A deputada federal Socorro Nery (PP), em coletiva à imprensa concedida na manhã de hoje, sexta-feira, 3, declarou que recuou da intenção de participar das eleições de outubro próximo, representando seu partido, o PP, alegando falta de sustentação política dentro da própria sigla.
Violência e contradição
Neri pontuou sobre os ataques que tem recebido dentro do seu próprio partido e os classificou como violência política de gênero. Socorro alega que os ataques começaram a surgir após ela colocar seu nome a disposição da agremiação para disputar a Prefeitura de Rio Branco. Deixou subentendido que as agressões partem daqueles que perfilam com a idéia de alistar o PP a reboque da candidatura de Tião Bocalom (PL), personagem que em passado recente foi forçado a sair do PP, justo por ação daqueles que hoje defendem uma aliança com o ex correligionário enxotado.
Percepção
“A violência política de gênero busca silenciar vozes femininas, limitar a participação e perpetuar desigualdades. As razões pelas quais elas estão sendo praticadas contra mim, me são completamente desconhecidas. Não há nada que eu tenha feito nesses últimos meses que pudesse colocar luz sobre essas razões, sobre algum motivo que eu tivesse dado, que não seja de concluir que nada mais, nada menos, se trata de interesses contrariados. Uma ou outra pessoa que, infelizmente, compõe grupos dentro dos progressistas”, disse Socorro.
Distância
Diante do quadro esboçado, a deputada afirmou que vai se afastar de qualquer assunto político do partido em relação à pré-campanha e campanha para a prefeitura de Rio Branco. “Eu quero dizer a vocês que daqui para frente eu não vou tratar mais desse assunto. Daqui pra frente, não falo nem trato mais de candidatura a prefeito em Rio Branco nesta eleição. Eu preciso resguardar a minha sanidade mental e preciso resguardar a minha disposição de continuar na política”, pontificou.
Afeto
A deputada relembrou ainda sua relação de amizade com o governador Gladson Cameli, presidente estadual da legenda, e o convidou a refletir sobre os rumos do partido e sobre a violência política de gênero dentro das trincheiras da sigla.
Disposição
“É com essa intenção, de dissipar esse desconforto partidário e conseguir de algum modo recompor a relação de amizade [com o governador] que eu vou agora tratar como estou tratando desse tema, dessa situação com vocês. Eu acho que em determinados momentos, se as pessoas não ouvem de alguma forma, quem sabe de outra forma elas consigam ouvir. Então, a minha intenção hoje é muito clara: é a intenção de chamar o nosso governador, o meu amigo fraterno, a buscar refletir sobre o que tem acontecido no Progressistas em relação a mim, de modo muito visível, mas também em relação a outras mulheres”, argumentou.
Prego batido
Diante do posicionamento assumido pela deputada Socorro Neri (PP) é tido como certo que a composição da chapa do prefeito Tião Bocalom (PL), que busca a reeleição, será formada com a parceria do secretário de governo pepista Alisson Bestene, que até então buscava se viabilizar como o candidato do PP.
Puxa-encolhe
Mais de nove meses após uma audiência pública na Câmara Municipal de Rio Branco, o impasse de ruas incluídas no programa Ruas do Povo continua e mais de 500 ruas seguem sem receber reparos na capital. A prefeitura alega não poder intervir nos locais por conta de “judicialização”, versão que é contestada por oposicionistas. Em julho de 2023, uma audiência pública reuniu representantes da prefeitura, Ministério Público e órgãos estaduais para discutir a questão, quando foi criada uma comissão para analisar o caso.
Contestação
Sobre o assunto, a vereadora oposicionista Elzinha Mendonça (PP) argumenta que se reuniu com representantes do MP que participam da comissão e foi informada de que não há empecilhos legais para que a administração municipal faça intervenções nas ruas que são alvo de ações judiciais. “Eu fui com os procuradores para saber qual a posição do Ministério Público, e me explicaram que estão investigando para emitir um parecer. Isso foi ano passado, e agora, eles se manifestaram dizendo que realmente não tem impedimento nenhum para que a prefeitura possa executar o serviço nessas ruas. Vi nas redes sociais que o prefeito disse que não vai fazer, porque é um crime”, diz Elzinha.
Entendimento
Desde o início das discussões, o prefeito Tião Bocalom (PL) argumenta que não pode fazer reparos nas ruas e afirma que foram cometidos crimes na execução do programa Ruas do Povo. Instado sobre o problema, o líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador João Marcos Luz (PL), argumenta que a gestão tem apenas a responsabilidade de prestar apoio as ações do govrno. “Estamos aguardando o governo do estado entrar nas obras para a prefeitura ver o que pode apoiar”, resumiu.
Herança
“O problema vem lá de trás, pegaram mais de R$ 1 bilhão, que hoje já valeria R$ 2 bilhões. Pegaram R$ 2 bilhões, e o que foi feito? E agora, querem jogar pra cima do governo do estado e para a prefeitura? Não podemos esquecer o passado. Agora sobra para a prefeitura e governo se virar para resolver o problema. O serviço que não prestou. Taxam-nos de culpados. Nós não somos responsáveis pela roubalheira que aconteceu, mas temos consciência que a população não pode sofrer, é onde entramos. Buscamos parceria com o governo do Estado para levar as melhorias que nossa população merece”, argumenta Bocalom.
A fórceps
Após dar uma semana inteira de folga aos deputados fedrais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou sessão deliberativa presencial para a próxima segunda-feira, 06. Os parlamentares serão obrigados a comparecer presencialmente. Caso contrário, terão desconto no salário.
Acordo
Como noticiado na imprensa nacional, os líderes da Câmara dos partidos ca Câmara pediram a Lira que a semana do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, fosse livre de obrigações em Brasília. O presidente da Casa aceitou, com duas condições: eles deveriam solicitar o superferiado oficialmente, para dividir o ônus do folgão perante a opinião pública, e também se comprometer a trabalhar de segunda a sexta na semana que vem. Geralmente, as votações no Congresso acontecem de terça à quinta.
Preocupação
A preocupação para acelerar as sessões da Câmara é dar ritmo às deliberações num ano que é apertado para o Legislativo por causa das eleições municipais. A maioria dos parlamentares se envolve diretamente nas campanhas, ou porque são candidatos ou precisam mobilizar suas bases em nome de aliados.
Vergonha alheia
O fiasco de público no ato de 1º de Maio causou desdobramentos no Palácio do Planalto. Daqui para frente, garantem interlocutores, haverá um filtro mais rigoroso para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcar presença em eventos. Auxiliares reconhecem que o petista ficou com a imagem política fragilizada ao ser fotografado ao lado do vazio, e reclamam que ele deveria ter sido orientado a não comparecer à comemoração do Dia do Trabalhador.
Omissão
O alerta, de acordo com essa avaliação interna, caberia ao ministro da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macêdo, que não o fez. Por isso Lula reclamou publicamente, principalmente porque os recados dos sindicalistas já tinham sido enviados ao Planalto, inclusive em declarações públicas. “Eu falei que Lula ia passar vergonha. O fracasso da manifestação mostrou o ápice da falência do sindicalismo, que se afastou do povo e o governo também”, afirmou à Coluna do Estadão o deputado Paulinho da Força, nome histórico da Força Sindical.
Divã
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna, o foto do esvaziamento do ato é “ótima”. “Expõe a realidade e obriga o movimento a repensar sua forma de agir”, provocou. A declaração revela que o sindicalismo foi para o divã e precisa se guiar por novas vozes. “O movimento sindical tem que ser amplo, mas não consegue porque os radicais acham que é só discurso ideológico”, avaliou.
Isca
Juruna defende ações atrativas. “Precisamos conversar com todos os trabalhadores e não só com a esquerda. Antigamente fazíamos sorteios, eventos variados. É como na igreja: tem quermesse, tem quadrilha junina, tem aproximação. Às vezes, a pessoa comparece sem ser uma seguidora, mas se identifica e passa a fazer parte”.