O governador Gladson Cameli manifestou-se ontem acerca das notícias que davam como certa sua ida para o União Brasil ou para o partido do presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL). Cameli afirmou que continua no PP, partido onde começou sua trajetória política e permanece até hoje.
Marola
Ao site Contilnet (https://contilnetnoticias.com.br) Cameli disse que “estão fazendo confusão” sobre o assunto e que sua pré-candidatura à reeleição pelo Progressistas está mantida. “Não tem situação de partido. Estou no PP e tudo está resolvido. O problema é que estão fazendo uma confusão. Não tem problema. Está tudo certo”, explicou o chefe do executivo. “Sou pré-candidato pelo Progressistas”, finalizou.
Bullying
A propósito da novela envolvendo a filiação partidária do governador, a senadora Mailza Gomes, presidente do Progressistas no Acre, se diz decepcionada e chateada com o cruzeirense. Em um texto distribuído por sua assessoria à imprensa, Mailza afirma que Cameli não cumpriu o acordo com ela e a direção nacional do partido, feito durante reunião realizada em Brasília na segunda-feira (14), quando ficou estabelecido que a senadora teria mais alguns dias para conversar com aliados e compartilhar a possível decisão de desistir ou não da candidatura à reeleição. Mailza afirma que “sofreu violência política feminina”.
Palavras ao vento
“O que me deixou extremamente chateada e decepcionada foi ver as atitudes do governador durante o dia de hoje. Primeiro, ele afirmou que se filiaria no PL. Em seguida mandou dizer que atendendo pedido do senador Márcio Bittar, se filiaria ao União Brasil, e que o próximo passo seria tomar a direção do partido das minhas mãos. Por último, o nobre governador anunciou sua permanência no PP com a seguinte condição: meu recuo para disputar uma cadeira na Câmara Federal. Tudo isso sem minha permissão e ainda mais, quebrando um acordo feito diante da executiva nacional”.
Discriminação
Adiante, Mailza reclama de segregação: “ Sofri violência política feminina. Não faço política com quebra de acordo, tenho alicerçado meu mandato na verdade, respeito as forças e seriedade e não estou acostumada trabalhar dessa forma. O político pra mim tem que honrar suas palavras. Não vejo problema nenhum em concorrer uma cadeira de federal, contudo, isso será decidido por mim e minha equipe”, diz.
Ação desconexa
Sobre o encontro anunciado pelo governador na sede do Progressistas em Rio Branco, Mailza afirma desconhecer. “As coisas acordadas precisam ser respeitadas. Temos sim, interesses que o governador permaneça no Progressistas, respeitamos sua história no partido e damos a ele muito valor. Sempre coloquei o mandato à disposição, fui leal durante todo tempo, tenho inúmeros recursos destinados e obras importantes, nunca me neguei em ajudar, mas não aceitarei mais esse tratamento desrespeitoso”, finalizou a parlamentar.
Pesquisa nacional
A rodada da pesquisa Genial/Quaest de março, realizada entre os dias 10 e 13 de março, indica que, apesar de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanecer na liderança entre as intenções de voto, índice que se mantém oscilando entre 45% e 44%, o presidente Jair Bolsonaro vem apresentando pequenos avanços, variando de 24% para 26%, resultado mais favorável para ele em relação aos últimos levantamentos.
Redução
Entre os destaques da pesquisa está a queda das avaliações negativas, em diferentes recortes. Um deles demonstra que houve uma redução de 22 pontos percentuais na avaliação negativa do governo para os eleitores que se beneficiam do Auxílio Brasil, caindo de 45% para 23%. Mesmo com a alta de gasolina e a economia se estabelecendo como principal preocupação entre os eleitores, um crescimento de 35% para 51%, a avaliação positiva do atual governo vai avançando para um melhor patamar desde o início das pesquisas, em 2021.
Vácuo
“A melhora marginal na avaliação do governo, com reflexos nas intenções de voto do presidente, está diretamente associada ao movimento de retorno de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018, mas que se frustraram com o presidente nos últimos anos. Agora, há dois movimentos simultâneos. Primeiro, eleitores de baixa renda que votaram em Bolsonaro em 2018 e passaram a receber o Auxílio Brasil estão mais otimistas com o governo. Segundo, eleitores de renda média que não acreditam mais na vitória da terceira via, estão voltando para o colo do presidente. Se a tendência se mantiver, Bolsonaro pode continuar crescendo no vácuo deixado pela terceira via”, diz o CEO da Quaest e responsável pela pesquisa, Felipe Nunes.
Opção definida
Na pesquisa estimulada, em que os entrevistados são apresentados aos candidatos colocados até o momento, Lula se mantém com 46% e Bolsonaro vai de 24% a 26%. Sérgio Moro fica de 8% para 6% e Ciro Gomes permanece com 7% das intenções de voto. Já na pesquisa espontânea, o número de indecisos permanece alto, com 48%. Lula fica com 27% e Bolsonaro chega a 19%. A pesquisa Genial/Quaest fez duas mil entrevistas entre 10 e 13 de março e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Variantes
Em caso de um segundo turno, entre os apoiadores de Moro, 26% escolheriam Lula e 34% optariam por Bolsonaro. Outros 38% afirmam que preferem votar em branco ou nulo. No caso de Ciro, 52% já se decidiram por Lula, enquanto 22% dizem que podem mudar para Bolsonaro e outros 22% optam por deixar o voto em branco ou nulo.
Metodologia
A Pesquisa Genial/Quaest, que trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública brasileira, começou em julho de 2021 e se estenderá até novembro de 2022. No total, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.
Dados técnicos
A partir das entrevistas domiciliares, é feita a decupagem, análise e estratificação dos dados por sexo, idade, escolaridade, renda e População Economicamente Ativa (PEA). A pesquisa também recebe tratamento estatístico de pós-estratificação para reduzir as chances de viés de seleção e de não-resposta. Trata-se do primeiro levantamento feito em âmbito nacional que combina coleta domiciliar com modelagem em pós-estratificação.
Confiabilidade
O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.
Condições
O PSDB ainda tem chances de convencer Eduardo Leite a não trocar o partido pelo PSD. Entretanto, segundo pessoas próximas a Leite, a cúpula tucana precisa oferecer ao governador gaúcho uma garantia: “zerar o jogo” na definição do candidato que a sigla apoiará à Presidência da República.
Aceno
Aliados do governador gaúcho explicam que, na prática, isso significa o PSDB prometer que o governador paulista João Doria não será automaticamente o nome a ser oferecido pelo partido na negociação com MDB e União Brasil para se definir uma candidatura única da terceira via ao Palácio do Planalto. Doria derrotou Leite e venceu as prévias do PSDB para ser o presidenciável da sigla este ano. Mas, no entendimento de aliados do governador gaúcho, essa escolha feita apenas dentro do partido não pode ser usada na busca pelo nome mais viável quando a negociação envolve outras legendas.
Tudo de novo
A posição de “zerar o jogo” daria a Leite a chance de voltar a disputar a indicação à Presidência da República. Para isso, o governador gaúcho precisaria mostrar que é mais viável que Doria, que a senadora Simone Tebet (MS), presidenciável do MDB, e que o nome a ser trazido pelo União Brasil.