O MDB realizou reunião da sua executiva ontem, 29, para fazer uma DR (discutir a relação) com o governo Gladson Cameli. Terminado o encontro, a situação permanece inalterada. O senador Márcio Bittar é quem continua decidindo pelo MDB do Acre, vez que a executiva deu carta branca para ele decidir e Bittar continua com os destinos da sigla na palma da mão. Segundo militantes descontentes com a decisão, desde que Márcio Bittar conseguiu empregos no governo Gladson para familiares de membros da Executiva, ele os têm nas mãos e estes seguem suas orientações.
Pauta
A pauta da reunião era o desembarque do MDB do governo. Ocorre que os dirigentes com poder de votos estão todos pendurados em cargos no governo e o partido continua oficialmente na base do Palácio Rio Branco. Por conseguinte, os dirigentes continuam com cargos na estrutura do executivo, fato que gera descontentamento dos militantes sem cargos.
Barafunda
Participaram da reunião, os membros da Executiva e parlamentares. O racha é tão profundo que o partido não se une nem mesmo diante da remota hipótese de Flaviano Melo ser o vice de Gladson em 2022: “Perde Mazinho, perde Roberto Duarte e perde a família Sales (Antônia, Vagner e Jéssica)”, afirmam filiados.
Convivas
O presidente do partido, Flaviano Melo, participou da reunião e o presidente “de fato”, Márcio Bittar, através de vídeo conferência. O temor da militância e de parte da Executiva é a dificuldade em formar chapa para deputado estadual, federal e senador em 2022. Preocupação que não afeta Márcio Bittar. Segundo os descontentes, o senador emedebista só tem um partido: ele mesmo. A constatação é expressa, apesar das várias siglas que já se filiou em sua carreira política, como PCB, PMDB, PPS e PSDB e agora MDB.
Estilo
Os militantes revelam que Márcio indicou o Secretário de Produção, domina a Seinfra, o Deracre e parte da Educação, mas o partido não tem cargos, só os dirigentes. Além disso, Márcio tem outros 4 partidos na mão e uma obsessão: eleger a ex-esposa Márcia Bittar como senadora, argumentando que ela é da cota do presidente Jair Bolsonaro.
Desgaste
Ainda no dizer da militância, na Sepa, onde o secretário Nenê Junqueira foi indicado por Bittar, pode-se dizer que a Secretaria é do MDB, porque o partido só teve a primazia de indicar a cabeça, posto que os cargos não são do partido. Esse foi um dos motivos da reunião, porque Gladson teria prometido a Secretaria de Produção “de porteira fechada”. O que não ocorreu. Seja como for, na avaliação da militância só quem ganha é Márcio Bittar, apesar de ocupar constantemente as manchetes de jornais de maneira negativa, trazendo desgastes para a sigla. Como exemplo, citam que recentemente, em deliberação da categoria, ele foi eleito inimigo nº 1 dos profissionais da Educação
Chega pra lá
O site Notícias da Hora (https://noticiasdahora.com.br/) reporta a reação da vereadora Lene Petecão (PSD) reagindo as críticas que o assessor Político do governo, Moisés Diniz, levantou contra o seu irmão, o senador Sérgio Petecão. Lene usou a sessão remota de terça-feira, dia 29, para deixar seu posicionamento. A parlamentar disse que o ex-comunista não tem o direito de dar “pitaco” no partido dos outros, se referindo ao PSD, ao qual a vereadora é filiada.
O começo
Diniz fez, via redes sociais, críticas ao senador Sérgio Petecão acusando-o de não ter sido leal ao governo de Gladson Cameli, a quem apoiou em 2018, mas agora abandona numa espécie de pré-campanha para o governo.
Reação
“Estranhamente ele diz que o senador tem cargos no governo do Glason e não honrou. Quem não deveria ter cargos no governo era ele, porque ele não apoiou. Pelo contrário, ele foi contrário a esse governo que agora ele lambe bota. Nós, sim, fomos aliados”, reclamou a vereadora Lene.
Ventríloquo
Segundo a parlamentar, Diniz é uma espécie de marionete do governo. “O Cacique deveria se preocupar com essas situações. Está tão acostumado ao poder e aos cargos, que não conseguiu ser leal à Frente Popular e correu para o PP. É um lambedor de botas. Fala o que o governador não tem coragem de falar”, completa. Shiiii...
Apareceu a propina
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, em entrevista à revista “Crusoé”, que recebeu uma proposta de propina para facilitar a compra de vacinas para o governo Jair Bolsonaro. De acordo com o Miranda, a sugestão foi feita pelo lobista Silvio Assis, após um jantar em sua casa que teria contado com a participação de outros parlamentares.
O começo de tudo
“Na verdade, são jantares que acontecem com parlamentares. É normal um parlamentar ser chamado para eventos. Mas, da última vez que eu fui (à casa de Silvio Assis), na hora de ir embora o dono da casa me acompanhou até lá fora e usou uma expressão no seguinte sentido: “Deputado, ajuda a gente a fazer com que essas vacinas entrem aqui, e o senhor pode ter uma participação de 6 centavos de dólar por unidade” — disse Miranda na entrevista.
Reação
O deputado disse ter ameaçado dar voz de prisão ao lobista: — Eu olhei para a cara dele e falei: “Tá ficando maluco?”. Ele disse: “Calma, deputado”. Eu falei: “Cara, se você repetir isso eu te dou voz de prisão”. Ele olhou pra mim de forma assustada e falou assim: “O que é isso, deputado? Você não entendeu. Eu não estou oferecendo para o deputado, estou oferecendo para o empresário”. Eu disse: “Nem para o empresário, amigo. É água e óleo. Na posição em que eu estou, como você quer que eu te ajude?”. E ele: “Não, deputado, esquece isso. Morreu o assunto”.
Entornando o caldo
A “Crusoé” questionou Miranda se ele considera que a oferta teria relação com uma reunião que o deputado e o seu irmão tiveram com o presidente Jair Bolsonaro, em março, para relatar suspeitas envolvendo a Covaxin. O deputado respondeu que não poderia “precisar” isso. A data do jantar não foi revelada. “— Não consigo precisar isso porque em nenhum momento ele fala em nome do presidente. Miranda diz que Assis “não tocou no nome” de seu irmão e que não pode dizer que imagina que o servidor era considerado um “obstáculo” para o negócio. — Por mais que não fosse a intenção corromper meu irmão, só a forma como eu entendi já foi suficiente para não ter interesse — disse.
Convivas
De acordo com a “Crusoé”, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), estava no jantar. Miranda, contudo, disse que é “normal” a presença de parlamentares em eventos como esse. Na semana passada, o deputado disse à CPI da Covid que Bolsonaro citou o nome de Barros ao ouvir sobre as possíveis irregularidades envolvendo a Covaxin.
Antecedentes
De acordo com reportagem da revista “Veja” de 2018, Silvio Assis teria participado de um acerto de propina a integrantes do então existente Ministério do Trabalho para obter o registro de um sindicato patronal. Assis e outra lobista teriam dito a um empresário que seria necessário pagar R$ 4 milhões para obter o registro.