A prevalecer a notícia veiculada ontem, 21, no jornal O Globo, o governador Gladson Cameli (Progressistas) está liberado para escalar mais de um candidato ao senado na sua chapa rumo à reeleição, pondo fim à guerra interna que prevalece entre seus aliados em busca do posto. É que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, que partidos de uma mesma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado. A regra imposta ontem, só não valerá se for reformada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Juntos e misturados
Atualmente, a senadora Mailza Gomes (Progressistas), o deputado federal Alan Rick (União Brasil) e a professora Márcia Espinosa Bittar (PL) disputam o posto para formar parceria com Cameli, causando desencontro entre os partidos que o apoiam no projeto de mais um mandto. Para que o trio possa medir força nas urnas ao lado de Cameli, basta que os partidos perfilem na coligação do bloco que apoia Gladson e proceder o registro na Justiça Eleitoral.
Verticalização
Na mesma sessão o TSE vetou as “coligações cruzadas” e decidiu que partidos políticos que formaram coligações para o cargo de governador não podem se unir a legendas diferentes. O placar foi 4 a 3, e mantém a regra que já estava em vigor.
Provocação
O tema foi levado ao tribunal em consulta formulada pelo deputado federal Delegado Waldir (União Brasil-GO). O parlamentar perguntou ao Tribunal se, partindo de uma situação hipotética, na qual os partidos A, B, C e D participem de coligação majoritária para governador do estado X, existiria a obrigatoriedade de que as agremiações também participassem da mesma coligação majoritária para o cargo de senador.
Caso factual
O deputado questionou ainda se essas siglas coligadas para a função de governador poderiam lançar individualmente candidaturas para o Senado Federal e se o partido A, sem integrar qualquer coligação, poderia lançar candidata ou candidato ao cargo de senador individualmente.
Liberação
A questão analisada pelo TSE tem como pano de fundo a nova redação dada à Lei das Eleições em 2021. Diferentemente do texto da lei que estava em vigor anteriormente, a atual forma do dispositivo indica que “é facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária”. Para todas as perguntas a resposta dada pela maioria dos ministros foi “sim”. Quatro ministros seguiram o voto do ministro Mauro Campbell Marques.
Tal e qual
O caso suscitado pelo Delegado Waldir pôs luz sobre a questão envolvendo múltiplos postulantes ao senado sob o guarda-chuva de um único candidato ao governo: o deputado quer concorrer ao Senado na chapa de Ronaldo Caiado (União Brasil). Mas enfrenta a concorrência interna de outros três aliados do governador: Luiz do Carmo (PSC), João Campos (Republicanos) e Alexandre Baldy (PP). Nesse caso, de acordo com o que foi decidido pelo TSE, caso o partido queira lançar sua candidatura individualmente, é possível as candidaturas, mas não dentro de uma nova aliança. A situação remonta ao quadro político do Acre, onde 3 apoiadores de Gladson pretendem colocar o nome para o teste nas urnas rumo ao senado.
Quebra-cabeça
A propósito do quebra cabeça envolvendo os apoiadores do governador Gladson Cameli que pretendem concorrer ao senado, ontem, 21, o senador Márcio Bittar (UB) postou na sua conta no facebook foto onde registra seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conjecturas
Diante do estremecimento do grupo político de Bittar frente ao desenho adotado pelo governador Gladson Cameli (PP) na formatação de sua chapa majoritária a reeleição, quando este tem no primeiro plano para a disputa do senado o nome do deputado federal Alan Rick (UB) em detrimento da ex-mulher de Márcio, a professora Márcia Espinosa Bittar, a imagem deu azo a várias conjecturas no meio político, a principal delas envolvendo um caminho alternativo a ser traçado pelo senador, sem atrelamento ao governador Cameli.
Jogo de adivinhação
Marcio grafou na postagem: “Presidente Bolsonaro quer o melhor para o Acre!
Conversando com o Presidente Jair Messias Bolsonaro recebi o aval para caminhar com todos os que desejam o melhor para o Acre. A política é uma ciência complexa que se faz ouvindo todas as pessoas envolvidas, o que me faz aprender todos os dias. Vamos juntos! União Brasil Acre”.
Desdobramento
Será que vem aí uma parceria com a deputada bolsonarista Mara Rocha, que disputa o governo pela legenda do MDB com Márcia Bittar ao senado? Como se diz no popular, tudo pode acontecer, inclusive, nada! Fica a especulação.
Profano
A Polícia Federal prendeu preventivamente, na manhã desta quarta-feira (22/6), o ex-ministro da Educação (MEC), Milton Ribeiro. A operação Acesso Pago investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão de Ribeiro no MEC.
Rito
Segundo apurado junto a PF e ao Palácio do Planalto, Ribeiro foi preso no início da manhã em sua casa na cidade de Santos, no litoral paulista. A expectativa é que ele seja transferido para Brasília ainda nesta quarta. De acordo com o mandado de prisão, o ex-ministro deverá passar por audiência de custódia presencial na quinta-feira (23/6), às 14h, na 15ª Vara Criminal da Justiça Federal.
Correia de transmissão
Resta lembrar que em abril deste ano, em depoimento à PF, quando indagado sobre a influência dos pastores no repasse de verbas para apaniguados dos religiosos, Ribeiro disse que apenas obedecia ordens do presidente. Aos agentes, o ex-ministro informou que Bolsonaro, de fato, pedia que o Ministério repassasse as verbas para os municípios indicados pelos pastores Gilmar Silva e Arilton Moura, os mesmos que aparecem no centro do escândalo e que também foram presos hoje.
Indóceis
Os caminhoneiros não se convenceram das medidas anunciadas pelo governo e o Congresso para contornar a crise dos elevados preços dos combustíveis. A categoria continua a ver nos gestos de Jair Bolsonaro apenas novas formas de jogar o assunto para frente, devido ao calendário eleitoral. Em carta emitida ontem, terça-feira, 21, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, voltou a criticar as ações do governo. A informação foi veiculada pelo Portal UOL.
Nome e sobrenome
“A grande falha e incompetência do governo Bolsonaro foi não ter reestruturado a Petrobras e suas operações no início do governo, de não ter dado início a mudanças estruturantes na empresa, e o principal de não ter cumprido suas palavras com os caminhoneiros”, diz Landim. “Bolsonaro mentiu e agora quer colocar a categoria e o povo brasileiro contra a Petrobras.”