A Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem, quinta-feira (16), a Operação Maverick, cuja finalidade é apurar a prática de crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo funcionários públicos ligado à Prefeitura de Cruzeiro do Sul, pessoas físicas e pessoas jurídicas.
Duto
Segundo as investigações, os envolvidos estariam operando um esquema de desvios de combustíveis o qual vem gerando prejuízos que podem passar de R$ 3 milhões num período de 02 anos.
Nascedouro
A investigação foi iniciada a partir de informações recebidas pele Polícia Federal as quais resultaram na prisão em flagrante de alguns investigados, bem como na apreensão de grande quantidade de combustível. Somando os anos de 2021 e 2022, foram empenhados/gastos mais de R$ 26 milhões com pagamento de combustível apenas com o município de Cruzeiro do Sul. Desse montante, estima-se que 15% tenha sido desviado para fins particulares, beneficiando servidores públicos e políticos.
Tudo a ver
O nome da operação se dá em virtude de Maverik fazer referenciar a um veículo lançado nos anos 70, conhecido por ter um grande consumo de gasolina.
O outro lado
Diante da Operação da Polícia Federa, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul veio a público prestar os esclarecimentos. Começa enfatizando que “A gestão municipal do Prefeito Zequinha Lima vem tratando com absoluta seriedade os recursos públicos e não compactua com quaisquer desvios de conduta que porventura tenham sido praticados ou que venham a ser cometidos”;
Vigilância
Após, ressalta que “prova do compromisso da gestão com a boa utilização dos recursos públicos é que, desde o início de 2021 foram colocados em operação, mecanismos de controle internos antes inexistentes, tais como: Controladoria, Portal da Transparência e rigorosa fiscalização interna. Todos os dados de utilização dos recursos são públicos e disponíveis a todos”;
Lupa
Adiante enumera que “é justamente na Secretaria de Educação – setor em que se concentra a presente Operação – em que podem ser observados alguns dos maiores investimentos da gestão municipal, com aplicação de recursos nas reformas de escolas, aquisição de equipamentos essenciais à oferta de ensino de qualidade e na valorização profissional dos servidores, tanto na zona urbana, como na zona rural, principalmente na estrutura educacional do município. Todos os recursos empregados passam por rigorosa fiscalização. O histórico volume de investimentos na educação, inédito no município, é um indicativo da boa utilização dos recursos públicos”;
Cautela
Avança sopesando que “é preciso avaliar com cautela e prudência as alegações feitas pelo órgão investigador. Como prevê o Estado Democrático de Direito em que vivemos, as suspeitas devem ser antes comprovadas para que sejam tomadas as medidas cabíveis na forma da lei”
Prática
Diz também que “a Prefeitura de Cruzeiro do Sul sempre respondeu a todos os questionamentos, sejam eles da Polícia Federal, Ministério Público ou de qualquer outro órgão de controle, tais como: Tribunais de Contas do Estado (TCE) e da União (TCU). Este espírito colaborativo sempre se manteve e irá continuar”.
Cartilha
Finaliza reafirmando que “a Prefeitura de Cruzeiro do Sul também deixa claro que, sempre estará ao lado da legalidade e à disposição das instituições fiscalizadoras e deseja sobretudo, que as investigações sigam o curso legal até que todos os fatos sejam amplamente esclarecidos”.
Amizade explosiva
Preso por planejar um atentado a bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro, o terrorista George Washington de Oliveira Sousa escreveu uma carta a Jair Bolsonaro na qual anunciava o ato que cometeria e deixava claro que estava disposto a se engajar em atos violentos para forçar um golpe de Estado que mantivesse o ex-presidente à frente do país. O documento foi encontrado pela perícia da Polícia Civil nos rascunhos de anotações do celular do golpista, mas não se sabe se foi enviado, segundo o Correio Braziliense.
Inspiração
Na mensagem, Washington afirma que havia adquirido armamentos por incentivo de Bolsonaro. “Jamais desistirei de nossa pátria. O senhor despertou esse espírito em nós, o senhor sabe muito bem disso. Hoje, sinto orgulho da nossa bandeira, de nossa pátria amada Brasil”, escreveu.
Linha auxiliar
O terrorista contou que veio para o acampamento golpista em Brasília, em novembro, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O intuito, segundo ele, seria o de manifestar apoio violento a Bolsonaro.
Anuência
Na carta, Washington ainda pede autorização ao ex-presidente para permanecer armado no acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército “não para confrontar forças Militares, mas para nos defender”. Em depoimento à polícia, o golpista disse que queria derrubar o comunismo.
Mantra
Em certo trecho da carta a Bolsonaro, ele repete um dos bordões do ex-presidente para defender o armamento da população. “Em quase todos os seus pronunciamentos, o senhor falou: ‘O povo armado jamais será escravizado’. Só (saio) daqui com a minha família, em pé, com a Vitória. Não me tire essa honra, senhor”, disse o terrorista.
Crime e castigo
George Washington está preso preventivamente por tentar explodir um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação, na véspera do Natal do ano passado. Ele instalou a bomba, o artefato foi detonado, mas não funcionou. O motorista, porém, viu o terrorista instalando o objeto e acionou a polícia.
Temor
A propósito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele já se deu conta de que o cerco está se fechando contra ele e vem dando sinais de que está com medo de ser preso. Em entrevista ao The Wall Street Journal, dos EUA, divulgada na última terça-feira (14), o ex-mandatário falou sobre o assunto. “Tem mais de 200 processos judiciais contra mim. Uma ordem de prisão pode surgir do nada”, afirmou, revelando ainda que teme passar pela mesma situação que Michel Temer, preso em março de 2019, três meses após deixar a presidência.
Epicentro
O principal processo que pode levar Bolsonaro à prisão é o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos terroristas promovidos por apoiadores do ex-presidente contra as sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. O ex-mandatário é citado como um dos “mentores intelectuais” da tentativa de golpe de Estado e acusado de incitação ao crime – não só por colocar em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro, como também por não ter desincentivado o movimento golpista que usava seu nome.
Autismo
Questionado sobre os atos golpistas pelo The Wall Street Journal, Bolsonaro tentou se isentar. “Golpe? Que golpe? Onde estavam os comandantes? Onde estavam as tropas? As bombas?”, questionou.
Tomando distância
Exatamente por temer problemas com a Justiça, Bolsonaro ainda não definiu quando retornará ao Brasil. Morando nos EUA desde 30 de dezembro de 2022, o ex-presidente sinalizou que deve voltar ao país em março para liderar a oposição ao governo Lula, dizendo que “o movimento de direita não está morto” e “não há mais ninguém no momento” capaz de liderar esse grupo político..