assumir o ministério do Meio Ambiente no futuro governo Lula.   

Festança 

Ainda sobre a formação do futuro governo federal, o MDB, o partido de Simone Tebet (MDB), emplacou quatro nomes na equipe de transição do governo Lula. Além dela, cuja indicação é tratada como de iniciativa pessoal e não envolve o partido, foram designados Renan Calheiros, Jader Barbalho e Germano Rigotto. 

Barreira 

Os dois primeiros entram em ação na tentativa de resguardar os interesses do MDB nas eleições para a presidência da Câmara e do Senado – Renan não aprova a rendição do PT a Arthur Lira (PP-AL), e ainda não está claro o que restaria ao MDB na divisão de poderes dentro do Congresso caso Lira e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sejam reeleitos. “Transição é uma coisa, outra é o caminho para ingressar na base do governo ou participar do governo”, diz Rigotto.

Nós

Embora o PT dê como certa a adesão do MDB, caciques da sigla afirmam que o partido não discutiu os critérios para isso. Na terça (8), Renan, Helder Barbalho, Renan Filho, Jader Barbalho e Marcelo Castro iniciaram conversas sobre uma possível aliança com o União Brasil.…com eles

A ideia seria formar um bloco, numa das últimas cartadas de Renan de minar Lira. O PP, partido do presidente da Câmara, chegou a discutir uma fusão com o União Brasil na véspera do 1.º turno, mas a ideia não prosperou. Presidente do União, Luciano Bivar quer tentar a presidência da Câmara.

Sem eles

A aproximação do MDB a Lula desagradou ao PSDB, que ensaiava uma união com o partido, Cidadania e Podemos. “O MDB já assumiu uma postura de estar no governo, e nós não queremos estar no governo. Ficaremos independentes”, diz Tasso Jereissati (PSDB-CE).