Sabe quando o silêncio é melhor que a resposta? Pois é! Depois que o governador e a cúpula da segurança do estado desapareceram do nosso território desde a semana passada, sem que houvesse notícia factuais sobre seus paradeiros, ontem a Agencia de Notícias do Acre deu informação que o grupo estava em Las Vegas, nos EUA, a 7.123 quilômetros de Rio Branco.
Comitiva
Foi divulgado que na agenda estavam o governador Gladson Cameli (PP), o vice Wherles Rocha (PSDB) e o comandante da Polícia Militar, Ulisses Torres. O triunvirato prestigiava uma feira, num evento denominado Shot Show 2020, um encontro que visa a exposição de armas e que ocorre anualmente nos Estado Unidos.
População espremida
Enquanto isso, por aqui, nos primeiros 20 dias do ano, a contabilidade aponta para mais de 30 mortes; no final da semana passada uma chacina na Transacreana que ceifou a vida de 7 jovens e na madrugada desta segunda, dia 20, a fuga de 26 presidiários da penitenciária Francisco d’Oliveira Conde. Em síntese, vivemos a encenação de um verdadeiro faroeste caboclo. Fato é que as ruas de Rio Branco respiram medo.
Solidariedade
Ao invés de estarem no Acre, ombro a ombro com a população, na cruzada contra a violência - não importando quem vem a ser os pais da criança - a cúpula da segurança do estado flauteia nos EUA, enquanto nós, os teimosos, que buscam sobreviver nessa selva de violência, escondemo-nos em casa, obedecendo as ordens dos faccionados, tipo aconteceu na noite de segunda feira, 20, quando viva alma não se aventurava a sair de casa à percorrer as ruas da outrora pacata Rio Branco.
Transmutação
A propósito, internauta que comentava na página do deputado Roberto Duarte (MDB), que postou texto se pronunciando sobre o fato, foi cirúrgico: “Ainda que precisem (os policiais) de armas mais sofisticadas e etc, jamais precisaria viajar o governador e o vice pra mesma agenda e ainda levarem junto o recém empossado comandante da Polícia Militar. Falta planejamento! Quando os três eram apenas candidatos tinham a solução para todos os problemas; hoje em dia que tem a missão de resolver, não sabem o que fazer. Essa é a verdade!” .
Racionalidade
Outro internauta, foi ao ponto: “O Governador em vez de estar em Las Vegas, deveria está no Acre, liderando um gabinete de crise. Visitar feiras, nesse momento, são para assessores”. É isso!
Novo militante
O deputado estadual Fagner Calegário, uma das gratas revelações da atual legislatura, que em 2018 foi eleito pelo PV (Partido Verde) e após a diplomação ficou sem filiação partidária, resolveu aceitar o convite da direção regional do PL (Partido Liberal) e hoje (22/01) assina ato de filiação às hostes liberais, em solenidade que terá local na sede da sigla, na Avenida Ceará, 3520, próximo ao 7º BEC, a partir das 19 hs.
Libertas quae sera tamen “
Liberdade ainda que tardia”
Em um editorial publicado nesta quarta-feira (22), o jornal estadunidense The New York Times faz duras críticas às arbitrariedades contidas na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald, ao contrário da mídia corporativa brasileira, que cobre o caso de forma tímid.
Inusitado
Mesmo sem ter sido investigado ou indiciado, o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, foi denunciado nesta terça-feira (21) pelo Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Spoofing. O jornal diz que as acusações contra o editor do Intercept é um “sério desserviço” e uma “ameaça perigosa”.
Profissão de risco
“Ele enfrentou ameaças contínuas desde que revelou que os textos vazados mostravam atividade ilegal por um juiz [Sergio Moro] que ajudou a abrir caminho para a eleição de Jair Bolsonaro”, acrescenta o editorial.
Cumprindo sua obrigação
O editorial diz ainda que “os artigos de Greenwald fizeram o que uma imprensa livre deveria fazer: revelaram uma verdade dolorosa sobre os que estão no poder”.
Desserviço
“Furar a imagem heróica de Moro foi obviamente um choque para os brasileiros e prejudicial para Bolsonaro, mas exigir que os defensores da lei sejam escrupulosos em sua adesão a ela é essencial para a democracia. Atacar os portadores dessa mensagem é um desserviço sério e uma ameaça perigosa ao Estado de Direito”, aponta o jornal.
Reação
Diante da denúncia contra um jornalista que nem estava sendo investigado, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) soltou uma nota repudiando a decisão do Ministério Público Federal (MPF). Nesta terça-feira (21) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro do STF, Marco Aurélio, também foram a público e se pronunciaram favoráveis a Glenn Greenwald e se disseram temerosos pelo cerceamento ao jornalismo brasileiro.
A grande família
Renato Bolsonaro, irmão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é uma figura atuante nos bastidores do Planalto. Ele já viabilizou liberação de ao menos R$ 110 milhões para prefeituras de São Paulo; participa de solenidades de anúncio de obras, assina como testemunha contratos de liberação de verbas, mas não possui cargo público algum.
Influência
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo apurou a participação do irmão do presidente na liberação de dinheiro para ao menos quatro municípios do litoral e do Vale do Ribeira, região de origem da família Bolsonaro.
Filantropia
A reportagem acrescenta que Renato nega ser pago nesse trabalho e não responde se alguém custeia seus gastos, que incluem viagens pelo estado de São Paulo.
Inversão
O diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto, declarou a reportagem que existe “um problema político” na ação de Renato: “Ele está postulando verba no lugar de um agente público. A princípio, este é um trabalho que deveria ser feito por um parlamentar”.