Ontem o presidente regional do PT, professor Daniel Zen, correu à plataforma X (antigo Twitter), para tecer considerações acerca da visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O PT/AC defende o direito de cada um de se manifestar, ordeira e pacificamente, em apoio aqueles ou aquilo em que acreditam, conforme suas preferências políticas”.
Foco
E seguiu: “Assim, em respeito aos que comungam de suas ideias, não vamos organizar nenhum ato ou manifesto em repúdio à visita do ex-PR; conosco, ele não tem do que se preocupar, de modo que possa concentrar suas preocupações para com a Justiça, perante quem responde a dezenas de processos”, escreveu Zen.
Ironia
O ex-deputado sugeriu ainda que os políticos de extrema-direita e aliados de Bolsonaro no Acre, “lambam as botas” do ex-presidente. “No mais, Márcio Bittar, Alan Rick, Ulysses Araújo, Roberto Duarte e Bocalom que lambam as botas do Bolsonaro. Porque, fora esses tweets, não vou gastar mais nenhum minuto da minha vida pensando ou falando sobre a visita desse cidadão ao meu Estado. Tenho mais o que fazer. Por fim, apenas desejo que aconteça, com os meus adversários, tudo aquilo que eles desejam que aconteça comigo e com os meus aliados, só que em dobro. Beijim no ombro! Réchitégui, pronto falei”, concluiu o presidente regional do PT.
No jogo
A ex-deputada federal Jéssica Sales (MDB), confirmou na quinta-feira, 21, através de um vídeo postado em seu Instagram, sua pré-candidatura à Prefeitura de Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre. “Gente, eu tava morrendo de vontade de falar isso pra vocês. É real, é verdade, sou pré-candidata à Prefeitura de Cruzeiro do Sul e te convido a embarcar junto comigo”, relatou Jéssica Sales.
Lista
O nome de Jéssica vem sendo colocado na disputa pela Prefeitura desde o ano passado, no entanto, nas últimas semanas, sua pré-candidatura amornou e foi ameaçada, segundo informações da imprensa local, por possíveis conchavos políticos.
Agenda
Como parte da agenda da visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro ao Acre, ontem, 23, em Rio Branco, pela manhã, em evento do PL Mulher, que teve local no Maison Borges, Michelle debateu diversos temas com os apoiadores, que lotaram o espaço.
Intimidade
Michelle dissertou sobre a democratização do país durante a gestão de Jair Bolsonaro, que, no seu entender, desabrochou durante a gestão do marido, até relatar o quanto o ex-presidente é carinhoso com ela. “O Bolsonaro nunca foi misógino. Vou contar uma coisa para vocês: ele pode ser um leão na rua, mas ele é um gatinho em casa”, frisou sob palmas dos presentes.
Espelho
A ex-primeira-dama afirmou ainda que a tentativa de tachar Jair Bolsonaro de misógino é uma ação dos adversários políticos. “Eles tentam colocar no Bolsonaro os defeitos que eles têm”, disse.
Farpas
Michelle ‘alfinetou’ a atual primeira-dama do país, Rosângela da Silva, a Janja, esposa do presidente Lula, principalmente sobre a presença dela em viagens oficiais do petista. “Umas têm vocação para trabalhar, outras têm vocação para viajar. Cada uma faz com acha melhor. Prefiro ajudar o meu país, do que ‘turistar’ por outros países”, disse Michelle, ovacionada pela platéia durante cada pronunciamento.
Stop
Ainda sobre Michelle Bolsonaro, antes de ontem, 22, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a cerimônia de entrega de cidadania honorária da capital paulistana à ex-primeira-dama não poderá ser feita no Theatro Municipal, conforme havia sido solicitado pelos vereadores e aprovado pela Prefeitura de São Paulo no último dia 13. Segundo a decisão judicial, o uso do espaço para homenagear Michelle acarretaria em um “grave risco de desvio de finalidade do bem público”.
O retorno
Peça-chave nas investigações que apuram o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de pessoas próximas a ele em suposta tentativa de golpe de Estado e na falsificação de certificados de vacina, Mauro Cid retornou à prisão.
Hora H
Após o vazamento de áudios em que colocava em dúvida sua delação premiada, o tenente-coronel foi convocado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar esclarecimentos. Cid negou que tenha mentido na delação, mas saiu preso.
Procedimentos
O Supremo, em nota, esclareceu que o ex-ajudante de ordens teve prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, sob acusação de descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça. Antes de ontem, sexta-feira,22/3, Cid passou por audiência com um juiz instrutor, na presença de sua defesa e de um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Desencadeamento
A audiência ocorreu horas após a publicação de reportagem da revista Veja com áudios em que o tenente-coronel fazia acusações contra a Polícia Federal (PF) e Moraes a um interlocutor não identificado. No material consta, por exemplo, uma fala em que ele indica ter sido coagido pela corporação durante os depoimentos.
Comprometimento
O imbróglio, segundo especialistas, compromete os termos negociados por Cid com a Polícia Federal para garantir a liberdade. “A primeira implicação, com toda certeza, é a própria prisão, o que já é um prejuízo enorme para ele”, explica Rafael Valentini, advogado criminalista e especialista em processo penal.
Prejuízos
Embora a decisão do ministro ainda não tenha sido tornada pública, o advogado considera que, se Moraes entender que Cid atuou para obstruir as investigações também durante os depoimentos aos investigadores, o conteúdo da delação pode ser considerado “viciado”.
Mais problemas
“Outra implicação é que, possivelmente, ele também será investigado e processado pelo crime de obstrução de Justiça, previsto na lei de organizações criminosas”, explica o jurista. Vale lembrar que, entre os argumentos para a prisão, Moraes destacou “descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça”.
Extensão
“A impressão que dá é que justamente os áudios justificaram a prisão. Aquilo que é falado nos áudios pelo Mauro Cid, apesar de ser um conteúdo bastante ácido e duro, não me parece que seja uma obstrução de Justiça, então talvez tenha alguma coisa a mais”, avalia Valentini. “Ou Moraes foi muito rigoroso, para dizer o mínimo, ou então há alguma coisa que a gente não saiba ainda”.
Obstrução de Justiça
O advogado criminalista Oberdan Costa informou que, nessas falas, o tenente-coronel Mauro Cid frustra um dos requisitos das colaborações premiadas. Isso porque, enquanto elas estão em curso, existe um compromisso de guardar o sigilo das tratativas.
Ambiguidade
“Se a colaboração premiada contribui com uma investigação sigilosa, não tem sentido uma pessoa que está ajudando dar com a língua nos dentes para terceiros”, destaca. O advogado considera que, com essa quebra de sigilo, ele deu causa para a rescisão da colaboração premiada. Além disso, a depender de quem seria o interlocutor, ele poderia incorrer no crime de obstrução à Justiça.
Reversão
“Tudo que ele deu para a acusação, para negociar esses benefícios, a acusação vai poder usar, inclusive em desfavor dele, e ele perde os benefícios”, explica. “Como ele foi quem frustrou esse contrato [com a Polícia Federal], ele quem perde.”
Áudios acusatórios
Em um dos áudios revelados pela revista Veja, Mauro Cid afirma que os investigadores queriam que ele falasse “coisas que não aconteceram”. “Eles não aceitavam e discutiam que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo. Eles já estão com a narrativa pronta e não queriam saber a verdade”, disse Cid a um interlocutor de seu círculo próximo.
Defesa
Após a divulgação, a defesa de Cid afirmou que em nenhum momento ele coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, completou. Em depoimento nessa sexta, Cid confirmou ao juiz instrutor que as declarações prestadas à PF e que embasaram a delação ocorreram de forma espontânea e voluntária.