A ex-senadora gaúcha Ana Amélia explicou que deve deixar o Progressistas em razão do lançamento da pré-candidatura do senador bolsonarista Luis Carlos Heinze (PP-RS) ao governo do Rio Grande do Sul. Segundo ela, isso inviabilizou a possível candidatura dela ao Senado pelo estado em 2022.
Pragmatismo “O PP, com o lançamento da candidatura Heinze ao governo, inviabiliza eventual candidatura minha ao Senado, porque ele precisa oferecer a (outra) vaga majoritária (ao Senado) a algum partido aliado que venha se aliar a ele”, afirmou Ana Amélia à imprensa.
Cenário
“Estou avaliando os convites que recebi do Gilberto Kassab (PSD), Eduardo Leite (PSDB), Luciano Bivar (PSL) e Carlos Gomes (PR). (…) Tenho até março para tomar essa decisão”, acrescentou a ex-senadora, que atualmente é secretária de Relações Federativas e Internacionais do governo Leite.
Analogia
Transportando a cena para o Acre, temos a mesma situação e um abacaxi a ser descascado envolvendo o governador Gladson Cameli (PP) e a senadora Mailza Gomes (PP) que, dia a dia, reafirma sua candidatura à reeleição numa chapa encabeçada pelo governador Cameli, indiferente a constatação que Gladson deverá ir ao embate escudado numa coligação partidária. Quer dizer, um mesmo partido não indicar a postulação de todos os cargos majoritários.
Lição da história
A perdurar o desejo de Mailza, Gladson incorreria no mesmo erro cometido pela coligação Frente Popular do Acre em 2018, que escalou o petista Marcus Alexandre para concorrer ao governo e recrutou os também petistas Jorge Viana e Ney Amorim para concorrer ao senado. Isso sem contar que a chapa encabeçada por Alexandre tinha como vice Emilson Farias que a época foi acomodado no PDT, oriundo do PT.
Reaparecimento
Depois de disputar três eleições presidenciais, a ex-senadora acreana e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) mudou o foco de sua atenção para 2022. Em vez de preparar uma quarta candidatura, Marina diz, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que está empenhada em colaborar para a construção de uma candidatura de terceira via, que seja uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, “é um erro histórico” voltar a insistir na priorização do nome de pessoas para a disputa antes de se definir “o que queremos para o Brasil”.
Foco
“Eu estou empenhada em ajudar a construir e viabilizar um projeto que coloque em primeiro lugar o que nós queremos para o Brasil em lugar da priorização do nome de pessoas. Porque esse é um erro histórico que vem sendo cometido. Infelizmente, após tantos anos no poder de PT e PSDB, a semente que brotou foi o Bolsonaro.”
Undécima hora
Ela reconhece que o tempo de construção dessa candidatura já deveria ter se iniciado. “Esse projeto já deveria estar posto há muito tempo. Infelizmente, os atores que têm capacidade de fazer isso preferem, digamos assim, a velha estratégia da polarização. Acho que uma alternativa à polarização precisa ocupar esse lugar de reconexão com a sociedade pela sua proposta”, afirma Marina.
Posição definida
A ex-senadora não economiza críticas ao governo Bolsonaro: “Nós temos uma situação de completa desestabilização. É um governo que não governa para construir. Só governa para destruir”. Justamente por isso, a líder da Rede admite que, em nome da defesa da democracia, estará alinhada contra sua reeleição, no caso de não haver êxito na construção de uma candidatura fora da polarização.
Pule de dez
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) dão como certa a apresentação, pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, de recurso contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes que ordenou a prisão do dirigente partidário.
Cenário
A expectativa é que a defesa de Jefferson apresente agravo regimental e que o instrumento seja negado por Moraes. Se isso acontecer, o recurso vai obrigatoriamente para votação no plenário do STF. Nessa etapa, porém, a aposta na Corte é que não haverá pressa para o julgamento.
Estadia
Embora a prisão não seja unanimidade na Corte, ministros dizem que ele teria respaldo da maioria dos colegas do Supremo para tomar as decisões que julgar necessárias no Inquérito das Fake News, por meio do qual Jefferson é investigado e acabou preso.
Agua quente na fervura
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 14, que vai apresentar um pedido para que o Senado abra um processo de impeachment contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. De acordo com Bolsonaro, o pedido será oficializado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na próxima semana.
Fulcro
Em mensagens publicadas por sua conta oficial, o presidente disse apenas que a instauração do processo sobre ambos estaria fundamentada no artigo 52 da Constituição, que estabelece como competência privativa do Senado Federal processar e julgar os ministros do STF por crimes de responsabilidade.
Desenrolar
“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais”, escreveu Bolsonaro no começo da manhã de sábado.
Mutismo
Conforme apurou o jornal O Estado de São Paulo, antes da mensagem ser disparada na rede social, o senador Flávio Bolsonaro colocou o texto assinado pelo pai em um grupo de WhatsApp dos senadores. Nenhum parlamentar respondeu ao filho “01” do presidente.
Reação
Na série de publicações, o presidente também critica diretamente Moraes, que decretou a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson na sexta-feira, 13, no âmbito do chamado inquérito das milícias digitais, aberto em julho. A prisão do presidente do PTB teve reação imediata por parte de parlamentares bolsonaristas, que classificaram a decisão como “arbitrária” e uma afronta à liberdade de expressão.
Crime e castigo
Para acatar o pedido de prisão solicitado pela Polícia Federal no âmbito das apurações do inquérito que apura as Fakes News, o ministro considerou que foram “inequivocamente demonstrados nos autos os fortes indícios de materialidade e autoria” dos crimes de calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa, denunciação caluniosa, além de delitos previstos na Lei de Segurança Nacional e no Código Eleitoral.
Pano de fundo
Bolsonaro não mencionou o caso de Roberto Jefferson diretamente, mas, nas críticas direcionadas a Moraes, ecoou o argumento de sua base aliada, afirmando que “o povo brasileiro não aceitará passivamente que direitos e garantias fundamentais (art. 5° da CF), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defendê-los”, escreveu.
Acirramento
O embate com Barroso e Moraes vem crescendo nas últimas semanas, a partir da reação do STF e do TSE aos ataques à urna eletrônica e ameaças à realização de eleições sem voto impresso.
Prontuário
Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos em andamento. O mais recente, aberto por Alexandre de Moraes, apura o vazamento de investigação sigilosa da PF durante a live em que o presidente prometia apresentar prova de fraude nas urnas eletrônicas. O inquérito atendeu a notícia-crime apresentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).