O governador Gladson Cameli (PP), visando facilitar a acomodação dos interesses das candidaturas que estão postas ao senado pelos partidos que lhe emprestam apoio na corrida à reeleição– Jéssica Sales (MDB), Alan Rick (UB), Márcia Bittar (possivelmente PL), Vanda Milani (SD) e Mailza Gomes (PP) -, tem confidenciado a amigos que joga com a ideia de abandonar a filiação ao Partido Progressista por conta da postura da sigla em se manter irredutível com a candidatura à reeleição da senadora Mailza Gomes.
Aritmética
Cameli entende que a sigla, por já ter na sua candidatura um espaço exponencial, não pode avançar e abocanhar outra candidatura majoritária a ser disponibilizada pela coligação que lhe dará sustentação, no caso a candidatura ao senado.
Efeito bumerangue
Vale recordar que Mailza Gomes ganhou o mandato do próprio Gladson, presente sua condição de 1º suplente, quando Cameli renunciou ao cargo senatorial no final de 2018 para assumir o governo. Gladson entende que a postura dos pepistas dificulta a composição da chapa majoritária com outras agremiações, presente, ainda, que o posto de vice ele deseja compor sem a interferência partidária, tendo como parâmetro a confiança pessoal, ressabiado com a experiência ora vivenciada com o vice Wherles Rocha (PSL).
Motivos
O que justifica a insistência dos partidários do PP na candidatura de Mailza é a passagem criada pelo próprio Gladson, quando, em 2020, deixou de apoiar a candidatura do seu partido, na figura de Tião Bocalom - que nesta mesma época do ano frequentava a 4ª colocação e terminou por vencer o pleito na disputa da prefeitura da capital. Pepistas argumentam que essa postura volúvel do governador em relação ao partido, não condiz com a exigência de fidelidade plena a exigir tamanha prova de amor.
Mais do mesmo
Ainda sobre a decisão política do governador Gladson Cameli conquanto sua filiação partidária, o jornal A Tribuna, edição de hoje, 26, aventa à possibilidade de Cameli assinar ficha de filiação ao União Brasil, nascido da fusão do DEM e do PSL. Tomada essa postura, Gladson estaria aprofundando o problema que enuncia como motivo para deixar o PP: a profusão de candidaturas majoritárias concentradas na mesma sigla. Isso porque o União Brasil já conta com a filiação de Alan Rick, egresso do DEM e de Márcio Bittar que também se filiará à sigla e busca acomodar a ex-esposa Márcia Bittar, sendo o novo partido o caminho especulado para a filiação da Senhora Bittar.
Bola fora
O senador Márcio Bittar, do União Brasil do Acre, desrespeitou as regras sanitárias do Distrito Federal em uma academia da Asa Sul na quinta-feira (24/2), por volta de 11h30. Procurada, a assessoria de imprensa do senador não quis responder sobre a infração.
Protocolo
Apesar da exigência, Bittar usou o equipamento de proteção individual no queixo, mesmo estando ao lado de outro aluno, que, incomodado, enviou a foto para ao jornalista Guilherme Amado, que possui um blog no site Metrópoles (www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado).
Foco
Informa o jornalista que o Distrito Federal tem uma média móvel de 1,5 mil novos casos de Covid-19 por dia e dez mortes diárias. Para diminuir esse número, o governador Ibaneis Rocha cancelou qualquer evento de carnaval ao longo do feriado.
Vida mais ou menos
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, é o dirigente partidário com o maior salário do país. Freire recebeu R$ 315 mil em 2020 da sigla, o que representa R$ 26,3 mil mensais. Os recursos vêm do fundo partidário, abastecido com dinheiro público.
Butim
Parte dos presidentes de partidos políticos não cumpre mandato e não tem outra fonte de renda. Eles vivem, portanto, do salário da sigla. A imprensa nacional identificou oito dirigentes recebendo salário dos partidos, segundo as contas enviadas pelas legendas ao Tribunal Superior Eleitoral em 2020. Os documentos de 2021 ainda não estão disponíveis para todas as siglas.
Mamata
Outros dois presidentes ganharam mais de R$ 200 mil por ano: o chefe do Pros, Eurípedes Júnior, com R$ 246 mil, e o presidente do PDT, Carlos Lupi, com R$ 245 mil. Em ambos os casos, a média mensal é de R$ 20 mil.
A lista
Completam a lista de assalariados das legendas: Antonio Massarollo, do PMN, com R$ 186 mil no ano, ou R$ 15,5 mil por mês; José Maria Eymael, da Democracia Cristã, com R$ 119 mil, ou R$ 10 mil por mês; e Heloísa Helena, da Rede, com R$ 85 mil por ano, ou R$ 7 mil por mês.
Oportunidade
Governadores querem aproveitar o calor das discussões sobre os ataques da Rússia à Ucrânia para insistir na criação de um fundo de equalização dos preços dos combustíveis no Brasil, como alternativa à proposta de um valor fixo para o ICMS.
Ensejo
A estratégia será condenar o conflito e ao mesmo tempo tratá-lo como momento oportuno para repensar soluções para os picos da gasolina e do diesel no País. O impacto da crise europeia na cotação do petróleo vai ser objeto de análises nos encontros entre secretários de Fazenda dos Estados com parlamentares. Com o adiamento do debate sobre o tema no Senado, eles querem retomar a discussão com a Petrobras, resistente à ideia do fundo.
Discurso
“A Petrobras é um Robin Hood invertido, tirando dos mais pobres para dar aos mais ricos”, disse o coordenador do Fórum de Governadores, Wellington Dias (PT-PI) à Coluna. “Basta ver o tamanho do lucro da Petrobras para perceber que há um verdadeiro aspirador de dinheiro para lucratividade fácil”.
Na bronca
“Se tivéssemos um governo com alguma eficiência, já teríamos um programa de contingência para ser colocado em prática, mas não há sensibilidade quanto ao impacto deste conflito no cotidiano dos brasileiros, sobretudo os mais pobres”, avaliou o governador João Doria (PSDB-SP).
Tem mais
Estados também já se preocupam com o impacto dos conflitos para além dos combustíveis. “Vai aumentar muito os alimentos também”, avaliou Helder Barbalho (MDB-PA), citando o trigo.
CADA UMA. Do ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula, o embaixador Celso Amorim: “A reação do governo de Jair Bolsonaro à invasão da Ucrânia é esquizofrênica. Cada um faz o que quer. Bolsonaro se solidariza com a Rússia, o vice quer guerra”.
MAS TÁ BOM. Amorim considera “razoável” a nota do Itamaraty que pediu o fim imediato das “hostilidades” e a retomada de negociações para uma solução diplomática. Há quem tenha achado muito branda para a gravidade da situação.