A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 4, a “Operação Intruder Brother”, que investiga possível prática do crime de corrupção eleitoral (compra de votos) levada à cabo pelo vereador reeleito Célio Gadelha, na véspera do 1º turno das eleições municipais de 2020.
Força policial
24 policiais participam da operação e estão sendo cumpridos 05 mandados de busca e apreensão, todos em Rio Branco, sendo um deles na casa de um candidato reeleito ao cargo de vereador desta capital, além de oitivas de testemunhas e investigados.
Ação delituosa
De acordo com as investigações, um irmão do candidato ao cargo de vereador, juntamente com um cabo eleitoral, entrou sem permissão em uma empresa de grande porte da cidade, reuniu com vários funcionários e distribuiu santinhos e grande quantidade de dinheiro em troca de votos.
Teia
Dentre os investigados, estão os funcionários que receberam dinheiro, pois também é crime solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto, ainda que a oferta não seja aceita. As penas podem chegar a 4 (quatro) anos de reclusão.
Tudo a ver
O nome “Operação Intruder Brother” (irmão intruso, traduzido livremente para o português), faz referência ao modus operandi da prática criminosa, onde o irmão do candidato invadiu uma empresa de grande porte, reuniu-se com seus funcionários, pediu voto e distribuiu santinhos e dinheiro.
Bufunfa
Com acesso privilegiado a informações do governo federal, youtubers bolsonaristas chegam a faturar 100 mil reais por mês. A informação, que consta no inquérito dos atos antidemocráticos, aberto em abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a organização e o financiamento de manifestações contra a democracia, foi divulgada nesta sexta-feira 4 pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Ação integrada
De acordo com a publicação, as apurações revelam os elos e a convivência harmoniosa da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) com os youtubers do “gabinete do ódio”, núcleo palaciano que adota um estilo beligerante nas redes sociais.
Correia de transmissão
Ainda segundo o jornal, o blogueiro Allan dos Santos (foto), do site Terça Livre, tem como interlocutores junto ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro o assessor especial da Presidência da República Tércio Arnaud Tomaz e o Coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens.
Link
No inquérito, Tércio é apontado como elo entre o governo e os youtubers que possuem acesso privilegiado ao presidente e informaram faturamento de mais de 100 mil mensais. Ele repassaria vídeos do presidente e participaria de grupo de WhatsApp com os blogueiros para “discutir questões do governo”.
Leva e traz
Já Cid, em depoimento, disse que, como “mensageiro” de Bolsonaro, leva e traz recados de Allan para ele. O Estadão informa que o blogueiro atuaria como uma espécie de representante das demandas dos demais canais.
Passando a boiada
Um vídeo está circulando nas redes sociais e mostra o compromisso assumido pelo governador de Rondônia Marcos Rocha (PSL) com um grupo de pessoas ligadas ao agronegócio para regularizar invasões em terras públicas.
Período
A reunião parece ter ocorrido durante o processo eleitoral deste ano, porque o governador faz menção à disputa. Ele afirma ter o apoio de deputados do seu partido e do presidente Jair Bolsonaro para que terras ocupadas ilegalmente sejam regularizadas.
Chancela
Segundo Marcos Rocha, ao ser perguntado por um jornalista inglês se era a favor de acabar com as reservas, respondeu: “sim, porque tem reservas demais. Não é acabar com as reservas, é tirar o excesso de reservas”. Ele afirmou que o presidente garantiu “pegar as terras da união que estão ocupadas há bastante tempo” e transferir para estado fazer o que chama de regularização fundiária.
Pisando fundo
Sobre operações contra o desmatamento que resultam em queima de equipamentos e máquinas, o governador demonstrou preocupação com quem exerce a atividade ilegal. Os passos para regularizar invasões de fazendeiros, garimpeiros, grileiros e madeireiros, estão acelerados.
Legalização
Tramita na Assembleia Legislativa do estado o PLC 080/20 que altera os limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual de Guajará-Mirim. O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição de Justiça e de Redação e na última quarta-feira,2, uma audiência pública foi realizada, apesar da alta de 183% nos casos de COVID-19 no estado.
Reação
A governo e a classe política estão empenhados em desafetar mais de 160 mil hectares de unidades de conservação pra ‘passar a boiada’ de 120 mil animais. Na audiência, o presidente da Casa de leis, Laerte Gomes (PSDB), disse que preferia Rondônia fora da Amazônia por sua “aptidão totalmente de produção”. Em nota pública cerca de 50 entidades repudiaram a intenção do governador e pediram que o projeto seja retirado de pauta.
Irracionalidade
“Entregar essas áreas aos invasores é premiar e legitimar a ação do crime organizado no Estado. É assumir que o crime compensa e incentivar novas invasões em outras unidades de conservação, a exemplo do que ocorre na RESEX Aquariquara e outras reservas na região de Machadinho e Vale do Anari”, diz um trecho da nota das entidades.
Facilitador
“O eixo de expansão da BR 364 fez de Rondônia uma extensão longitudinal do Mato Grosso, com fronteiras sucedendo-se na mesma ordem: atividade madeireira, desmatamento, pecuária extensiva, monocultura da soja”, dizem pesquisadores citados na nota.
Ranking
No ranking do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o estado de Rondônia aparece em quarto lugar com 1.259 km² de floresta derrubada, o que dá 11,4% de participação na destruição do maior valioso bioma do planeta. Junto com o Pará, Mato Grosso e Amazonas, é responsável por 87% do desmatamento medido pelo Prodes, sistema de monitoramento do INPE.