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Jamaxi

O discurso da mudança

Quem nasceu no Rio de Janeiro, tem recorrente o uso do frase “O mundo gira, a lusitana roda”. A Lusitana é, ou era, uma empresa de mudanças criada há mais de cem anos no pago carioca. Não se sabe quando ela adotou esse slogan. Mas ele significa o que significa: enquanto o mundo gira, a Lusitana roda entregando suas mudanças.

O dom de iludir

O slogan da empresa de transporte reforçava ou reforça a idéia mágica da mudança e, mais do que isso, realçava ou realça a marca de forma brilhante. O por que da peroração? Para relembrar que na estratégia de marketing resta sublinhado o sentimento maior da população que sempre almeja por mudanças. Foi com esse sentido e mirando esse sentimento que o Coronel Paulo César, atual secretário de Segurança Pública, prometeu mudanças radicais e alardeou medidas saneadoras na pasta ao assumir o posto em janeiro do ano passado.

Palavras ao vento

No ato de sua posse, relata o site Folha do Acre (https://folhadoacre.com.br), o secretário Paulo César foi peremptório ao afirmar que não precisaria de 100 dias ou os três meses estipulados pelo governador Gladson Cameli (PP), para apresentar resultados. Reforçou que colocaria em prática um plano previamente traçado de combate imediato à violência que assolava o Acre e que precisaria de 10 dias para devolver aos acreanos a sensação de segurança perdida diante do avanço da criminalidade.

Só intenções

A respeito do combate ao crime organizado e a conseqüente propagação da violência, o secretário afirmou que as ações teriam cunho de longo prazo e que incluiria a segurança nas áreas de fronteira. “Lógico que de imediato temos ações, mas temos que trabalhar também a longo prazo sabendo que temos que resguardar nossas fronteiras”, disse na posse.

Mundo real

Passados quase 13 meses após as promessas do secretário, nada que foi prometido aconteceu. O que vemos? A violência recrudescendo; a população trancada em casa com medo dos faccionados; fuga em massa do sistema prisional; a chacina de jovens, numa cena jamais vista no Acre e, sintetizando tudo isso, o caso recente dos evangélicos que saiam do culto e foram seqüestrados por meliantes em plena via pública. Isso tudo, sem falar no tour da cúpula do governo e do sistema de segurança pública por Las Vegas (EUA), enquanto a população, atônita diante da violência, não sabia a quem rogar socorro .

Palpite infeliz

A propósito da inércia do Sistema de Segurança pública do Estado, A ASSPEN-AC, entidade representativa dos Policiais Penais, na quinta feira última soltou nota para repudiar as declarações prestadas pelo Secretário Paulo César, ao insinuar que os agentes dessa classe possam ter facilitado a fuga em massa do pavilhão “L” do Chapão. “Ao invés de gerir essa crise, Paulo César prefere inclusive, atacar os movimentos legítimos que fazemos enquanto representantes classistas na defesa da categoria”, sublinhou a entidade classista.

Sem rumo

Adiante reforça a nota: “Preocupado em dar uma resposta pra sociedade, o coronel Paulo César tenta fazer dos corajosos Policiais Penais ‘boi de piranha’, sendo que a verdadeira culpa é do Estado que não consegue controlar a violência nas ruas de Rio Branco e fecha os olhos pro problema no sistema penitenciário”.

Conhecimento

E ainda: “Só quem conhece a realidade do controle da segurança e vigilância de 1.500 presos condenados, são nossos policiais que trabalham sem quaisquer condições, numa unidade prisional aonde faltam algemas, rádios HT, iluminação, cadeados, viaturas e principalmente mais servidores”.

Mundo virtual

Por fim: “Falar que o Estado tem o controle das penitenciárias na televisão é fácil, já a implementação de uma política prisional efetiva nem tanto. Se hoje ainda não houveram incidentes maiores no Chapão, atribuímos aos Policiais Penais que com larga experiência carregam a cadeia nas costas, mesmo sem qualquer apoio ou pronunciamento da atual direção do IAPEN, em sua defesa”.

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Formalizações

Como anunciado na coluna, na noite de quarta-feira (22), o deputado Fagner Calegário assinou ficha de filiação ao PL. No ato, também presente os representantes do Partido Social Liberal (PSL), emergiu acordo com a direção dos Liberais, ungindo os partidos como aliados preferenciais nas eleições municipais de 2020.

Chancela

De acordo com o documento assinado pelos presidentes das siglas, Pedro Valério (PSL) e Antônia Lúcia (PL), os partidos, além de caminharem juntos, a partir de agora submeterão toda e qualquer negociação de aliança e outros encaminhamentos políticos à apreciação das lideranças de ambas as siglas.

Uma coisa e outra coisa

Segundo o presidente do PSL Pedro Valério, com o pacto de união, nada impede que seu partido mantenha seus pré-candidatos a prefeito em Rio Branco. “Continuamos com o projeto, apenas vamos dialogar junto com o PL”, explicou.

Futurologia

Vale ressaltar que o PL já houvera firmado uma aliança com o MDB, porém, ao contrário do que ocorreu com o PSL, o acordo não teve documentos assinados. No ato de filiação de Calegário, o MDB fez-se representar pelo deputado estadual Roberto Duarte e pelo ex-deputado federal João Correia. O desenho que emerge é de uma aliança entre essas três siglas para as disputas deste ano no âmbito estadual.

Eterna namoradinha

A atriz Regina Duarte, convidada para assumir a Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro, recebe pensão por ser filha “solteira” de militar. Apesar de ter se casado três vezes, Regina Duarte nunca alterou o seu estado civil, assegurando a manutenção do benefício de R$ 6.843,34 mensais dos cofres públicos, segundo dados do Ministério da Defesa. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Soldo

Jesus Nunes Duarte, pai de Regina, foi primeiro-tenente do Exército e faleceu em 1981, em um acidente de carro. A atriz recebe o benefício desde 1999.

Alvíssaras

O governo de Jair Bolsonaro celebrou nesta sexta-feira 24 dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que apontaram recorde na criação de vagas formais de emprego, o maior número desde 2013.

Genérico

Outra informação importante, porém, é que das 644 mil vagas de emprego formal criadas, 16,5% (106 mil) foram nas modalidades de trabalho intermitente ou de regime de tempo parcial. No trabalho intermitente, não há jornada regular. O empregado ganha por hora trabalhada No contrato de tempo parcial, são jornadas de até 26 horas ou até 30 horas semanais.

Balanço

No trabalho intermitente, o saldo foi de 85.716 empregos em 2019, envolvendo 14.007 estabelecimentos e 11.021 empresas contratantes. De acordo com o Caged, 4.328 empregados assinaram contrato nesta condição com mais de uma empresa. Em 2018, o saldo foi de 50 mil vagas.

Subempregos

No regime de tempo parcial foram criados 20.360 empregos envolvendo 26.184 estabelecimentos e 22.326 empresas contratantes. O saldo foi de 21,4 mil em 2018. Uma pesquisa do Dieese apontou que, em 43% dos vínculos intermitentes, a remuneração foi inferior a um salário mínimo em dezembro de 2018