O Diário Oficial do Estado de ontem, sexta-feira, 1º de abril, traz as exonerações dos membros do primeiro e segundo escalões do governo do Acre que serão candidatos em 2022. Pediram exoneração dos cargos: Socorro Nery – secretária de Educação; Moisés Diniz – sec. adj. da secretaria de Educação; Israel Milani - secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas; Alysson Bestene – Secretaria de Governo; Alernilson Barbosa Cunha – Presidente do Iapen; Jaris de Souza Carvalho – diretor executivo Acredata; Antônio Aurisérgio – Funtac; Francineudo Souza Da Costa – Ieptec; Rennan Biths de Lima – Diretor da Polícia Civil; Coronel Batista da Costa – Comandante do Corpo de Bombeiros e Coronel Ulysses Freitas Pereira de Araújo – Diretor da Sejusp.
Martelo batido
Depois de meses de negociações com todas as categorias de servidores do Estado, os deputados estaduais da Assembleia Legislativa (Aleac) aprovaram, na madrugada dessa sexta, 1, um Projeto de Lei do Governo do Acre que concede reajuste salarial de 5,42% para o funcionalismo. Na mesma sessão também foi aprovado um auxílio-alimentação no valor de R$ 420,00 para todos aqueles que recebem mais de R$ 4 mil. Para aqueles com salários inferiores o auxílio será de R$ 500,00.
Celebração
O presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior comemorou a decisão e ressaltou que só foi possível chegar-se a mais esse benefício graças ao empenho dos deputados da base governista junto às Secretarias da Fazenda (Sefaz), de Planejamento e Gestão (Seplag), de Governo (Segov) e Casa Civil. “Esse avanço do auxílio-alimentação aconteceu graças a concordância e a sensibilidade do governador Gladson Cameli com os nossos servidores. A gente se uniu com a equipe do governo para chegarmos a esse denominador com muito esforço e responsabilidade”, afirmou Nicolau
Desembolso
Por sua vez o secretário da Casa Civil, Rômulo Grandidier, em seu último dia na direção da pasta, vez que pediu exoneração do cargo ontem, ressaltou que só com esse auxílio permanente entrarão em circulação na economia do Acre anualmente mais R$ 500 milhões.
Data limite
Hoje (2), seis meses antes das eleições de outubro, é a data-limite para que governadores que pretendam concorrer a outro cargo eletivo renunciem para entrar na corrida eleitoral. A regra vale, por exemplo, para quem já cumpre o segundo mandato e não pode disputar a reeleição. Alguns prefeitos também saíram para concorrer a governos.
Histórico
Os dias que antecederam a desincompatibilização foram marcados por idas e vindas que bagunçaram o tabuleiro. Na quinta-feira (31), João Doria (PSDB) ameaçou ficar no governo de São Paulo e desistir da corrida à Presidência, mas voltou atrás no final do dia. Apesar de também ser tucano, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comunicou no começo da semana que deixa o cargo, mantendo uma possível candidatura à Presidência em suspenso e o PSDB em crise.
Cumprindo o script
Já Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul, não vai concorrer a nenhum cargo, então cumprirá o mandato até o final. Em Pernambuco, ainda não foi decidido o futuro de Paulo Câmara. Os partidos têm até o dia 5 de agosto para escolher seus candidatos nas convenções.
Pulando n’água
Mauro Carlesse (PSL), governador do Tocantins, deixou o posto no começo de março, mas sua motivação não foi eleitoral, e sim um processo de impeachment que corria contra ele na Assembleia estadual. Assumiu seu vice, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que vai disputar a reeleição —e portanto não precisa deixar o cargo.
Seis homens e seus destinos
Confira a seguir os governadores que pediram afastamento e seus projetos futuros: São Paulo - João Doria (PSDB). Planeja concorrer à Presidência da República; Rio Grande do Sul - Eduardo Leite (PSDB). Também planeja a Presidência; Ceará - Camilo Santana (PT). Disputará o Senado; Piauí - Wellington Dias (PT). Disputará o Senado; Maranhão - Flávio Dino (PSB) Também de olho no Senado; Alagoas - Renan Filho (MDB) Último a deixar o governo para concorrer ao Senado.
Alça de mira
Uma ala do União Brasil formada por egressos da direção do antigo DEM pediu ontem, sexta-feira, 01/04, a impugnação da filiação do ex-juiz Sergio Moro ao partido. A decisão é uma reação à declaração do ex-magistrado de que “não desistiu de nada”, em referência a disposição de concorrer à presidência da República.
Insurreição
ACM Neto, candidato ao governo da Bahia, que faz campanha pregando armistício com Lula, numa tática que visa neutralizar a influência do petista em inflar a candidatura do PT em território baiano, é um dos signatários da contestação. “Vamos apresentar, ainda hoje, um requerimento de impugnação da filiação dele. Será assinado pelos 8 membros com direito a voto no partido, o que corresponde a 49% do colegiado. A filiação, uma vez impugnada, requer 60% para ter validade”, diz.
Contestação
O grupo é o mesmo que na quinta-feira havia soltado uma nota em que deixavam “claro que o eventual ingresso (de Moro) ao União Brasil não pode se dar na condição de pré-candidato à Presidência da República”.
Subscrição
Assinavam a nota ACM Neto, o ex-senador José Agripino Maia, o deputado Efraim Filho (PB), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a deputada Professora Dorinha (BA), o ex-ministro Mendonça Filho, o senador Davi Alcolumbre e o prefeito de Salvador, Bruno Reis.
Mutismo
Questionado pelo jornal O GLOBO ainda no hotel onde fez o seu pronunciamento sobre a decisão da ala do União Brasil de apresentar a impugnação da sua filiação, Moro não respondeu. Pessoas próximas ao ex-ministro disseram que o pedido de impugnação não preocupa em nada e que é apenas um ato político da ala conduzida por ACM Neto.
Ecos
Os demais egressos do DEM confirmaram a contrariedade com a fala de Moro nesta sexta-feira .”Se ele se filiou para ser candidato a presidente, vamos pedir a impugnação da filiação dele agora”, disse Caiado. O deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União na Câmara, afirmou que Moro não tem respaldo na legenda para ser candidato à presidência. “A gente falou sobre ele entrar para disputar uma vaga no Congresso, se ele não quiser, paciência, não disputa a nada”, afirma. .
Opção
Para Elmar, o presidente do partido, Luciano Bivar, seria um nome mais forte do que Moro para representar a sigla eventualmente na corrida presidencial, por ser mais articulado. O deputado chegou a ironizar que, se fosse para se levar em conta as pesquisas, seria mais razoável escolher entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro, que lideram nas intenções de voto.
Radicalização
O deputado Alexandre Leite (SP), que na quinta-feira anunciou que Moro se filiaria para ser candidato a deputado federal, afirmou ainda ao jornal O GLOBO que também apoia uma eventual impugnação se ele insistir na candidatura à presidência: “O acordo para a vinda dele é um projeto em São Paulo, se a pretensão dele é ter um projeto nacional nós iremos sim impugnar a filiação dele”.
Uma coisa e outra coisa
O fato de Leite ter anunciado que Moro concorreria a uma vaga na Câmara foi um dos motivos que fizeram o ex-ministro se manifestar hoje. Aliado de Moro, o deputado Bozzella (SP) afirmou que o partido não pode ignorar o potencial que Moro tem como um “ativo muito forte” em São Paulo. “Ele entra sem garantia de nada, mas você não pode obrigar que tem que ser daquela forma. Isso vale com qualquer filiado. Moro veio sem nenhuma garantia. Ele dizer que vai ser candidato a A, B ou C, só tempo vai dizer”, disse.