Em reunião virtual com uma dezena de senadores, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, colocou mais uma opção no tabuleiro das vacinas: a da Sinopharm. Aos parlamentares, o diplomata defendeu o imunizante e “fez um apelo”, segundo relatos, para que os senadores o ajudassem a intermediar conversas com autoridades sanitárias brasileiras.
Alternativa
Ainda um pouco fora do radar no País, o imunizante já é aplicado na população da China. Segundo o que o embaixador disse aos presentes, a vacina poderia ser produzida no Brasil pelo Butantan.
Irmãs
O imunizante tem tecnologia semelhante à da Coronavac. A Sinopharm pode ter sua autorização de uso emergencial rapidamente aprovada pela Anvisa porque ela já foi admitida pela agência chinesa. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) pretende procurar a Anvisa na próxima semana.
Touché!
De Randolfe Rodrigues (Rede-AP): “O Senado, mais uma vez, fez a diplomacia que o Itamaraty não conseguiu”.
Round
Amanhã será a vez de os governadores se reunirem com Wanming. Até ontem não havia previsão da chegada de insumos chineses para produção da AstraZeneca, grande aposta do governo federal.
Lugar…
Eduardo Pazuello participou de reunião fechada sobre as parcerias para que laboratórios públicos recebam tecnologia dos privados. Representantes das maiores empresas farmacêuticas do País disseram estar “chocados” com o despreparo do ministro da Saúde sobre o tema.
…de fala
Sobraram palavrões de Pazuello e piadas sobre o mundo militar. Faltou solução. No fim, a reunião serviu para marcar uma nova reunião.
Sai de baixo
Rodrigo Maia (DEM-RJ) deixará a residência oficial da Câmara e se mudará com a família para um dos apartamentos funcionais do Legislativo. Terá como vizinho de cima o ex-aliado, agora vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (PL-AM).
Cheguei
Arthur Lira (PP-AL) ocupará a casa deixada por Maia assim que possível.
Ocaso
Sete anos após provocar uma reviravolta sem precedentes na política e na economia do Brasil, a outrora poderosa Operação Lava Jato viveu nesta quarta-feira, 3 de fevereiro, um melancólico apagar de luzes com o anúncio de que já não existe mais —ao menos não da forma como ficou conhecida.
Vísceras
A força-tarefa de Curitiba deixa de existir e torna-se um apêndice do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O desfecho acontece após a operação entrar numa espiral de descrédito no mundo jurídico, que culminou com a exposição de diálogos entre o ex-juiz Sergio Moro e o então chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol. O conteúdo, tornado público nesta segunda-feira, 1, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovski a pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Cara de paisagem
Moro nunca reconheceu o teor das conversas e sempre afirmou que podiam ter sido adulteradas. Após o movimento de Lewandowski, o ex-ministro da Justiça do Governo Jair Bolsonaro voltou a repetir sua justificativa: “Não reconheço a autenticidade das referidas mensagens, pois como já afirmei anteriormente não guardo mensagens de anos atrás”, disse em nota.
Álibi
“As referidas mensagens, se verdadeiras, teriam sido obtidas por meios criminosos, por hackers, de celulares de procuradores da República, sendo, portanto, de se lamentar a sua utilização para qualquer propósito, ignorando a origem ilícita”. O problema desse argumento é que a própria Polícia Federal, acionada pelo então ministro Moro quando a Vaza Jato publicava suas reportagens, fez a perícia das mensagens e constatou que são verdadeiras. O MPF de Curitiba informou por meio da assessoria de imprensa que não comenta o caso.
Abalo
Se a Vaza Jato, série de matérias veiculadas pelo site The Intercept, provocou um terremoto e representou uma perda de prestígio da operação e de Moro, as mensagens conhecidas nesta segunda podem jogar uma pá de cal na credibilidade de algumas decisões tomadas pela Lava Jato, segundo juristas ouvidos por este jornal.
Parecer
O escândalo bate à porta do Supremo Tribunal Federal que tem um encontro marcado com Moro no julgamento do pedido da defesa do ex-presidente Lula de suspeição do ex-juiz e consequente anulação da condenação do petista no caso do triplex do Guarujá.
Cárcere
Lula foi preso em abril de 2018 por ter supostamente recebido o apartamento em seu nome em troca de favores para a empreiteira OAS. Saiu 580 dias depois, em novembro do ano seguinte, após uma mudança de interpretação do STF sobre prisão de condenados em segunda instância.
Performance
A Lava Jato participou de investigações que levaram a 278 condenações, algumas de réus confessos, como o empresário Marcelo Odebrecht, que sustentava um departamento de propina para políticos na empreiteira, ou Pedro Corrêa, ex-deputado do PP, que mencionou troca de apoio aos Governos petistas em troca de ministérios, além de cargos em diretorias de empresas públicas como a Petrobras.
Prática antiga
“O mesmo que se fazia nos Governos anteriores. Inclusive com o entendimento e favores a empresários, igualzinho a todos os Governos que participei desde 1976”, ressaltou ele, em entrevista ao Paraná Portal. Em sua delação aos procuradores, Correia apontava corrupção na Petrobras desde o Governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998 e 1999-2002).
Autismo
Após o movimento de Lewandowski, o ex-ministro da Justiça do Governo Jair Bolsonaro voltou a repetir sua justificativa: “Não reconheço a autenticidade das referidas mensagens, pois como já afirmei anteriormente não guardo mensagens de anos atrás”, disse em nota. “As referidas mensagens, se verdadeiras, teriam sido obtidas por meios criminosos, por hackers, de celulares de procuradores da República, sendo, portanto, de se lamentar a sua utilização para qualquer propósito, ignorando a origem ilícita”.
Senões
O problema desse argumento é que a própria Polícia Federal, acionada pelo então ministro Moro quando a Vaza Jato publicava suas reportagens, fez a perícia das mensagens e constatou que são verdadeiras. O MPF de Curitiba informou por meio da assessoria de imprensa que não comenta o caso.