O deputado federal Flaviano Melo (MDB), lançado à revelia por amigos como postulante ao cargo de vice nas eleições de 2022, numa pretensa chapa onde o governador Gladson Cameli (PP) concorreria à reeleição, ‘sartou’ de banda e fez publicar no facebook mensagem negando a pretensão.
Desejo confesso
“Primeiro, disseram que eu queria ser senador, agora que eu quero ser vice. Eu quero é que o acre invista ada vez mais em infraestrutura, saneamento básico, saúde, educação e agricultura. Agradeço a lembrança, mas sou deputado federal e tentarei a reeleição”, anotou Melo em sua conta do facebook.
Tal e qual
O fato faz lembrar a passagem que virou lenda, envolvendo o craque Garrinha, que na véspera do jogo contra a Rússia, no mundial da Suécia em 1958, quando o técnico da Seleção Brasileira Vicente Feola instruía o anjo das pernas tortas com tática para destroçar a defesa do escrete Russo, e com ingenuidade ou ironia, não se sabe, o nosso Mané Garrincha perguntou: “Seu Feola, o senhor já combinou com os russos?”.
Casamento consumado
O presidente Jair Bolsonaro deverá nomear o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, para a Casa Civil e sacramentar casamento indissolúvel com o chamado ‘Centrão’. A mudança foi discutida em uma reunião na tarde desta terça-feira no Palácio do Planalto e pode não ser a única a ocorrer. O atual ocupante da pasta, Luiz Eduardo Ramos, deverá ser remanejado para outro posto.
De corpo e alma
Se confirmada, a ida de Nogueira para o mais importante ministério do governo terá por objetivo reorganizar politicamente no momento em que ele enfrenta sua maior dificuldade política com a CPI da Pandemia e ao mesmo tempo as maiores taxas de rejeição e de baixa popularidade. Pesquisas internas do governo apontam o mal momento do presidente.
Nova ocupação
O debate em curso prevê alocar Ciro Nogueira na Secretaria-Geral da Presidência, hoje comandada por Onyx Lorenzoni. O Planalto não descarta dar a Onyx uma nova função na Esplanada. Um dos destinos seria um novo ministério, que poderia absorver funções hoje concentradas no Ministério da Economia.
Reengenharia
A propósito da acomodação de Onyx Lorenzoni, o governo federal prepara uma medida provisória de recriação do Ministério do Emprego e Trabalho. A expectativa é de que ela seja anunciada na próxima segunda-feira (26). A nova pasta, que havia sido incorporada pelo Ministério da Economia, pela expectativa, deve ser comandada por Onyx Lorenzoni, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Diagnóstico
O vice-governador Wherles Rocha (PSL) reagiu de forma dura o posicionamento do presidente da Aleac, Nicolau Júnior (PP), que imputou a ‘ambição pessoal’ o rompimento político entre alguns aliados da campanha de 2018 e o governador Gladson Cameli – leia-se Petecão, Rocha e Mazinho Serafim.
Fora do bloco
Rocha foi direto ao ponto: “Certamente não se refere a mim, mesmo porque não sou eu que estou em plena campanha antecipada, despois de dizer que era candidato a reeleição. Aliás, até hoje não falei com ninguém sobre 2022. Minha prioridade é trabalhar para combater a corrupção generalizada que tomou conta desse governo”.
Analogias
E foi além: “Penso que juntamente com a corrupção, a ambição realmente atrapalha. Vejo, por exemplo, no caso do suposto superfaturamento dos sacolões da educação em Cruzeiro do Sul, feito através de uma tomada de preços em que participaram somente familiares e amigos. Realmente a ambição atrapalha”.
Mais do mesmo
Em sua digressão, Rocha aprofundou-se em denúncia que vem fazendo ao longo dos últimos tempos: “Também no caso da reforma do Palácio das Secretarias, do Anel Viário de Brasiléia e da duplicação da Rodovia AC 405 (duplicação do acesso ao Aeroporto de Cruzeiro do Sul), obras que estão parcialmente ou integralmente nas mãos de familiares, também não seria ambição? Ou não temos outras empresas no Acre?”.
Cenário distinto
Para finalizar, Rocha devolveu o diagnóstico, imputando ao grupo do governador a prática sugerida por Nicolau: “a defesa de uma candidatura única, quando ela recai no próprio cunhado, também não seria ambição pessoal? Eu penso que sim, e você?”. Fato é que a campanha de 2022 promete colocar em palanques distintos aliados de 2018 que levaram Cameli ao Palácio Rio Branco.
Efeito colateral
O estresse em torno do Fundo Eleitoral de quase R$ 6 bilhões está reanimando nos bastidores as discussões sobre uma possível volta do financiamento empresarial das campanhas. Parte da classe política não quer mais passar pelo desgaste já contratado a cada dois anos: qualquer centavo a mais no custo das campanhas gera reação da opinião pública.
Retorno
A ideia entre dirigentes seria um retorno do financiamento empresarial com regras duras e claras. Quem defende o modelo lembra que ele foi extinto com o País mergulhado na Lava Jato.
Tá…
Ou seja, na onda revisionista do legado da operação, acham que o tema tem pertinência.…na hora? O ministro Gilmar Mendes, do STF, defendeu a tese no Twitter. Segundo ele, “deveríamos fortalecer a fiscalização dos gastos” em vez de proibir a doação empresarial.
No laço
A volta do financiamento empresarial tem de ser feita via PEC, até um ano antes da eleição. A Câmara se prepara para votar uma reforma eleitoral na primeira semana de agosto.
Contrários
Dirigentes do Centrão, contudo, rechaçam a possibilidade: ainda é cedo e a sociedade não estaria pronta para o debate.
Contrários 2
Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, disse ser contra. Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou ser “impossível”.
Indo na…
Nas eleições de 2018, apenas 0,1% dos eleitores aptos a votar fizeram doações a partidos e candidatos, segundo Michel Bertoni, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).
…contramão
Por que isso é um problema para 2022? “As pessoas físicas não têm o hábito de doar recursos para as campanhas eleitorais no Brasil”, afirma o advogado eleitoral.
Faz sentido
“O aumento dos valores do Fundo Eleitoral poderia afastar ainda mais as doações privadas, dada a repercussão negativa do tema”, completa Bertoni.