Há pouco mais de um ano para as eleições municipais de 2024, na capital, o quadro já começa a ser esboçado. Dirigentes progressistas não descartam hipótese de desligamento do prefeito Tião Bocalom da sigla, buscando viabilizar a candidatura majoritária do atual secretário de governo Alysson Bestene ao paço municipal.
Óbice
O posicionamento do diretório municipal dos Progressistas de Rio Branco em favor do nome do Alysson, se concretizado, sepulta as pretensões do prefeito Tião Bocalom de disputar à reeleição com apoio da legenda pela qual conquistou a prefeitura em 2020.
Mutismo
Questionado pela imprensa, Bocolom, embora sob artilharia que visa lhe negar legenda para a disputa da reeleição, tem evitado falar sobre o assunto, tampouco sinaliza que pretende deixar o partido e buscar abrigo em outra agremiação. “Coisa mais natural do mundo essa discussão no partido em vésperas de eleições”, consignou Bocalom.
Medida extrema
Diante do impasse, os dirigentes da executiva municipal do PP não descartam a hipótese de antecipar o seu desligamento da sigla, recorrendo ao argumento de infidelidade partidária, buscando nas eleições de 2022 o fato gerador da perfídia política. É que Bocalom apoiou no pleito passado o senador Sérgio Petecão (PSD) na disputa pelo governo, mesmo os Progressistas contando com candidatura majoritária ao Palácio Rio Branco, no caso o governador reeleito Gladson Cameli (PP).
Apto
Consultado, Alysson antecipou que se os dirigentes sacramentarem o seu nome como candidato à prefeitura de Rio Branco, estará pronto para o desafio que lhe aguarda. Sinalizou que conhece bem a cidade onde nasceu e pretende preparar a capital acreana para que conquiste o título de uma cidade do futuro, com mobilidade urbana e melhores condições de acolhimento dos moradores rio-branquenses.
Fluxo
Bestene entende que o encaminhamento político do pleito que se aproxima vem sendo bem conduzido pela executiva municipal, processo sob a coordenação da deputada federal Socorro Neri, presidente do Diretório rio-branquense. Observou, no entanto, que o partido não pode deixar de ser protagonista no pleito do próximo ano na capital, presente o trabalho feito pelo governador Gladson Cameli no Palácio Rio Branco, o que transforma o governo do Estado no grande cabo eleitoral da disputa.
Apoio
Ainda sobre eleições municipais, neste final de semana, em agenda cumprida no Juruá, em seu discurso na programação do aniversário da vila Santa Luzia do Pentecostes, o governador Gladson Cameli (PP) aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, garantir em público seu apoio irrestrito à reeleição do prefeito Zequinha Lima, na eleição de 2024. “Só Deus me empata de você ser o meu candidato”, disse olhando para o prefeito Zequinha Lima (PP).
Palpos de aranha
A depender do andamento das investigações sobre a hostilização ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o grupo de brasileiros que xingou o magistrado no aeroporto de Roma pode não só responder por crimes contra a honra, por uma eventual lesão corporal e até tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, avaliam especialistas consultados
Injúria e difamação
Os crimes sob suspeita ocorreram na sexta, 14, e são apurados pela Polícia Federal em Brasília. Segundo a corporação, Andréia Mantovani xingou o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Na sequência, o marido dela, o empresário Roberto Mantovani Filho, reforçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, um advogado de 27 anos. A família nega as ofensas.
Agravantes
Advogados consultados indicam que a investigação pode não se debruçar somente sobre crimes de ameaça e injúria. Eles veem uma ‘tendência’ nas investigações de se investigar uma tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito: “A intenção dos agressores não era apenas atingir a honra do magistrado, mais do que isso era coagi-lo do exercício de seu ofício. Se isso ficar comprovado teremos a imputação do crime 359-L do Código Penal”, ressaltam.
Ação de ofício
Com relação à possível ação penal que pode ser aberta contra o grupo que teria hostilizado Alexandre de Moraes, resta lembrar que, em casos de crimes contra a honra, a apuração pode se dar por iniciativa própria do Ministério Público, ou então a partir de uma queixa-crime do ministro do STF.
Foro
“De acordo com o critério de extraterritorialidade previsto no Código Penal brasileiro, crimes cometidos no exterior podem render investigação e processo perante a Justiça do Brasil. Os requisitos procedimentais exigidos pelo Código Penal estão preenchidos e os sujeitos serão processados aqui, por quaisquer dos crimes porventura cometidos”, diz o criminalista Renato Stanziola Vieira, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim).
Agravantes
“Como as possíveis agressões verbais ao ministro Alexandre de Moraes se deram em razão de seu vínculo com o cargo de ministro do STF, haverá, inclusive, a possível causa de aumento de pena dos crimes contra a honra porventura cometidos, como prevê o Código Penal.”
Ra, Ré, Ri, Ró, Rua
Num momento em que vários integrantes do Centrão se aproximam do governo Lula, o presidente do PL Valdemar Costa Neto decidiu dar um recado claro no partido que hoje abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro: Quem fizer o L, estará fora da sigla.
Execução
Ontem, segunda-feira, 17, Valdemar solicitou ao diretório do PL no Ceará a abertura de processo de expulsão do deputado federal Yuri do Paredão. Neste mês ele fez sinal do petista ao lado de ministros do governo. Em maio, o parlamentar já havia foto ao lado do presidente.
Didatismo
O partido não tem a tradição de pedir o mandato de quem deixa a legenda. Mas neste caso ainda há dúvidas de qual encaminhamento Valdemar dará caso haja a expulsão. “É preciso um gesto forte do presidente. Depois se decide o que fazer”, afirma um interlocutor da cúpula do PL. “O problema não é tirar fotos com ministros do governo, o problema é não estar alinhado com o nosso partido”, disse Valdemar Costa Neto.
Sangramento
Uma ala do PL, em tempo, defende que o deputado não seja expulso do partido, contrariando o anunciado hoje pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Correligionários bolsonaristas dizem que a expulsão seria um prêmio ao parlamentar.
Mau exemplo
Caso seja expulso do PL, Yuri do Paredão tem chance de manter o mandato. Esse, pelo menos, é o temor dos correligionários bolsonaristas. Dessa forma, ele ficaria livre para aderir de vez à base do governo Lula e incentivaria outros a seguirem seu caminho. Lideranças ouvidas acerca do problema afirmam que a maior punição que o PL poderia dar seria retirá-lo de todas as comissões e outras atividades partidárias, mantendo-o isolado.