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O ‘X’ da questão

O ‘X’ da questão

O senador Márcio Bittar (UB), a exemplo da manifestação que já fez a empresário do Acre, quando visitou à classe na sede da Fieac, ontem, em visita a Assembléia Legislativa, voltou a demonstrar preocupação com a baixa capacidade de execução das emendas alocadas em benefício do Estado, tanto do governo Gladson Cameli (PP), quanto das prefeituras acreanas. 

Inaptidão 

Em discurso no parlamento acreano, o senador lembrou que “não há preparo” e “nós vamos perder dinheiro”, fazendo referência ao governo do Estado e aos municípios do Acre. Bittar aludia a apresentação de projetos que justifiquem o desembolso junto ao governo federal das emendas apresentadas pela bancada acreana que perfila no Congresso Nacional. 

Dever de casa

“O estado do Acre e as prefeituras precisam se preparar para isso. Hoje eu tenho medo que não há preparo e nós vamos perder dinheiro. É um pecado para um estado tão dependente quanto o nosso descartar R$ 700 milhões. Eu estou falando da bancada inteira. Será um pecado ver voltar para Brasília 100, 200, 300 milhões de reais por ano. Eu vim dividir essa aflição aqui com o parlamento do Acre. O estado precisa se preparar para não deixar voltar recursos”, frisou Bittar.

Números 

Dando suporte a seu alerta, Bittar apresentou um dado para reforçar sua fala. Disse que “de 2008 a 2020, o Acre devolveu para o Ministério da Saúde, 91 milhões de reais e isso é um pecado que não pode se repetir. Se nós vincularmos esses recursos à capacidade técnica e combinar com a Assembleia Legislativa e com o governo do Estado obras importantes para o Acre, nós podemos dar um tapa na cara de muito desemprego que está por aí. Nós podemos ter volumes de obras permanentes com esse recurso que a bancada federal do Acre passou a ter direito”, afirmou Marcio Bittar.

Reforço

Em sua fala proferida na Assembléia, Márcio Bittar agradeceu a acolhida e lembrou do tempo em que passou pela ALEAC, quando foi deputado estadual. O senador fez uma breve explanação do momento econômico que o país atravessa. Lembrou que foi relator do orçamento e pediu atenção especial para a execução das obras de emendas já liberadas. “Nós tivemos no início desse ano mais de trezentos milhões de emendas e infelizmente eu não vejo as obras sendo executadas. Falta estrutura nas prefeituras e no governo do estado para não perder recursos. Nós precisamos estar atentos a isso para que o dinheiro não volte para Brasília”, alertou o senador.

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Balbúrdia 

O União Brasil (UB) vive dias de conflitos interno no âmbito nacional. Depois dos desentendimentos registrados no Rio de Janeiro, que culminou com a ministra do turismo Daniela Carneiro e outros cinco parlamentares da bancada federal do estado fluminense pedindo para deixar a sigla, desta vez o problema vem Mato Grosso do Sul, onde a senadora Soraya Thronicke (União-MS) demonstra insatisfação em meio à guerra que trava pelo comando local do partido. 

Mais problemas 

Há dez dias, Soraya chegou a dissolver a executiva estadual, antevendo uma derrota na eleição pelo comando do diretório local. No entanto, a ex-candidata à presidência sofreu um revés por ordem da executiva nacional, que deu razão ao grupo de oposição, liderado pela ex-deputada Rose Modesto e do qual também faz parte o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. O desgosto levou Soraya a conversar com outras siglas, como o Podemos e o PSD – ela se reuniu com Gilberto Kassab na quarta (12), em Brasília.

Des-União

O desagrado de Soraya com o União começou na eleição, quando ela acusou o partido de não investir em sua candidatura presidencial. A possível derrota dela no diretório estadual e a sua eventual saída representam um baque para Luciano Bivar (União-PE), que a vê como aliada para seguir na presidência do partido. Eleição para o diretório nacional está prevista para o segundo semestre.

Fui

No Rio, Waguinho, ex-presidente do diretório estadual, disse a aliados que não acredita que o TSE vá autorizar a saída por justa causa de deputados do União – se insistirem, eles podem perder o mandato. A rebelião, no entanto, é um gesto político. Waguinho foi para o Republicanos.

Farelo

Marcos Pereira, que preside o Republicanos, disse a parlamentares que Waguinho se comprometeu em levar mais políticos do União para o novo partido: prefeitos e vereadores.

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Representatividade 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido nesta sexta-feira,14/4, pelo presidente chinês Xi Jinping, em Pequim, com uma cerimônia coreografada nos mínimos detalhes, com mais de 400 militares em marcha e crianças enfileiradas chacoalhando bandeiras do Brasil e da China. Lula afirmou, na abertura da reunião entre os dois paises, que “ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, em alfinetada aos Estados Unidos.

Movimentos 

Nos seus primeiros meses no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se recusou a condenar a invasão russa da Ucrânia, permitiu que navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro e enviou um representante de alto escalão para se reunir com o ditador venezuelano Nicolás Maduro.

Simbologia 

Há poucos dias mais de 200 lideranças empresariais brasileiras foram ao país antes da chegada de Lula para acertar uma série de acordos que devem aproximar o Brasil do seu maior parceiro comercial em um momento em que as relações entre Washington e Pequim se tornam cada vez mais tensas. A agenda de Lula inclui uma visita em Xangai às instalações da Huawei, a gigante das telecomunicações que foi alvo de sanções americanas.

Pano de fundo 

Na capital chinesa, Lula, ao se reunir com Xi Jinping, principal líder do país, quer pressionar por uma revisão da ordem internacional liderada pelos Estados Unidos para posicionar a China como mediadora de poder diplomático. Brasília, enquanto isso, está ajudando Pequim a fortalecer sua moeda, o yuan, em relação ao dólar.

Nova ordem 

A vitória de Lula na eleição do ano passado contra Jair Bolsonaro (PL), que se alinhou ao presidente Donald Trump e à direita global, trouxe otimismo ante a possibilidade de o país mais populoso da América Latina ser um parceiro na promoção das normas democráticas no Ocidente e além. Mas, em vez disso, Lula está lembrando o mundo da sua abordagem para a política externa do Brasil – que, condizente com seus primeiros mandatos, dá prioridade ao pragmatismo e ao diálogo, mostrando pouca preocupação com a possibilidade de contrariar Washington ou o Ocidente.

Estilos

Em comparação com o isolacionismo beligerante de Bolsonaro, Lula há muito busca expandir o papel do Brasil no palco mundial. Ele defende que o Brasil, lar de mais pessoas do que membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU como Rússia, Grã-Bretanha e França, deveria fazer parte deste clube de elite. “O Brasil deseja reformar a governança global”, disse Celso Amorim, assessor especial do presidente, ao Washington Post. “Gostaríamos de um modelo de governança global que não se pareça com o atual Conselho de Segurança.”

Visão de desenvolvimento 

Vale relembrar que enquanto presidente do Brasil entre 2003 e 2010, Lula buscou uma ordem mundial multipolar que apoiaria as economias de crescimento mais rápido do mundo sem exigir delas que adotassem determinados valores políticos. Em 2009, Lula participou da primeira cúpula dos Brics – as economias grandes e em desenvolvimento de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que se contrapunham como alternativa ao G-7, grupo das economias mais avançadas. Os Brics criaram em 2015 sua própria instituição financeira, o Novo Banco de Desenvolvimento, como alternativa ao Fundo Monetário Internacional. Fato é que com Lula, o Brasil impõe uma nova estratégia frente ao cenário mundial.