A campanha eleitoral, que a rigor deveria servir para que os candidatos ao posto de prefeito e ao preenchimento de vagas no parlamento mirim apresentassem propostas, está sendo usada por adversários políticos para macular a honra dos concorrentes. A prática está generalizada em todos os municípios do Acre.
Alvo
A vítima mais exponencial da abjeta prática é o governador Gladson Cameli que nos últimos dias viu circular em grupos de whatsapp informação bem construída dando conta de um suposto caso extraconjungal que ele estaria a manter com uma arquiteta que outrora prestava serviços na secretaria de Infraestrutura do Estado.
Sem limites
Para complicar, os autores da baixaria constroem um enredo factível, prática típica daqueles que encontram no anonimato o suporte para, sem limites, desonrar a vida alheia, atingido, via de regra, o núcleo das famílias dos agentes políticos tidos como inimigos. Desprezam os danos que podem causar à estrutura familiar das vítimas.
Solidariedade
Contrário a esta horrenda prática, ontem, em pronunciamento na sessão virtual da Aleac, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) se solidarizou com Gladson Cameli, evocando os ataques que ele vem sofrendo nas redes sociais, a maioria deles, frise-se, com o enredo que atingem a família do governante.
Limites
Magalhães pontuou que não se pode compactuar com práticas do submundo, ao referir-se à ação de pessoas que fogem do debate político e buscam na agressão familiar a forma torpe de fazer política chafurdando na lama.
Princípios
“O segundo aspecto que eu gostaria de tratar aqui é uma palavra de solidariedade. Eu, integrante da oposição, sou chamado para prestar solidariedade ao governador, o que eu vi ontem de postagem em grupos, um vídeo buscando a tratar de questões pessoais e familiar do governador”.
Prática elementar
Chamando a racionalidade, Edvaldo evocou o óbvio: “Podemos ser duros, no debate e no embate político, mas nunca concordar quando as coisas se resvalam para as agressões pessoais e familiares”, disse o líder da oposição na Aleac.
O ninho das serpentes
Edvaldo Magalhães disse ainda que “quem faz isso e adota essa postura é do submundo e todos esses atos do submundo devem ser rebatidos. Isso é fruto de uma guerra política da base política, parida literalmente das últimas eleições. Há uma guerra conhecida, pública e publicizada”. Neste aspecto, Magalhães remete a guerra fraticida que tomou conta da coligação política que levou Gladson ao Palácio Rio Branco em 2018.
Jogo limpo
O parlamentar acrescentou que a política não pode apoiar a prática “daqueles que não põem a cara para fazer o seu questionamento, a sua crítica. Nós temos que ter coragem para ter posição. Temos que ter coragem para assumir nossas opiniões. Não podemos concorda com essa chacina moral, familiar. Quem cala, quem silencia com esse tipo de episódio não contribui para o fortalecimento da democracia. A guerra do submundo não edifica a democracia”.
Outra vítima
A execrável prática que atinge o governador Gladson Cameli também é extensiva ao atual prefeito e candidato à reeleição em Xapuri, Bira Vasconcelos, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Modus operandi
Publicadas por um jornal online estabelecido em Rio Branco e compartilhadas massivamente nas redes sociais mantidas por moradores da cidade, uma série de matérias imputam ao candidato petista as acusações de manter casos amorosos com duas mulheres que seriam funcionárias fantasmas da prefeitura.
Mais baixaria
O prefeito ainda é acusado de manter em folha de pagamento pelo menos quatro cargos comissionados que seriam estudantes de medicina na Bolívia, o que também significaria que esses funcionários estariam recebendo seus vencimentos salariais sem prestar serviço nas funções para as quais foram supostamente contratados.
Maquiagem
Para emprestar verossimilhança as matérias, sempre baseadas em fontes não identificadas pelo veículo que veicula os ‘fatos’, ‘fontes’ relatam que os casos narrados fazem parte de um inquérito policial instaurado pela Polícia Civil do Acre, através da Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor).
Gabinete do ódio
Instado a se pronunciar, o prefeito nega todas as acusações e atribuiu as denúncias a uma campanha de difamação que, segundo ele, tem por objetivo interferir de maneira ilegal no processo eleitoral em que aparece como favorito. Bira afirmou que existe um “gabinete do ódio” atuando em Xapuri.
Resquícios
A guerra de Jair Bolsonaro contra João Doria nessa discussão da vacina chinesa produzida pelo Instituto Butantan já provoca estragos na imagem presidencial.
Percepção
Levantamento nacional do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 54,7% dos brasileiros consideram um erro do presidente vetar a compra do imunizante pelo Ministério da Saúde. A parcela que considera a atitude do presidente correta fica em 38,6%. Outros 6,7% dos entrevistados não opinaram.
Metendo o bedelho
Em meio ao turbulento debate sobre obrigatoriedade da aplicação da vacina contra a Covid-19, com o STF no meio da discussão, o ex-presidenciável e deputado Aécio Neves (PSDB-MG) jogou mais lenha.
Proposta
O parlamentar tucano apresentou projeto na tarde desta terça no qual prevê a punição a quem se recuse a ser vacinado contra o vírus da Covid-19.
Paralelo
Aécio compara uma pessoa que se recusa ser vacinado a um cidadão que não cumpre suas obrigações eleitorais. Por isso, quem optar por não ser vacinado sofrerá as mesmas sanções de um eleitor que não vota, não justifica sua ausência e nem paga a multa aplicada pela Justiça Eleitoral. Claro, se o projeto for aprovado e sancionado por Jair Bolsonaro.
Sanções
Então, quem recusar a vacina não poderá: inscrever-se em concurso público, receber remuneração de empresa pública, participar de concorrências, obter empréstimo de bancos estatais e retirar passaporte ou carteira de identidade, entre outras.