O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atirou e matou o carteiro, no sentido figurado, ao provocar a exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão.
Conto-da-carochinha
Bolsonaro alvejou o diretor do Inpe ao acusá-lo de mentir sobre os dados do desmatamento apurados em seu governo e que estaria, por conseguinte, atuando a “serviço de alguma ONG” estrangeira.
Pede pra sair!
A princípio, Galvão que tinha mandato de 4 anos à frente o órgão disse não pediria demissão. Porém, após conversar com o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, pediu exoneração do cargo.
Reação
Após a confirmação da exoneração do diretor do Inpe ambientalistas se manifestaram criticando Jair Bolsonaro. A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva escreveu que Galvão foi demitido por sua “extrema competência, altivez” e porque “não se acovardou diante das ameaças” de ministros e de Jair Bolsonaro.
Paternidade
Já o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Márcio Astrini, em nota afirmou que o presidente “sabe que seu governo é o principal responsável pelo atual cenário de destruição da Amazônia”.
Pronto, falei!
No comunicado, Astrini foi suscinto: “A exoneração do diretor do Inpe é apenas um ato de vingança contra quem mostra a verdade”, protestou. “O novo governo vem implementando no país um projeto antiambiental, que sucateia a capacidade do Estado de combater o desmatamento e favorece quem pratica o crime florestal. E agora, na hora de encarar as conseqüências de suas decisões, tenta esconder a verdade de maneira vergonhosa e culpando terceiros”.
Sanatório geral
Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima , considerou que a exoneração de Galvão é “lamentável, porém esperada”. Ao reagir, Galvão também preservou a transparência dos dados de desmatamento, ao chamar a atenção da sociedade brasileira e da comunidade internacional para os ataques sórdidos, autoritários e mentirosos de Bolsonaro e (o ministro do Meio Ambiente) Ricardo Salles à ciência do Inpe”, criticou Rittl, que completou: Bolsonaro e Salles descobrirão, “do pior jeito, que não adianta matar o mensageiro, nem aparelhar o Inpe”.
Posição
Ontem a presidente do Progressistas no Acre, a senadora Mailza Gomes, emitiu nota na qual comenta sobre o processo de construção das candidaturas com vistas às eleições municipais de 2020, quando o partido do governador Gladson Cameli passará por seu primeiro teste nas urnas após a vitória de 2020.
Adesão
Essa semana, ao menos quatro prefeitos do interior anunciaram filiação à sigla como forma de se aproximar do Palácio Rio Branco na obtenção de apoio para seus mandatos, além de ter garantir força política para a disputa.
Critérios
De acordo com Mailza Gomes, todas as candidaturas do Progressistas para 2020 serão construídas de forma democrática, com um conselho político dentro da legenda analisando, de forma criteriosa, os nomes postos na mesa.
Forma de caminhar
No dizer da senadora, “o Progressistas está pronto para receber novas filiações em face da nossa política de fortalecimento, alicerçada no respeito, valorização e participação de quem fez história no nosso partido. Um partido forte se faz olhando o futuro e valorizando o passado”.
Denegação
Apreciando embargos interposto pelo Ministério Público Eleitoral, na pessoa do procurador Vitor Hugo Teodoro, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre rejeitou na manhã de ontem, sexta-feira, 2, a revisão da decisão unânime que em junho manteve a deputada estadual Juliana Rodrigues e o deputado federal Manoel Marcos, ambos do PRB, no cargo, mesmo com a condenação e a declaração de perda de direitos políticos.
Decisão
O relator do processo foi o desembargador Élcio Sabo Mendes, que cravou entendimento que a decisão não deveria ser reformada como pleiteava o Ministério Público Eleitoral, sendo seguido pelos demais juízes da corte.
Medida adicional
A corte decidiu também, por unanimidade, que os votos nominais e das legendas sejam anulados. Com a medida, abre-se a possibilidade do candidato Tião Bocalom assumir o posto de deputado federal após análise do mérito do processo no Tribunal Superior Eleitoral.
Crime e castigo
Manuel Marcos e a deputada Juliana foram condenados por abuso de poder político e econômico, gastos ilegais de verbas de financiamento de campanha e compra de votos, desviando verbas do Fundo Partidário Fundo Especial de Financiamento de Campanha Eleitoral destinados aos candidatos do Partido Republicano Brasileiro (PRB) no Acre. A dupla foi condenada também a pagar multa de R$ 50 mil.
Visita ao cárcere
Eles foram presos em dezembro de 2018 durante a execução da Operação Santinhos, da Polícia Federal, mas foram soltos dias depois. A dupla foi diplomada e empossada em seus respectivos cargos e respondem as ações no exercício do mandato.
Burlando a lei
Pelos argumentos do Ministério Público Eleitoral, os então candidatos Manoel Marcos e Juliana gastaram ilicitamente recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha Eleitoral (FEFC), destinado ao PRB, pagando indevidamente para a empresa de fachada ML Serviços Eireli “administrada” por Thaisson de Souza Maciel, sob o falso pretexto de pagamento de material gráfico, inclusive com apresentação de notas fiscais “frias”, desviando a finalidade de mais de R$ 1,2 milhão.
Trapaça
Juliana e Manoel Marcos declararam à Justiça Eleitoral que, juntos, contrataram a empresa ML Serviços para a confecção de 18,5 milhões de santinhos, entretanto, a investigação comprovou que a referida empresa não detém capacidade operacional para este tipo de serviço, sendo na verdade uma empresa de construção civil, segundo o depoimento do próprio administrador, Thaisson Maciel.
A casa caiu, Mané!
A investigação demonstrou que Thaisson era o operador financeiro de todo o esquema, tendo sido filmado por câmeras de segurança de instituição bancária sacando mais de R$ 500 mil em espécie nos três dias úteis que antecederam as eleições de 2018, dinheiro este que posteriormente foi utilizado para a compra de votos, conforme comprovação apensa aos autos.